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quarta-feira, 31 de março de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 13 – Que a Mão Esquerda Não Saiba o Que Faz a Direita

Os Infortúnios Ocultos

4 – Nas grades calamidades, a caridade se agita, e vêem-se generosos impulsos para reparar os desastres. Mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam desapercebidos, de pessoas que jazem num miserável catre, sem se queixarem. São esses os infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham pedir assistência.

Quem é aquela senhora de ar distinto, de trajes simples, mas bem cuidados, seguida de uma jovem que também se veste modestamente? Entra numa casa de aspecto miserável, onde sem dúvida é conhecida, pois à porta é saudada com respeito. Para onde vai? Sobe até a água furtada: lá vive uma mãe de família, rodeada pelos filhos pequenos. À sua chegada, a alegria brilha naqueles rostos emagrecidos. É que ela vem acalmar todas as suas dores. Traz o necessário, acompanhado de suaves e consoladoras palavras, que fazem aceitar a ajuda sem constrangimentos, pois esses infortunados não são profissionais de mendicância. O pai se encontra no hospital, e durante esse tempo à mãe não pode suprir as necessidades.

Graças a ela, essas pobres crianças não sofrerão nem frio nem fome; irão à escola suficientemente agasalhados e no seio da mãe não faltará o leite para os menorzinhos. Se uma entre elas adoece, não lhe repugnará prestar-lhe os cuidados materiais. Dali seguirá para o hospital, levará ao pai algum consolo e tranqüilizá-lo quanto à sorte da família. Na esquina, uma carruagem a espera, verdadeiro depósito de tudo o que vai levar aos protegidos, que visita sucessivamente. Não lhes pergunta pela crença nem pelas opiniões, porque, para ela, todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Finda a visita, ela diz a si mesma: Comecei bem o meu dia. Qual é o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, tem um nome que não revela a ninguém, mas é o anjo da consolação. E, à noite, um concerto de bênçãos se eleva por ela ao Criador: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.

Por que se veste tão simplesmente? Para não ferir a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha adolescente? Para lhe ensinar como se deve praticar a beneficência. A filha também quer fazer a caridade, mas a mãe lhe diz: “Que podes dar, minha filha, se nada tens de teu? Se te entrego alguma coisa para dares aos outros, que mérito terás? Serei eu, na verdade, quem farei a caridade, e tu quem terás o mérito? Isso não é justo. Quando formos visitar os doentes, ajudar-me-ás a cuidar deles, pois dar-lhes cuidados é dar alguma coisa. Isso não te parece suficiente? Nada mais simples: aprende a fazer costuras úteis, e assim confeccionarás roupinhas para essas crianças, podendo dar-lhes alguma coisa de ti mesma”. É assim que esta mãe verdadeiramente cristã vai formando sua filha na prática das virtudes ensinadas pelo Cristo. É espírita? Que importa?


Para o meio em que vive, é a mulher do mundo, pois sua posição o exige; mas ignoram o que ela faz, mesmo porque não lhe interessa outra aprovação que a de Deus e da sua própria consciência. Um dia, porém, uma circunstância imprevista leva à sua casa uma de suas protegidas, para lhe oferecer trabalhos manuais. “Psiu! — diz-lhe ela. Não contes a ninguém!” Assim falava Jesus.


terça-feira, 30 de março de 2010


Obstáculos


Obstáculos são, por si, movimentos de renovação e progresso.

O que possa parecer fracasso ou desencanto é preparação de um mundo novo.

Estejamos convencidos de que nunca é tarde para que alguém seja feliz e que o Reino de Deus está dentro de nós. E com semelhante luz, ser-nos-á possível esquecer quaisquer provocações e vencê-las, situando-nos, desde agora, a caminho da Vida Superior.

A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pode existir na alma humana, quando a criatura compreender que a felicidade verdadeira é sempre aquela que conseguimos criar para a felicidade do próximo.

Lembra-te da casa nobre começando nos alicerces e não te desmandes na pressa, a fim de que a tua existência se ajuste à gloriosa sinfonia da vida.

Protege o próprio lar contra a perturbação e a desarmonia, mas se a tua ação surte efeito, aceita a casa em que vives por tua escola de regeneração e de amor.

Atende ao bem, conquanto as dificuldades que encontres para isso.

Sem dúvida é imperioso te guardes no pensamento positivo da confiança em Deus e em ti mesmo.

À maneira de viajante na travessia do rio da vida, que será de ti, se não controlas o leme do teu barco, orientando-lhe os movimentos em rumo certo?


Livro: Caminho Iluminado – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 29 de março de 2010


PRODUZIMOS


“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.” – Jesus. (JOÃO, 15:4,)

Produzimos.

Tudo o que é alguma coisa produz algo.

Elementos considerados desprezíveis estão fazendo isso ou aquilo.

Pedras produzem aspereza.

Espinhos produzem lacerações.

Lama produz sujidade.

Martelo produz golpes.

Entretanto, se produzimos para o bem, esses mesmos recursos, em nossas mãos, vêem-se promovidos a instrumentos valiosos, porquanto, pedras ajudam nas construções, espinhos de natureza técnica podem colaborar no serviço cirúrgico, lama devidamente tratada é terra de sementeira, e martelo controlado é auxiliar prestimoso.

Cada criatura, desse modo, produz conforme os agentes em que se inspira.

Os seres mais lastimáveis, ainda que não queiram, estão produzindo sempre.

O delinqüente produz o desequilíbrio.

O viciado produz o desregramento.

O preguiçoso produz a miséria.

O pessimista produz o desânimo.

Onde estiveres, estás produzindo, de acordo com as influências a que te afeiçoas, e atuando mecanicamente sobre todos aqueles que se afeiçoam ao teu medo de ser.

Todos produzimos, inevitavelmente.

Aprendizes do Evangelho, na escola espírita-cristã, recordemos, pois, a lição do Cristo: “Permanecerei convosco se permanecerdes em mim”.


Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 103 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

domingo, 28 de março de 2010


A SENTENÇA CRISTÃ


Um juiz cristão, rigoroso nas aplicações da lei humana, mas fiel no devotamento ao Evangelho, encontrando-se em meio duma sociedade corrompida e perversa, orou, implorando a presença de Jesus.

Tantas sentenças condenatórias, deveria proferir diariamente, que se lhe endurecera o coração.

Atormentado, porém, entre a confiança que consagrava ao Divino Mestre e as acusações que se acreditava compelido a formular, rogou, certa noite, ao Senhor, lhe esclarecesse o espírito angustiado.

Efetivamente, sonhou que Jesus vinha desfazer-lhe as dúvidas aflitivas. Ajoelhou-se aos pés do Amoroso Amigo e perguntou:

- Mestre, que normas adotar perante um homicida? Não estará logicamente incurso nas penas legais?

O Cristo sorriu, de leve, e respondeu:

- Sim, o criminoso está condenado a receber remédio corretivo, por doente da alma.

O juiz considerou estranha a resposta; contudo, prosseguiu indagando:

- Como agir, ante o delinqüente rude, Senhor?

- Está condenado a valer-se de nosso auxílio, através da educação pelo amor paciente e construtivo - explicou Jesus, bondoso e calmo.

- Mestre, e que corrigenda aplicar ao preguiçoso?

- Está condenado a manejar a enxada ou a picareta, conquistando o pão com o suor do rosto.

- Que farei da mulher pervertida? - interrogou o jurista, surpreso.

- Está condenada a beneficiar-se de nosso amparo fraterno, a fim de que se reerga para a elevação do trabalho e para a dignidade humana.

- Senhor, como julgar o ignorante?

- Está condenado aos bons livros.

- E o fanático?

- Está condenado a ser ouvido e interpretado com tolerância e caridade, até que aprenda a libertar a própria alma.

- Mestre, e que diretrizes adotar, ante um ladrão?

- Está condenado à oficina e à escola, sob vigilância benéfica.

- E se o ladrão é um assassino?

- Está condenado ao hospício, onde se lhe cure a mente envenenada.

O magistrado passou a meditar gravemente e lembrou-se de que deveria modificar todas as peças do tribunal, substituindo a discriminação de castigos diversos por remédio, serviço, fraternidade e educação.

Todavia, não se sentindo bem com a própria consciência, endereçou ao Senhor suplicante olhar, e perguntou, depois de longos instantes:

- Mestre, e de mim mesmo, que farei?

Jesus sorriu, ainda uma vez, e disse, sereno:

- O cristão está condenado a compreender e ajudar, amar e perdoar, educar e construir, distribuir tarefas edificantes e bênçãos de luz renovadora, onde estiver.

Nesse momento, o juiz acordou em lágrimas e, de posse da sublime lição que recebera, reconheceu que, dali em diante, seria outro homem.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 27 de março de 2010


Oração da Vida

A vida é uma oportunidade. Aproveite-a.

A vida é uma beleza. Admire-a.

A vida é um sonho. Faça que se torne realidade.

A vida é um desafio. Enfrente-o.

A vida é um dever. Cumpra-o.

A vida é preciosa. Cuide dela.

A vida é riqueza. Conserve-a.

A vida é um mistério. Explore-o.

A vida é promessa. Tenha esperança.

A vida é tristeza. Supere.

A vida é um hino. Cante-o.

A vida é um combate. Vença.

A vida é uma aventura. Conduza-a.

A vida é felicidade. Mereça-a.

A vida é vida. Defenda-a.


Madre Tereza de Calcutá

AJUDA-ME A SER FELIZ!

Jesus amado; sei que vivo em um mundo de provas e expiações e onde a felicidade não é possível senão por breves momentos...

Na dificuldade do dia a dia, percebo o quanto eu me esforço para alcançá-la, lançando mão, para isso, de todos os recursos possíveis, de todas as armas, de todos os ardis, sempre em vão...

A felicidade, Senhor, chega aos pedaços, sem avisar e se vai inteira, sem adeus, sem se importar com o que eu faço para retê-la no coração!...

Nunca consigo alcançá-la, do modo como eu gostaria.

Por isso, peço-lhe, Jesus, me ajude a ser feliz conforme tua orientação e não conforme meus desejos...

Mostre-me onde está a felicidade e dê-me forças para conquistá-la; diga-me o que devo fazer para ser feliz nesta vida e de que modo devo proceder para afastar o tédio, a tristeza e o desencanto que não deixam meu coração em paz...

Apenas sei que não posso prosseguir assim, entre a luz e a sombra, sem sentir prazer maior no que faço, sem encantar-me com quase nada, sem sorrir, sem experimentar emoções maiores e melhores, sem ser eu mesmo em momento algum...

Pressinto em mim, Jesus, que posso muito mais do que tenho feito; que sou capaz de amar infinitamente, de sorrir e contagiar, de ter e conquistar, de encantar e me encantar, de ser alguém capaz de amar e ser amado e só por isso, dar e receber felicidade.


Mas preciso de auxílio, de sua mão para o primeiro passo.

Ajuda-me a ser feliz, Senhor!

Abre-me o coração à simplicidade e à caridade; faz-me dócil ao teu comando, que é sempre o meu melhor bem, e me ampara o entendimento ainda tão frágil...

Mostre-me onde está a felicidade real e desvia meus olhos do poder das fortunas, da tentação dos corpos, do vício das paixões, das artimanhas do consumismo, da ilusão do mundo...

Ampara-me, Jesus amado, para que eu possa experimentar desde já, senão a felicidade que desejo, ao menos a paz e o contentamento que percebo inalteráveis naqueles que te seguem, e que assim o são porque aceitam a felicidade que Tu lhes dás!...

Assim seja!


Psicografia do Instituto André Luiz, em 26.10.2002

sexta-feira, 26 de março de 2010


BENEVOLÊNCIA


Traduzindo benevolência por fator de equilíbrio, nas relações humanas, vale confrontar as atitudes infelizes com os obstáculos que afligem o espírito, na caminhada terrestre.

Aprendamos sinonímia de ordem moral, no dicionário da Natureza:

Crítica destrutiva – labareda sonora.

Azedume – estrada barrenta.

Irritação – atoleiro comprido.

Indiferença – garoa gelada.

Cólera – desastre à vista.

Calúnia - estocada mortal.

Sarcasmo – pedrada a esmo.

Injúria – espinho infecto.

Queixa repetida – tiririca renitente.

Conversa desnecessária – vento inútil.

Preconceito – fruto bichado.

Gabolice – poeira grossa.

Lisonja – veneno doce.

Engrossamento – armadilha pronta.

Aspereza – casca espinhosa.

Pornografia – pântano aberto.

Despeito – serpente oculta.

Melindre – verme dourado.

Inveja – larva em pencas.

Pessimismo - chuva de fel.

Espiritualmente, somos filtros do que somos.

Cada pessoa recebe aquilo que distribui.

Se esperamos pela indulgência alheia, consignemos as manifestações que nos pareçam indesejáveis e, evitando-as com segurança, saberemos cultivar a benevolência, no trato com o próximo, para que a benevolência se nos faça auxílio incessante, através dos outros.


Livro: Brilhe Vossa Luz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 25 de março de 2010


Amigos Distantes

Ter um bom amigo é um dos maiores prazeres da vida. Contudo, ser bom amigo é um dos mais nobres e mais difíceis compromissos.

Nos dias que vivemos, parece que esse compromisso vai se tornando mais raro.

Crescemos ao lado de alguém, ou nos conhecemos no decorrer da vida, parecendo às vezes que esta amizade vem de outras vidas.

Então, um dia, motivos profissionais, familiares ou outros, nos remetem a outras paragens, muito distantes dos amigos.

Os anos passam, as tarefas se multiplicam, a vida nos envolve com tantas coisas, e o tempo vai se tornando sempre mais curto para os amigos... Tão distantes.

Por isso, algumas dicas podem ser colocadas em prática, a fim de não se perder essa preciosidade que se chama amizade.

Primeiro: marque encontros.

A freqüência com que você poderá fazer isso dependerá de tempo, distância, finanças e muitos outros fatores.

Contudo, se não for possível sempre, procure estar pessoalmente presente ao menos de vez em quando.

Segundo: invista na empresa de telefonia.

O telefone pode se tornar uma linha viva de comunicação entre amigos que estão longe um do outro.

Terceiro: use a tecnologia.

Utilize o SMS, o computador para enviar mensagens. Mande e-mails, mas não fique copiando e-mails enormes da internet, mensagens de outros.

Escreva você mesmo, com suas palavras. Isso vale muito mais.
Mensagens retiradas da internet são recebidas às dezenas, duplicadas ou triplicadas. Não têm o mesmo valor.

O seu e-mail será único e é isso que importa para a amizade.

Quarto: envie fotos
.
Este é um modo excelente do amigo saber como estamos. Faça cópias de fotos suas, em diferentes lugares, em diversas situações e mande, vez ou outra, aos amigos.

Não esqueça de escrever uma notinha no verso. Reconhecer sua letra será sempre emocionante.

Quinto: combinem para encontrar-se.

Encontrem-se em algum lugar, marque um almoço, um breve café, mesmo que seja rápido; renovará a amizade.

Coloquem o papo em dia. Recordem bons momentos e produzam outros tantos para recordar no futuro.

Sexto: pelo menos diga “oi”.

Se você estiver muito ocupado, atolado em papéis e obrigações, sem tempo para respirar;

Se achar que não tem condições de escrever ou telefonar, mesmo assim separe cinco minutos para escrever num cartão postal “oi, tudo bem?”.

Ou então, apanhe o telefone e pergunte: “tudo bem, aí? Estou com saudades”.

Mantenha as linhas de comunicação abertas.

Sétimo: ore pelos seus amigos.

A oração estabelece linhas de comunicação invisíveis, ao tempo em que, igualmente, estará rogando a proteção dos céus ao amigo que, por vezes, está passando por situação dolorosa.

Ore sempre e com fidelidade. Recomende seus amigos a Deus, aos bons espíritos.

É possível que você não consiga seguir todos esses itens, mas tente, começando ao menos com um deles.

Porque o único meio de conservar um amigo é ser amigo.

Invista na bolsa de valores da amizade, todos os dias. Os lucros sempre serão compensadores.

Lembre-se: amigo verdadeiro é aquele que compartilha todas as tristezas e as alegrias.

Seja amigo!

O amigo alegre é como um dia de sol, que lança seu brilho em tudo à volta.

Seja um dia de sol, todos os dias.


Fonte: M. Espírita

quarta-feira, 24 de março de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 9 - Bem Aventurados os Mansos e Pacíficos

I - A Afabilidade e a Doçura

LÁZARO - Paris, 1861


6 – A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação. Entretanto, nem sempre se deve fiar nas aparências, pois a educação e o traquejo do mundo podem dar o verniz dessas qualidades. Quantos há, cuja fingida bonomia é apenas uma máscara para uso externo, uma roupagem cujo corte bem calculado disfarça as deformidades ocultas! O mundo está cheio de pessoas que trazem o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são doces, contanto que ninguém as moleste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, doirada quando falam face a face, se transforma em dardo venenoso, quando falam por trás.

A essa classe pertencem ainda esses homens que são benignos fora de casa, mas tiranos domésticos, que fazem a família e os subordinados suportarem o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como para compensar o constrangimento a que se submetem lá fora. Não ousando impor sua autoridade aos estranhos, que os colocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vaidade se satisfaz com o poderem dizer: “Aqui eu mando e sou obedecido”, sem pensar que poderiam acrescentar, com mais razão: “E sou detestado”.

Não basta que os lábios destilem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente. É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabe que se podem enganar os homens pelas aparências, não podem enganar a Deus.

terça-feira, 23 de março de 2010


A Paz Em Você


A palavra paz costuma estar nos discursos de todas as pessoas.

Seja o político influente, o religioso, a mãe de família, o patrão ou o empregado, todos afirmam desejar a paz.

Contudo, é comum a percepção de que a paz é algo que se produz no exterior e por obra de outros.

Deseja-se a paz à custa de atos alheios.

Se ela não se faz presente, entende-se que a culpa é de terceiros.

Culpa-se o governo pelos estrépitos das ruas.

Culpam-se os políticos pela cultura de desonestidade que prejudica a tranqüilidade.

Sempre são os outros os responsáveis.

Entretanto, toda realização legítima e duradoura começa no indivíduo.

As idéias surgem nas mentes de alguns, alastram-se, convertem-se em atos e gradualmente tomam corpo no meio social.

Toda conquista positiva perfaz esse caminho para se converter de idéia de poucos em realidade de muitos.

Com a paz não pode ser diferente.

Mas, em relação a ela, ainda há uma peculiaridade.

A genuína pacificação se opera no íntimo do ser.

O exterior tumultuado pode constituir um desafio à preservação da harmonia interior.

Ocorre que o silêncio do mundo não induz à paz interna.

Em geral, quem tem a consciência pesada busca se agitar bastante, a fim de não se deter na própria realidade.

Como algo interno, a paz legítima é uma construção pessoal e intransferível.

Ninguém se pacifica à custa do semelhante.

Um ser iluminado pode dar exemplos, conselhos e lições.

Contudo, pacificar-se é um processo de dignificação, que só o próprio interessado pode realizar.

Ele pressupõe a compreensão de que atos indignos sempre têm tristes conseqüências.

Ninguém adquire plenitude interior sem agir com dignidade e sem dominar seus pensamentos e sentimentos.

A entrega ao crepitar das paixões apenas complica a existência.

Os gozos mundanos são momentâneos, ao passo que a lembrança do que se fez dura bastante.

Não há como viver em paz e desfrutar de vantagens indevidas, prejudicar os semelhantes e fazer o que a consciência reprova.

O requisito básico da paz é a tranqüilidade de consciência.

Para isso, é preciso tornar-se senhor da própria vontade.

Hábitos de longa data não somem em um repente.

Enquanto eles são dominados, a vontade precisa ser firme.

Para não viver torturado por desejos ilícitos, também se impõe deter o olhar no que de belo há no mundo.

Sem angústia, mas com a firme intenção de corrigir-se aos poucos, direcionar a própria atenção e o próprio querer para atividades dignas.

Devagar, surge o prazer de ser trabalhador, digno e bondoso.

Como resultado, faz-se a paz no íntimo do ser.


Fonte: M. Espírita.

segunda-feira, 22 de março de 2010


Não Desistir Jamais

Você já pensou em abandonar algum compromisso, alguma atividade antes de acabá-la, só porque estava difícil demais?

Já se viu desistindo de resolver um grande problema, porque ele se mostrou maior do que você estava disposto a solucionar?

Talvez muitos de nós já tenhamos passado por alguma dessas situações. O de desistir de algo, de algum intento, de algo previamente planejado.

Algumas vezes o motivo é o cansaço, outros o desestímulo, ainda pode ser a falta de perspectiva... Seja qual for a causa, o resultado é sempre o mesmo: tarefa inacabada, tarefa adiada.

Nosso livre-arbítrio nos permite tal ação, mas a resposta da vida será sempre a mesma: em algum momento, nos encontraremos novamente com o compromisso, a fim de concluí-lo.

Quanto mais importante for o compromisso adiado, mais tormentos e dificuldades, e mais energia vai-nos exigir para a sua continuidade.

Será sempre mais trabalhoso retomar o compromisso mais tarde pois, ao abandoná-lo, ele não se extingue, apenas continua lá, do mesmo tamanho e tão desafiador como sempre.

Desses compromissos que, algumas vezes pensamos em adiar, abandonar, fugir, sem dúvida, o maior deles é a própria vida.

Você já se deu conta de que viver é um grande compromisso de nós para conosco mesmo e para com Deus?

Ninguém vive por acaso, por obra do acaso e de maneira aleatória.

A vida de cada um de nós é experiência de extrema importância em nossa história de Espíritos imortais.

A cada vida, um planejamento, uma programação, sob a tutela e os cuidados da Providência Divina, para que tudo ocorra da melhor maneira possível.

Dessa forma, é natural que, para nossa vida, também estejam programados embates, desafios, alguns dissabores... São os resultados do ontem refletindo no hoje.

Mas todas as experiências que a vida nos oportuniza são para aprendizado, nada ao acaso, nada tempo perdido.

Por isso, evadir-se da vida pelo caminho infeliz do suicídio é opção insensata dos que imaginam que todos os nossos problemas se solucionarão ao darmos as costas para eles.

Os problemas não só continuarão, como estarão aguardando nossas ações para sua solução, em momento oportuno.

É ilusão imaginar que a morte irá trazer a solução dos problemas. Pelos caminhos tristes do suicídio, ela nos trará apenas a decepção para quem se iludiu, imaginando que a vida acaba com a morte do corpo, esquecendo-se que a alma permanece.

Os nossos problemas são os mais adequados para a nossa estrutura emocional e para nossas capacidades.

Ninguém no mundo está abandonado. Deus, como Pai amantíssimo, cuida de cada um de nós, com um desvelo que poucas vezes nos damos conta.

Se algum dia tal idéia infeliz lhe passou pela cabeça, liberte-se dessa infame ilusão, pois que, por esses caminhos, a morte nada lhe trará a não ser a certeza de que tudo o que você quer abandonar hoje, terá que ser retomado mais tarde, sob a injunção de maiores dificuldades e dores.

Sem dúvida, o dia de hoje, o momento atual, é o mais adequado, favorável e feliz para a solução dos seus problemas.

Fonte: M. Espírita.

domingo, 21 de março de 2010


A CONTA DA VIDA


Quando Levindo completou vinte e um anos, a Mãezinha recebeu-lhe os amigos, festejou a data e solenizou o acontecimento com grande alegria.

No íntimo, no entanto, a bondosa senhora estava triste, preocupada.

O filho, até à maioridade, não tolerava qualquer disciplina. Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Aprendera as primeiras letras, a preço de muita dedicação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna.

Recusava bons conselhos e inclinava-se, francamente, para o desfiladeiro do vício.

Nessa noite, todavia, a abnegada Mãe orou, mais fervorosa, suplicando a Jesus o encaminhasse à elevação moral. Confiou-o ao Céu, com lágrimas, convencida de que o Mestre Divino lhe ampararia a vida jovem.

As orações da devotada criatura foram ouvidas, no Alto, porque Levindo, logo depois de arrebatado pelas asas do sono, sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual, a exibir largo documento na mão.

Intrigado, o rapaz perguntou-lhe a que devia a surpresa da semelhante visita.

O emissário fitou nele os grandes olhos e respondeu:

- Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora, em teu proveito.

- Até hoje, para sustentar-te a existência, morreram, aproximadamente, 2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos de 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidos pela tua, relacionando-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comeste 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. Além disto, não relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos e doações de teu pai, os obséquios dos amigos e as atenções de vários benfeitores que te rodeiam. Em troca, que fizeste de útil? Não restituíste ainda à Natureza a mínima parcela de teu débito imenso. Acreditas, porventura, que o centro do mundo repousa em tuas necessidades individuais e que viverás sem conta nos domínios da Criação? Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Não permitas que a ociosidade te paralise o coração e desfigure o espírito!...

O moço, espantado, passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e, sob forte espanto, acordou...

Amanhecera.

O sol de ouro como que cantava em toda parte um hino glorioso ao trabalho pacífico.

Levindo escapou da cama, correu até à genitora e exclamou:

- Mãezinha, arranje-me serviço! Arranje-me serviço!...

- Oh! meu filho – disse a senhora num transporte de júbilo -, que alegria! Como estou contente!... Que aconteceu?

E o rapaz, preocupado, informou:

- Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.

Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil.



Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 20 de março de 2010


Súplica ao Mestre


Jesus, Divino e amado Mestre,

Tu que ao mundo trouxeste

Os ensinamentos da caridade,

Do Amor e do Perdão,

Nesta hora de aflição

Rogamos-te compaixão

Para toda a humanidade,

Pois, só com a tua luza,

Querido Mestre Jesus,

Poderemos encontrar

Paz e felicidade.


Jesus, Divino e amado Mestre,

Tu que a este mundo vieste

Trazer do Pai a Verdade,

Ajuda-nos, por caridade,

Carregar a nossa cruz,

Pois, sem o teu auxílio.

Ó amado Mestre Jesus,

Jamais sairemos

Deste reparado exílio

Com um pouco mais de luz.


Jesus, Divino e amado Mestre,

Tu que presidiste a formação

Deste muito terrestre,

E aos filhos deste

Teu próprio coração,

Vem nestes momentos

De grande atribulação

Trazer consolação

Para nossos sofrimentos.


Jesus, Divino e amado Mestre,

Que a tua luz penetre

Em nosso entendimento,

E que possamos propagar

E também exemplificar,

De todo o coração,

Teu grande ensinamento

Do Amor e do Perdão.


Que assim seja.


Autor Desconhecido

COM JESUS E COM KARDEC


O espírita antigamente,
Nas visões em que me interno,
Fosse na rua ou no lar
Era muito mais fraterno.


Os templos eram humildes
Construções de alvenaria.
Sob a luz da mesma fé,
Tudo vibrava harmonia.


Cultivava-se o respeito
Pela Codificação.
Hoje dizem que Kardec
Necessita revisão.


Nos artigos dos jornais,
Sempre se tinha o que ler.
Agora é o ataque mútuo,
Provocando-se a valer...


Até mesmo para o passe
Inventaram que a Doutrina é livre
E vão prescrevendo as normas...


Aos caminhos de quem serve,
Chega a crítica mais cedo
E, por isso, de ser médium
Muita gente anda com medo.


Eu sei que lendo os meus versos
Ainda alguém vai falar:
-“Foi algum obsessor
Que tomou o seu lugar...”


De fato, os tempos são outros.
O progresso é natural.
Mas não percamos de vista
A pureza original.


Recordando, meus amigos,
O que houve ao Cristianismo,
Procuremos trabalhar
Deixando tanto modismo.


Aqui paro e vou cantando
Na estrada que me conduz:
Sou um “espírita de ontem”,
Com Kardec e com Jesus.


Eurícledes Formiga

sexta-feira, 19 de março de 2010


BUSCANDO A FELICIDADE

A felicidade pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pode existir na alma humana, quando a criatura compreender que a felicidade verdadeira é sempre aquela que conseguimos criar para a felicidade do próximo.

O primeiro passo, porém, para a aquisição de semelhante riqueza é o nosso entendimento das leis que nos regem, para que o egoísmo e a ambição não nos assaltem a vida.

O negociante que armazena toneladas de arroz, com o propósito de lucro fácil, não poderá ingeri-lo, senão na quantidade de alguns gramas por refeição.

O dono da fábrica de tecidos, interessado em reter o agasalho devido a milhões, não vestirá senão um costume exclusivo para resguardar-se contra a intempérie.

E o proprietário de extensas vilas, que delibera locupletar-se com o suor dos próprios irmãos, não poderá habitar senão uma casa só e ocupar, dentro dela, um só aposento para o seu próprio repouso.

Tudo na existência está subordinado a princípios que não podemos desrespeitar sem dano para nós mesmos, e, por esse motivo, a felicidade pura e simples é aquela que sabe retirar da vida os seus dons preciosos sem qualquer insulto ao direito ou à necessidade dos semelhantes.

Assim, pois, tudo aquilo que amontoamos, no mundo, em torno de nós, a pretexto de desfrutar privilégios e favores com prejuízo dos outros, redunda sempre em perigosa ilusão a envenenar-nos o espírito.

Felicidade é como qualquer recurso que só adquire valor quando em circulação em benefício de todos.

Em razão disso, saibamos dar do que somos e a distribuir daquilo que retemos, em favor dos que nos partilham a marcha, porque somente a felicidade que se divide é aquela que realmente se multiplica para ser nossa alegria e nossa luz, aqui e além, hoje e sempre.


Livro: Inspiração – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 18 de março de 2010


SIGA FELIZ


Viva em paz com a sua consciência.


Sempre que você se compare com alguém, evite orgulho e desprezo, reconhecendo que em todos os lugares existem criaturas, acima ou abaixo de sua posição.


Consagre-se ao trabalho que abraçou realizando com ele o melhor que você possa, no apoio ao bem comum.


Trate o seu corpo na condição de primoroso instrumento, ao qual se deve a maior atenção no desempenho da própria tarefa.


Ainda que se veja sob graves ofensas, não guarde ressentimento, observando que somos todos, espíritos em evolução na Terra, suscetíveis de errar.


Cultive sinceridade com bondade para que a franqueza agressiva não lhe estrague belos momentos no mundo.


Procure companhias que lhe possam doar melhoria de espírito e nobreza de sentimentos.


Converse humanizando ou elevando aquilo que se fala.


Não exija da vida aquilo que a vida ainda não lhe deu, mas siga em frente no esforço de merecer a realização dos seus ideais.


E, trabalhando e servindo sempre você obterá prodígios, no tempo, com a bênção de Deus.


Livro: Momentos de Ouro – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

quarta-feira, 17 de março de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 5 – Bem Aventurados Os Aflitos

III - A Felicidade Não É Deste Mundo

20 – Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! Exclama geralmente o homem, em toda as posições sociais. Isto prova, meus caros filhos, melhor que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”. Com efeito, nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor, são condições essenciais da felicidade. Digo mais: nem mesmo a reunião dessas três condições, tão cobiçadas, pois que ouvimos constantemente, no seio das classes privilegiadas, pessoas de todas as idades lamentarem amargamente a sua condição de existência.


Diante disso, é inconcebível que as classes trabalhadoras invejem com tanta cobiça a posição dos favorecidos da fortuna. Neste mundo, seja quem for, cada qual tem a sua parte de trabalho e de miséria, seu quinhão de sofrimento e desengano. Pelo que é fácil chegar-se à conclusão de que a Terra é um lugar de provas e de expiações.


Assim, pois, os que pregam que a Terra é a única morada do homem, e que somente nela, e numa única existência, lhe é permitido alcançar o mais elevado grau de felicidade que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam aqueles que os ouvem. Basta lembrar que está demonstrado, por uma experiência multissecular, que este globo só excepcionalmente reúne as condições necessárias à felicidade completa do indivíduo.


Num sentido geral, pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia, a cuja perseguição se lançam as gerações, sucessivamente, sem jamais a alcançarem. Porque, se o homem sábio é uma raridade neste mundo, o homem realmente feliz não se encontra com maior facilidade.


Aquilo em que consiste a felicidade terrena é de tal maneira efêmera para quem não se guiar pela sabedoria, que por um ano, um mês, uma semana de completa satisfação, todo o resto da existência se passa numa seqüência de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos que estou falando dos felizes da Terra, desses que são invejados pelas massas populares.


Conseqüentemente, se a morada terrena se destina a provas e expiações, é forçoso admitir que existem, além, moradas mais favorecidas, em que o Espírito do homem, ainda prisioneiro de um corpo material, desfruta em sua plenitude as alegrias inerentes à vida humana. Foi por isso que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão um dia gravitar, quando estiverdes suficientemente purificados e aperfeiçoados.


Não obstante, não se deduza das minhas palavras que a Terra esteja sempre destinada a servir de penitenciária. Não, por certo! Porque, do progresso realizado podeis facilmente deduzir o que será o progresso futuro, e das melhoras sociais já conquistadas, as novas e mais fecundas melhoras que virão. Essa é a tarefa imensa que deve ser realizada pela nova doutrina que os Espíritos vos revelaram.


Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime, e que cada um dentre vós se despoje energicamente do homem velho.


Entregai-vos inteiramente à vulgarização desse Espiritismo, que já deu início à vossa própria regeneração. É um dever fazer vossos irmãos participarem dos raios dessa luz sagrada. À obra, portanto, meus caros filhos! Que nesta reunião solene, todos os vossos corações se voltem para esse alvo grandioso, de preparar para as futuras gerações um mundo em que felicidade não seja mais uma palavra vã.

FRANÇOIS NICOLAS MADELAINE - Cardeal Morlot, Paris, 1863


terça-feira, 16 de março de 2010


REGRAS DE FELICIDADE


Lembre-se de que os outros são pessoas que você pode auxiliar, ainda hoje, e das quais talvez amanhã mesmo você precisará de auxílio.

Todo solo responde não somente conforme a plantação, mas também segundo os cuidados que recebe.

Aqueles que renteiam conosco nas mesmas trilhas evolutivas assemelham-se a nós, carregando qualidades adquiridas e deficiências que estão buscando liquidar e esquecer.

Reflita nos arranhões mentais que você experimenta quando alguém se reporta irrefletidamente aos seus problemas e aprenda a respeitar os problemas alheios.

Pensemos no bem e falemos no bem, destacando o lado bom dos acontecimentos, pessoas e coisas.

Toda vez que agimos contra o bem, criamos oportunidades para a influência do mal.

Mostremos o melhor sorriso - o sorriso que nos nasça do coração - sempre que entrarmos em contato com os outros.

Ninguém estima transitar sobre tapetes de espinhos.

Evitemos discussões.

Diálogo, na essência, é intercâmbio.

Se você tem algo de bom a realizar, não se atrase nisso.

Hoje é o tempo de fazer o melhor.

Estime a tarefa dos outros, prestigiando-a com o seu entusiasmo e louvor na construção do bem.

Criar alegria e segurança nos outros é aumentar o nosso rendimento de paz e felicidade.

Não contrarie os pontos de vista dos seus interlocutores.

Podemos ter luz em casa sem apagar a lâmpada dos vizinhos.

Você é uma instituição com objetivos próprios dentro da Vida, a Grande Instituição de Deus.

Os amigos são seus clientes e se você procura ajudá-los, eles igualmente ajudarão você.

Se você sofreu derrotas e contratempos, apenas se deterá se quiser.

A Divina Providência jamais nos cerra as portas do trabalho e, se passamos ontem por fracassos e dificuldades em nossas realizações, o Sol a cada novo dia nos convida a recomeçar.


Livro: Na era do Espírito – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

segunda-feira, 15 de março de 2010


PERANTE A FELICIDADE


O problema da felicidade está sempre condicionada ao foro íntimo.

E porque, ainda mesmo nos assuntos mais transcendentes, não podemos prescindir da simplicidade, em auxílio à nossa argumentação, invocamos a natureza, em cujos degraus evolutivos, é possível observar as crisálidas de consciência nas limitações relativas a que se ajustam.

Vemos que cada ser nos círculos inferiores à escola humana, possui as alegrias que lhe são próprias.

Para o corvo, a felicidade é a penetração nos detritos.

Para a serpente, é a absorção do veneno com que se fortalece na defensiva.

Para a coruja é a excursão nas trevas.

Para a lesma é a ociosidade incessante.

Para a andorinha é o culto da primavera onde a primavera fulgure.

Para a fonte é o serviço a todos.

Para a árvore é a incansável beneficência.

Para o sol é o privilegio de servir em luminosa doação de si mesmo.

Cada espírito, qual acontece aos elementos mais simples, demora-se mais ou menos na atitude mental que se lhe afigura como sendo a aspiração satisfeita.

Para muitos, a felicidade é a imersão na preguiça e no ódio, na discórdia e na crueldade, na penúria e na ignorância, no desalento e na rebeldia.

Entretanto, para as almas acordadas na Revelação do Cristo, a felicidade é a construção de si mesmas para a comunhão ideal com Deus.

Se já despertaste para a verdade, aceita o trabalho e a renúncia, as aflições e as penas da estância física por abençoado material de tua própria edificação.

E, aprendendo e servindo infatigavelmente, sem qualquer inventário de sacrifício e sem qualquer preocupação pelo tempo adequado ao reajuste, conseguirás o equilíbrio interior, tecendo com a própria luta, as asas com que livrarás nos cimos da vida, em pleno triunfo.


Livro: Nós - Médium: Chico Xavier - Espírito: Emmanuel.

domingo, 14 de março de 2010


A RESPOSTA CELESTE


Solicitando Bartolomeu esclarecimentos quanto às respostas do Alto às súplicas dos homens, respondeu Jesus para elucidação geral:

— Antigo instrutor dos Mandamentos Divinos ia em missão da Verdade Celeste, de uma aldeia para outra, profundamente distanciadas entre si, fazendo-se acompanhar de um cão amigo, quando anoiteceu, sem que lhe fosse possível prever o número de milhas que o separavam do destino.

Reparando que a solidão em plena Natureza era medonha, orou, implorando a proteção do Eterno Pai, e seguiu.

Noite fechada e sem luar, percebeu a existência de larga e confortadora cova, à margem da trilha em que avançava, e acariciando o animal que o seguia, vigilante, dispôs-se a deitar-se e dormir.

Começou a instalar-se, pacientemente, mas espessa nuvem de moscas vorazes o atacou, de chofre, obrigando-o a retomar o caminho.

O ancião continuou a jornada, quando se lhe deparou volumoso riacho, num trecho em que a estrada se bifurcava.

Ponte rústica oferecia passagem pela via principal, e, além dela, a terra parecia sedutora, porque, mesmo envolvida na sombra noturna, semelhava-se a extenso lençol branco.

O santo pregador pretendia ganhar a outra margem, arrastando o companheiro obediente, quando a ponte se desligou das bases, estalando e abatendo-se por inteiro.

Sem recursos, agora, para a travessia, o velhinho seguiu pelo outro rumo, e, encontrando robusta árvore, ramalhosa e acolhedora, pensou em abrigar-se, convenientemente, porque o firmamento anunciava a tempestade pelos trovões longínquos.

O vegetal respeitável oferecia asilo fascinante e seguro no próprio tronco aberto.

Dispunha-se ao refúgio, mas a ventania começou a soprar tão forte que o tronco vigoroso caiu, partido, sem remissão.

Exposto então à chuva, o peregrino movimentou-se para diante.

Depois de aproximadamente duas milhas, encontrou um casebre rural, mostrando doce luz por dentro, e suspirou aliviado.

Bateu à porta.

O homem ríspido que veio atender foi claro na negativa, alegando que o sítio não recebia visitas à noite e que não lhe era permitido acolher pessoas estranhas.

Por mais que chorasse e rogasse, o pregador foi constrangido a seguir além.

Acomodou-se, como pode, debaixo do temporal, nas cercanias da casinhola campestre; no entanto, a breve espaço, notou que o cão, aterrado pelos relâmpagos sucessivos, fugia a uivar, perdendo-se nas trevas.

O velho, agora sozinho, chorou angustiado, acreditando-se esquecido por Deus e passou a noite ao relento.

Alta madrugada, ouviu gritos e palavrões indistintos, sem poder precisar de onde partiam.

Intrigado, esperou o alvorecer e, quando o Sol ressurgiu resplandecente, ausentou-se do esconderijo, vindo a saber, por intermédio de camponeses aflitos, que uma quadrilha de ladrões pilhara a choupana onde lhe fora negado o asilo, assassinando os moradores.

Repentina luz espiritual aflorou-lhe na mente.

Compreendeu que a Bondade Divina o livrara dos malfeitores e que, afastando dele o cão que uivava, lhe garantira a tranqüilidade do pouso.

Informando-se de que seguia em trilho oposto à localidade do destino, empreendeu a marcha de regresso, para retificar a viagem, e, junto à ponte rompida, foi esclarecido por um lavrador de que a terra branca, do outro lado, não passava de pântano traiçoeiro, em que muitos viajores imprevidentes haviam sucumbido.

O velho agradeceu o salvamento que o Pai lhe enviara e, quando alcançou a árvore tombada, um rapazinho observou-lhe que o tronco, dantes acolhedor, era conhecido covil de lobos.

Muito grato ao Senhor que tão milagrosamente o ajudara, procurou a cova onde tentara repouso e nela encontrou um ninho de perigosas serpentes.

Endereçando infinito reconhecimento ao Céu pelas expressões de variado socorro que não soubera entender, de pronto, prosseguiu adiante, são e salvo, para desempenho de sua tarefa.

Nesse ponto da curiosa narrativa, o Mestre fitou Bartolomeu demoradamente e terminou: — O Pai ouve sempre as nossas rogativas, mas é preciso discernimento para compreender as respostas d’Ele e aproveitá-las.


Livro Jesus no Lar, lição 28 - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 13 de março de 2010


POR AFETO


Reclamamos, Senhor, da falta de afeto dos outros em relação a nós...

Seremos, no entanto, afetuosos para com eles, os irmãos dos quais nos queixamos?

É possível que não, porque terra cultivada é terra que produz.

Na maioria das vezes, queremos receber sem dar...

Colocamo-nos apenas e tão-somente na condição receptiva

Não amamos e queremos ser amados.

Não somos atenciosos e esperamos atenção.

Não permutamos afeto por carinho...

A ternura sempre vence o coração mais endurecido.

A mão de alguém que se estende é o comando irresistível de outra mão que se movimenta em sua direção...

Torna-nos, Mestre, afetuosos e dóceis para com todos!

Que assim seja.


Livro: Preces e Orações – Médium: Carlos A. Baccelli – Espírito: Irmão José.

O Segredo da Felicidade


O evangelho de Jesus espalha
Algo que traz a grande solução.
Para encontrar a verdadeira felicidade
É preciso a autotransformação.

Não basta se dirigir à Igreja
E orar com muito fervor.
Não basta ir ao centro espírita
E estudar a vida com muito ardor.

É preciso destruir o homem velho
Que vive ainda conosco.
É Preciso fazer nascer o homem novo
Ensinado por JESUS “o salvador”.

É preciso distribuir gentilezas
E amar de verdade o seu irmão.
É preciso viver não de aparências
Essa é a grande solução!

Para seguir Jesus existe uma fórmula
Que é simples mais exige perseverança
Amar a Deus sobre todas as coisas
E ao próximo com temperança...

Não basta dizer: “senhor, senhor”!
Para entrar no reino dos céus
É preciso se esforçar com muito amor
Para que o mestre em nós, exerça o seu papel.

Reynollds Augusto

sexta-feira, 12 de março de 2010


Felicidade Difícil


O perdão autêntico é semelhante a uma luz que se acende no escuro da incompreensão e da intolerância, descortinando novos caminhos na construção da paz e da alegria.


Herança de amor que o Mestre nos, legou,o perdão desarma todas as investidas do ódio, impedindo o avanço da violência.


Quem perdoa incondicionalmente, demonstra superioridade moral, porquanto sabe que o ofensor desconhece as conseqüências infelizes que o esperam.


Os que não perdoam, trazem o coração carregado de aflições e dúvidas, amarguras e temores, porque o Ressentimento é um dos maiores entraves à tranqüilidade da alma.


Perdoar é harmonizar-nos com a vida, permitindo que apenas o bem nos influencie o destino.


Não tenhamos nada contra ninguém e façamos o possível para não ferir os outros.


Sejamos felizes, compreendendo e perdoando aqueles que, somente à custa de duros e repetidos reveses, aprenderão por sua vez que para quem não se dispõe a perdoar e compreender, a felicidade se lhes faz muito difícil.


Livro: Tende Bom Ânimo – Médium: Chico Xavier – Espírito: Odilon Fernandes.

Fonte da imagem: Internet

quinta-feira, 11 de março de 2010


O Tesouro Oculto

Em determinada parábola, Jesus compara o Reino dos Céus a um tesouro oculto no campo.


Ele afirma que um homem achou e escondeu um tesouro.

Depois, tomado de regozijo, vendeu tudo o que possuía e comprou aquele campo.

A lição é por demais clara: quem tem a ventura de achar o Reino dos Céus não hesita em dispor de todos os seus bens para adquiri-lo.

Esse tesouro é apenas a alma humana, em sua plenitude evolutiva.

Afinal, em outro trecho do Evangelho, Jesus afirma que o Reino dos Céus está dentro de nós.

Ou seja, o Reino dos Céus não é um local no espaço, mas algo que se constrói no íntimo do ser.
Em geral, o homem procura edificar sua felicidade sobre coisas materiais.


Ele entende que ser feliz depende de riqueza, beleza, fama e saúde.

Entretanto, tais bens, conquanto desejáveis, são precários e incertos.

Eles duram, no máximo, uma existência física, que raramente ultrapassa 70 anos.

Ainda assim, um incêndio, uma enchente, uma quebra da bolsa ou alguns poucos micróbios podem fazê-los desaparecer.

Para milhões de criaturas permanece oculto o real tesouro que podem possuir.

Ele consiste nos dons espirituais e nos gozos inefáveis que propiciam.

Tais bens são os únicos valores reais e duradouros, que acompanham para sempre a criatura que deles se apossa.

Trata-se da compaixão, da pureza, da dignidade, do amor ao trabalho, da humildade, dentre outras virtudes cristãs.

A vivência dessas virtudes proporciona paz e ventura em níveis inimagináveis por quem ainda não as desenvolveu.

Elas representam o tesouro que nenhum ladrão pode roubar.

A ventura que propiciam não depende de elementos externos.

Há o exemplo notório dos mártires dos primeiros tempos do Cristianismo.

Eles afrontaram as feras no circo com o semblante luminoso e entoando hinos de louvor.

Ao contrário do que talvez pense o homem mundano, não se tratava de fanatismo.

Eram apenas criaturas que sabiam das realidades espirituais.

Ante a glória da espiritualidade que se avizinhava, os prazeres terrenos nada representavam.

Por isso, não hesitaram em sacrificar a própria vida em defesa do ideal que esposavam.

Tal é o sentido da parábola, quando diz que o homem se desfez de tudo para adquirir o campo onde o tesouro estava.

Não se cuida de menosprezar os bens terrenos, mas de entendê-los meros instrumentos de construção do bem real.

De nada vale enriquecer à custa de indignidades.

Ao contrário, se para viver de forma honrosa e solidária for necessário empobrecer ou fazer sacrifícios, vale a pena.


Fonte do texto desconhecida.

quarta-feira, 10 de março de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 8 – Bem Aventurados os Puros de Coração

Pecado por Pensamento e Adultério


5 – Ouvistes que foi dito aos antigos: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já no seu coração adulterou com ela. (Mateus, V: 27-28).

6 – A palavra adultério não deve ser aqui entendida no sentido exclusivo de sua acepção própria, mas com sentido mais amplo. Jesus a empregou freqüentemente por extensão, para designar o mal, o pecado, e todos os maus pensamentos, como, por exemplo, nesta passagem: “Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vierem na glória de seu Pai, acompanhado dos santos anjos”. (Marcos, VIII: 38).


A verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, pois aquele que tem o coração puro nem sequer pensa no mal. Foi isso que Jesus quis dizer, condenando o pecado, mesmo em pensamento, porque ele é um sinal de impureza.


7 – Este princípio leva-nos naturalmente a esta questão: Sofrem-se as conseqüências de um mau pensamento que não se efetivou?
Temos de fazer aqui uma importante distinção. À medida que a alma, comprometida no mau caminho, avança na vida espiritual, vai-se esclarecendo, e pouco a pouco se liberta de suas imperfeições, segundo a maior ou menor boa-vontade que emprega, em virtude do seu livre arbítrio. Todo mau pensamento é portanto o resultado da imperfeição da alma. Mas, de acordo com o desejo que tiver de se purificar, até mesmo esse mau pensamento se torna para ela um motivo de progresso, porque o repele com energia. É o sinal de uma mancha que ela se esforça por apagar. Assim, não cederá à tentação de satisfazer um mau desejo, e após haver resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.
Aquela que, pelo contrário, não tomou boas resoluções, ainda busca a ocasião de praticar o mau ato, e se não o fizer, não será por não querer, mas apenas por falta de circunstâncias favoráveis. Ela é, portanto, tão culpada, como se o houvesse praticado.
Em resumo: a pessoa que nem sequer concebe o mau pensamento, já realizou o progresso; aquela que ainda tem esse pensamento, mas o repele, está em vias de realizá-lo; e por fim, aquela que tem esse pensamento e nele se compraz, ainda está sob toda a força do mal. Numa, o trabalho está feito; nas outras, está por fazer. Deus, que é justo, leva em conta todas essas diferenças, na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.

Fonte da imagem: Internet




terça-feira, 9 de março de 2010


JORNADA ACIMA


Ergue a aclama da fé na imortalidade, e caminha!

Os que desertaram da confiança gritar-te-ão impropérios, entrincheirados na irresponsabilidade que lhes serve de esconderijo.

Demagogos do desânimo, dirão, apressados, que o mundo nunca se desvencilhará da lei de Caim; que os tigres da inteligência continuarão devorando os cordeiros do trabalho; que a mentira, na História, prosseguirá entronizando criminosos na galeria dos mártires; que a perfídia se anteporá, indefinidamente, à virtude; que a mocidade é carne para canhões e prostíbulos; que as mães amamentam para o sepulcro; que as religiões são fábulas piedosas para consumo de analfabetos; que as tenazes da guerra te constringirão a cabeça, sufocando-te a voz no silêncio do horror... Tentarão, decerto, envolver-te na nuvem do pessimismo, induzindo-te a esquecer o presente e o futuro, na taça de tranqüilidade e prazer em que anestesiam o pensamento.

Contudo, reflete levemente e perceberás que os trânsfugas do dever, acolhidos à negação e infantilizados no medo, simplesmente desfrutam a paz dos entrevados e a alegria dos loucos.

Ora por eles, nossos irmãos que ainda não amadureceram o entendimento para a altura da vida, e segue adiante.

Na escuridão mais espessa, acende a chama da prece, e, onde todos se sentirem desalentados, fala, sem revolta, a palavra de esperança que desenregele os corações mumificados no desconsolo. Um gesto de bondade sobre a agonia de alguém que oscila, à beira do abismo, e uma gota de bálsamo espremida com amor numa ferida que sangra bastam, muitas vezes, para renovar multidões inteiras.

Sobretudo, nos mais aflitivos transes da provação, não percas a paciência.

Não consegues emendar os companheiros desarvorados, mas podes restaurar a ti mesmo.

Embora contemplando assaltos e violências, ruínas e escombros, avança jornada acima, apagando o mal e fazendo o bem.

Criatura alguma, na Terra, escapará da grandeza fatal da justiça e da morte ; no entanto, sabemos todos que a justiça, por mais dura e terrível, é sempre a resposta da Lei às nossas próprias obras, e que a morte, por mais triste e desconcertante, é sempre o toque de ressurgir.


Livro: A Justiça Divina – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 8 de março de 2010


Mulher Especial


Há mulheres que são especiais.

Em dadas circunstâncias, parecem princesas ou mesmo rainhas, pois encantam, fascinam e mostram ter poderes de tal modo expressivos, diante dos quais dobramos a cerviz.

Há ocasiões em que são como administradoras ou economistas, quando se põem a organizar a vida do lar, seus movimentos e despesas, tudo aquilo que se compra e o que se põe na mesa, para a fruição de todos.

Conseguem, muitas vezes, ajuntar alguma quantia que sobra para momentos mais difíceis.

Quantas vezes se mostram como agentes de disciplina?

Alteiam a voz, como quem dá voz de comando, ordenam, impactam com o tipo de inflexão que utilizam, e põem, dessa maneira, tudo e todos em seus devidos lugares, dentro de casa.

São quais colegas, quais colegiais, variadas vezes.

Envolvem-se com os pequenos, brincam, jogam com eles; riem-se deles e com eles, até o momento justo de estancar a brincadeira.

Mulheres há que se tornam médicas ou enfermeiras, diante das necessidades dos seus filhos.

Acolhem-nos, preparam-lhes poções e chás diversos, e, muitas vezes contrariando as instruções formais, dão-lhes xaropes e pastilhas.

Se enfermos, banham-nos, põem-nos em seus leitos, recobrem-nos, acalentam e vigiam, dias ou noites, dias e noites, até que retornem à saúde.

Mas, dentre essas mulheres incríveis, especiais de verdade, temos aquelas que reúnem todas essas habilidades:

São mestras, são agentes disciplinares; são administradoras e economistas, enfermeiras, psicólogas, são médicas.

São cozinheiras, lavadeiras, artesãs e fiandeiras. Conseguem ser governantas, serviçais e chegam a ser santas.

Essas almas geniais de mulher são alimentadas pelo estranho ideal de sempre entender, de atender e de sempre servir.

São companheiras próximas dos anjos, são servidoras de Deus e mensageiras da vida. São nossas fãs, amigas extremadas para quem nunca há nada impossível, quando se trata de atender-nos, de alegrar-nos, de ajudar-nos.

São mulheres sem igual. Perfumam como flores, são ardentes como a chama e brilham como estrelas.

Nada obstante todos os elogios que lhes possamos dirigir, o que é mais tocante, mais comovente, é saber que uma dessas mulheres, incumbidas por Deus para mudar o mundo, ajudando-o a ser melhor, a ser um campo bom de se viver, tem uma missão particular.

Há uma mulher para quem o Criador entregou a missão de cuidar-me, de fazer-me estudar para entender, de ensinar-me a orar e a crescer, a respeitar a todos e a servir para o bem.

Essa mulher é um encanto em minha vida, e não há ninguém que se lhe assemelhe.

Ao vê-la, meus olhos marejam e bate forte o meu coração. Ela é tal qual mistura de ouro e brilhante...

Ela é, por fim, a luz que torna meu caminho cintilante.

É aquela a quem chamo de minha mãe.


Autor desconhecido.

domingo, 7 de março de 2010


A ARMA INFALÍVEL


Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o chefe da oficina de que fora despedido.

O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis. E quando o diretor do serviço leu as frases ingratas que o expressava, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber porque. Encontrou, quase de imediato, o subchefe da oficina e, a pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia consigo.

Foi a vez de o subchefe tornar-se neurastênico, sem dar o motivo. Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, no instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o perigoso dardo intangível.

Tão-só por ver um sapato imperfeitamente engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável.

Repentinamente transtornada pelo raio que a ferira e que, até ali, ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia do serviço de calçados e desabafou. Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o estilete invisível.

Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental. Não podendo despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de suas mãos, em vista do enorme débito em dinheiro que seria compelida a aceitar, acercou-se de velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno imponderável, num pontapé de largas proporções.

O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera, e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa na via pública.

Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica. Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração amaldiçoada. Crivou-o de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.

O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera verdadeira. Revidou os golpes recebidos com observações ásperas e saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da tarde. Chegou e descarregou sobre ela toda a ira de que era portador.

- Estou farto! – bradou – a senhora é culpada dos aborrecimentos que me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de minha frente!

Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.

A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe com naturalidade e brandura:

- Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razões para lamentar-se. No entanto, tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!... Tudo passa na Terra. Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou...

Abraçou-o comovida, e afagou-lhe os cabelos!

O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.

Houve então entre os dois uma explosão de íntimas alegrias. Jantaram felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.

A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 6 de março de 2010


Prece de Cáritas

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade!

Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.

Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!

Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.

Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.

E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.

Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.

Assim Seja.


CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma das grandes médiuns de sua época - Mme. W. Krell - em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe. Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.

A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873.

Amor e humildade


Nós viveremos, universo em fora,

Trazendo dentro d’alma a vida acesa,

No ritmo da luz da Natureza,

Que é a eterna vibração da eterna autora.


A dor, somente a dor nos aprimora,

Nos caminhos da prova e da aspereza,

Elevando a nossa alma na grandeza,

Da grande claridade redentora.


Somos os lutadores peregrinos,

Sonhando pela estrada dos destinos,

Um castelo de paz, ventura e glórias.


Sabemos do passado envolto em ruínas

Que a luz do amor e as rudes disciplinas,

São as chaves das últimas vitórias.


Autor:Raul de Leoni.

Soneto psicografado por Chico Xavier em 1936.

sexta-feira, 5 de março de 2010


PERSISTE E SEGUE


"Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados." - Paulo. HEBREUS,12 :12.


O lavrador desatento quase sempre escuta as sugestões do cansaço.

Interrompe o serviço, em razão da tempestade, e a inundação lhe rouba a obra começada e lhe aniquila a coragem incipiente. Descansa, em virtude dos calos que a enxada lhe ofereceu, e os vermes se incumbem de anular-lhe o serviço.

Levanta as mãos, no princípio, mas não sabe tornar a levantá-las, na continuidade da tarefa, e perde a colheita.

O viajor, por sua vez, quando invigilante, não sabe chegar convenientemente ao termo da jornada.

Queixa-se da canícula e adormece na penumbra de ilusórios abrigos, onde inesperados perigos o surpreendem. De outras vezes, salienta a importância dos pés ensangüentados e deita-se às margens da senda, transformando-se em mendigo comum.

Usa os joelhos sadios, não se dispondo, todavia, a mobilizá-los quando desconjuntados e feridos, e perde a alegria de alcançar a meta na ocasião prevista.

Assim acontece conosco na jornada espiritual.

A luta é o meio.

O aprimoramento é o fim.

A desilusão amarga.

A dificuldade complica.

A ingratidão dói.

A maldade fere.

Todavia, se abandonarmos o campo do coração por não sabermos levantar as mãos, de novo, no esforço persistente, os vermes do desânimo proliferarão, precipites, no centro de nossas mais caras esperanças, e se não quisermos marchar, de joelhos desconjuntados, é possível sejamos retidos pela sombra de falsos refúgios, durante séculos consecutivos.


Livro Fonte Viva, lição 99 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.