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terça-feira, 31 de agosto de 2010

DÍVIDA DE AMOR


"Portanto, dai a cada um o que deveis; a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra." - Paulo. (ROMANOS, 13:7.)


Todos nós guardamos a dívida geral de amor uns para com os outros, mas esse amor e esse débito se subdividem, através de inúmeras manifestações.

A cada ser, a cada coisa, paisagem, circunstância e situação, devemos algo de amor em expressão diferente.

A criatura que desconhece semelhante impositivo não encontrou ainda a verdadeira noção de equilíbrio espiritual.

Valiosas oportunidades iluminativas são relegadas, pelas almas invigilantes, à obscuridade e à perturbação.

Que prodigioso éden seria a Terra se cada homem concedesse ao próximo o que lhe deve por justiça! O homem comum, todavia, gravitando em torno do próprio "eu", em clima de egoísmo feroz, cerra os olhos às necessidades dos outros.

Esquece-se de que respira no oxigênio do mundo, que se alimenta do mundo e dele recebe o material imprescindível ao aperfeiçoamento e à redenção.

A qualquer exigência do campo externo, agasta-se e irritar-se, acreditando-se o credor de todos.

Muitos sabem receber, raros sabem dar.

Por que esquivar-se alguém aos petitórios do fragmento de terra que nos acolhe o espírito? Por que negar respeito ao que comanda, ou atenção ao que necessita? Resgata os títulos de amor que te prendem a todos os seres e coisas do caminho.

Quanto maior a compreensão de um homem, mais alto é o débito dele para com a Humanidade; quanto mais sábio, mais rico para satisfazer aos impositivos de cooperação no progresso universal.

Não te iludas.

Deves sempre alguma coisa ao companheiro de luta, tanto quanto à estrada que pisas despreocupadamente.

E quando resgatares as tuas obrigações, caminharás na Terra recebendo o amor e a recompensa de todos.


Livro: Vinha de Luz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


DIANTE DO AMOR


Um rápido olhar do homem, através do plano em que evolui, revelar-lhe-á o Amor Divino, que lhe assegura a existência.

A gota d’água, aparentemente esquecida nas entranhas do solo, alimenta manancial.

O manancial preserva a fonte.

A fonte adere ao grande rio.

O grande rio coopera no equilíbrio do mar.

O mar produz a nuvem.

A nuvem garante a chuva.

A chuva nutre o verme.

O verme aduba a terra.

A terra protege a semente.

A semente mantém a floresta.

A floresta, com a sua riqueza, desdobra-se em utilidades, para a vida.

Para o Homem todas as forças da Natureza trabalham espontaneamente, reconhecendo-o por senhor da inteligência que lhes cabe reverenciar e servir.

O homem, no entanto, em laborioso processo de adaptação às Leis Divinas, ainda não soube aprender com as forças mais simples que o cercam a felicidade de se doar em serviço ao mundo para retomar a si mesmo em nível mais alto, algemado qual se encontra ainda às cristalizações do egoísmo, que dele fazem um rei mendigo, prisioneiro no cárcere das próprias limitações.

Atingindo a razão, o espírito humano, em milênios de luta, sofre a hipertrofia da intelectualidade mal conduzida, e, desequilibrado em si próprio, pela carência de sentimento e pelo excesso de raciocínios transviados, mais se lhe acentua agora, com os eventos da nova civilização, a forma esfingética em que se confundem nele as fulgurações do anjo e os instintos da besta.

Urge aceitar com Jesus a tarefa de convocar as criaturas ao Amor, sentido, criado, e profundamente vivido, ao preço de nossa própria renunciação, para que os novos tempos nos encontrem sob feições novas.

Outros mundos nos acenam a mais amplos recursos evolutivos e outras humanidades nos convidam à exaltação da consciência cósmica...

A Terra de hoje marcha para a Terra de Amanhã...

Ajustemos-nos à Lei que nos recomenda o Amor a Deus, através do nosso devotamento a todos os seres da Criação e, aprendendo com a Natureza que nos sustenta e socorre, sob os ditames desse mesmo Amor, em nome do próprio Deus, atingiremos o ponto de junção com os nossos irmãos mais evoluídos que já se sublimaram nas esferas da angelitude.


Livro: Viajor – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

domingo, 29 de agosto de 2010


PRÊMIO AO SACRIFÍCIO


Três irmãos dedicados a Jesus leram no Evangelho que cada homem receberá sempre, de acordo com as próprias obras, e prometeram cumprir as lições do Mestre.

O primeiro colocou-se na indústria do fio de algodão e, de tal modo se aplicou ao serviço que, em breve, passou à condição de interessado nos lucros administrativos. Dentro de vinte e cinco anos, era o chefe da organização e adquiriu títulos de verdadeiro benfeitor do povo. Ganhava dinheiro com imensa facilidade e socorria infortunados e sofredores. Dividia o trabalho eqüitativamente e distribuía os lucros com justiça e bondade.

O segundo estudou muito tempo e tornou-se juiz famoso. Embora gozasse do respeito e da estima dos contemporâneos, jamais olvidou os compromissos que assumira à frente do Evangelho. Defendeu os humildes, auxiliou os pobres e libertou muitos prisioneiros perseguidos pela maldade. De juiz tornou-se legislador e cooperou na confecção de leis benéficas e edificantes. Viveu sempre honrado, rico, feliz, correto e digno.

O terceiro, porém, era paralítico. Não podia usar a inteligência com facilidade. Não poderia comandar uma fábrica, nem dominar um tribunal. Tinha as pernas mirradas. O leito era a sua residência.

Lembrou, contudo, que poderia fazer um serviço de oração e começou a tarefa pela humilde mulher que lhe fazia a limpeza doméstica.

Viu-a triste e lacrimosa e procurou conhecer-lhes as mágoas com discrição e fraternidade. Confortou-a com ternura de irmão. Convidou-a a orar e pediu para ela as bênçãos divinas.

Bastou isto e, em breve, trazidos pela servidora reconhecida, outros sofredores vinham rogar-lhe o concurso da prece. O aposento singelo encheu-se de necessitados. Orava em companhia de todos, oferecia-lhes o sorriso de confiança na bondade celeste. Comentava os benefícios da dor, expunha suas esperanças no Reino Divino. Dava de si mesmo, gastando emoções e energias no santo serviço do bem.

Escrevia cartas inúmeras, consolando viúvas e órfãos, doentes e infortunadas, insuflando-lhes paz e coragem. Comia pouco e repousava menos. Tanto sofreu com as dores alheias que chegou a esquecer-se de si mesmo e tanto trabalhou que perdeu o dom da vista. Cego, contudo, não ficou sozinho. Prosseguiu colaborando com os sofredores, através da oração, ajudando-os, cada vez mais.

Morreram os três irmãos, em idade avançada, com pequenas diferenças de tempo.

Quando se reuniram, na vida espiritual, veio um Anjo examinar-lhes as obras com uma balança.

O industrial e o juiz traziam grande bagagem, que se constituía de várias bolsas, recheadas com o dinheiro e com as sentenças que haviam distribuído em benefício de muitos. O servidor da prece trazia apenas pequeno livro, onde costumava escrever suas rogativas.

O primeiro foi abençoado pelo conforto que espalhou com os necessitados e o segundo foi também louvado pela justiça que semeara sabiamente. Quando o Anjo, porém, abriu o livro do ex-paralítico, dele saiu uma grande luz, que tudo envolveu numa coroa resplandecente. A balança foi incapaz de medir-lhe a grandeza.

Então, o Mensageiro falou-lhe feliz:

- Teus irmãos são benditos na Casa do Pai pelos recursos que distribuíram, em favor do próximo, mas, em verdade, não é muito difícil ajudar com o dinheiro e com a fama que se multiplicam facilmente no mundo. Sê, porém, bem-aventurado, porque deste de ti mesmo, no amor santificante. Gastaste as mãos, os olhos, o coração, as forças, os sentimentos e o tempo a benefício dos semelhantes e a Lei do Sacrifício determina que a tua moradia seja mais alta. Não transmitiste apenas os bens da vida: irradiaste os dons de Deus.

E o servidor humilde do povo foi conduzido a um céu mais elevado, de onde passou a exercer autoridade sobre muita gente.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 28 de agosto de 2010


AGRADECENDO


Muitas vezes, Senhor, brandindo a espada,

Junquei o campo de amargosas dores,

Estendendo medalhas e favores

Sobre o sangue da presa abandonada.



A golpes vís, assinalei a estrada

Do meu carro de falsos resplendores

E, buscando lauréis enganadores,

Desci, gemendo, à sombra ilimitada...



Mas, por lavar-me as trevas de outras vidas,

Deste-me a cruz de pranto e de feridas

No desprezado monte da aflição;



E, hoje, na doce luz com que me afagas,

Agradeço a lição de angústia e chagas

Com que me deste a paz da redenção.


Livro: Cartas do Coração – Médium: Chico Xavier – Espírito: Jésus Gonçalves.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010


O PERFUME DA VIDA


Recorda que a humildade é o perfume eterno da vida.

Jesus, o Sol Divino, brilhou na Terra sem ofuscar a ninguém.

Rei Celeste; apagou-se nas palhas da estrebaria para não confundir os homens desvairados de orgulho, embora viesse acordá-los para a justiça.

Anjo dos anjos; desce ao convívio das criaturas frágeis e delinqüentes, sem destacar-lhes as chagas vivas, não obstante guardar entre lãs o objetivo de iluminar-lhes o roteiro.

Médico Infalível; busca os doentes do mundo sem denunciar-lhes as enfermidades e as culpas, embora conservando o propósito de restituir-lhes o equilíbrio e a segurança.

Sábio dos sábios; entende-se com os ignorantes de todas as procedências, sem salientar-lhes a sombra, não obstante procurar-lhes a companhia para clarear-lhes a senda.

Poderoso condutor da imortalidade; aproxima-se dos velhos e dos fracos, das mulheres e das crianças, sem anotar-lhes as mazelas e as cicatrizes, embora lhes buscasse a presença para sublimar-lhes os corações.

Mestre da luz, não condena os que vagueiam nas trevas, soberano da eternidade, não abandona os que se desesperam nos precipícios da morte...

Lembrando-lhe a bondade infinita, detenhamo-nos no ensejo de auxiliar.

Todavia, para auxiliar, é imprescindível não criticar nem ferir.

Na obra do Evangelho, somos chamados à maneira de lavradores para o serviço de amparo à semente da perfeição no campo imenso da vida.

No entanto, para que o dever bem cumprido nos consolide as tarefas é necessário que a humildade, por perfume do Céu, nos inspire todos os passos na Terra, de vez que Jesus é o amor de braços abertos, convidando-nos a entender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.


Livro: Através do Tempo – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010


NO CAMINHO DA VIDA


Reage a vida para nós em toda parte, segundo a nossa própria ação.

Observemos a natureza em sua feição pura e simples.

O rio, quanto mais profundo, mais requisita a contribuição de afluentes.

O incêndio cresce, conforme o combustível de que as suas labaredas se nutrem.

O fruto relegado ao abandono, converte-se em foco infeccioso, cada vez mais virulento.

Assim também nossos gestos de bondade enriquecem-nos o tesouro de simpatia, tanto quanto nossa incompreensão adquire número crescente de desafetos.

Nossa perseverança no dever bem cumprido transforma-se em jubilosa prosperidade ao redor de nossos passos, enquanto que a preguiça, com a indiferença pelas obrigações que o mundo nos confere, depressa, transubstancia-se em penúria e enfermidade, na senda em que jornadeamos.

Habitue-se a procurar espinhos na vida alheia e viverás com um espinheiro no coração.

Procura as pedras da estrada e em pouco tempo respirarás num deserto empedrado.

Busca no entanto, as boas qualidades do vizinho, e sublime compreensão coroar-te-á a cabeça.

Empenha-te na identificação do melhor, na tela de circunstâncias da vida, e reconhecerás, em todos os acontecimentos de cada dia, a harmoniosa Vontade de Deus, conduzindo-te à paz.

Não nos esqueçamos de que a Lei Divina expressa-se em nós, conosco e por nós, em todos os momentos da nossa existência.

Dela receberemos felicidade ou sofrimento, luz ou treva, ânimo ou desalento, gelo ou calor, segundo as nossas próprias requisições, no uso dos talentos, que o Senhor situou em nossas mãos.

Aprendamos a semear o trigo da boa vontade, com todos, onde estivermos, na certeza de que movimentando no Infinito Bem os recursos que nos foram emprestados na Terra, estaremos amealhando a nossa riqueza imperecível para a glória celestial.



Livro: Mãos Marcadas – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


Cap. 6 – O Cristo Consolador


CONSOLADOR PROMETIDO

3 – Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17 e 26)

4 – Jesus promete outro consolador: é o Espírito da Verdade, que o mundo ainda não conhece, pois que não está suficientemente maduro para compreendê-lo, e que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para fazer lembrar o que Cristo disse. Se, pois, o Espírito da Verdade deve vir mais tarde, ensinar todas as coisas, é que o Cristo não pode dizer tudo. Se ele vem fazer lembrar o que o Cristo disse, é que o seu ensino foi esquecido ou mal compreendido.
O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do Cristo: o Espírito da Verdade preside ao seu estabelecimento. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas. O Cristo disse: “que ouçam os que têm ouvidos para ouvir”. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu propositalmente lançado sobre certos mistérios, e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores.


Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados”. Mas como se pode ser feliz por sofrer, se não se sabe por que se sofre?
O Espiritismo revela que a causa está nas existências anteriores e na própria destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Revela também o objetivo, mostrando que os sofrimentos são como crises salutares que levam à cura, são a purificação que assegura a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer, e acha justo o sofrimento. Sabe que esse sofrimento auxilia o seu adiantamento, e o aceita sem queixas, como o trabalhador aceita o serviço que lhe assegura o salário. O Espiritismo lhe dá uma fé inabalável no futuro, e a dúvida pungente não tem mais lugar na sua alma. Fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das vicissitudes terrenas se perde no vasto e esplêndido horizonte que ele abarca, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem, para ir até o fim do caminho.


Assim realiza o Espiritismo o que Jesus disse do consolador prometido: conhecimento das coisas, que faz o homem saber de onde vem, para onde vai e porque está na Terra, lembrança dos verdadeiros princípios da lei de Deus, e consolação pela fé e pela esperança.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010


RESPOSTAS À PRESSA


Evite a impaciência. Você já viveu séculos incontáveis e está diante de milênios sem fim.

*

Guarde a calma. Fuja, porém, à ociosidade, como quem reconhece o decisivo valor do minuto.

*

Semeie o amor. Pense no devotamento d’Aquele que nos ama desde o princípio.

*

Guarde o equilíbrio. Paixões e desejos desenfreados são forças de arrasamento na Criação Divina.

*

Cultive a confiança. O Sol reaparecerá amanhã, no horizonte, e a paisagem será diferente.

*

Intensifique o próprio esforço. Sua vida será o que você fizer dela.

*

Estime a solidariedade. Você não poderá viver sem os outros, embora na maioria dos casos possam os outros viver sem você,

*

Experimente a solidão, de quando em quando; Jesus esteve sozinho, nos momentos cruciais de sua passagem pela Terra.

*

Dê movimento construtivo, às suas horas. Não converta, no entanto, a existência numa torre de Babel.

*

Renda culto fiel à paz. Não se esqueça, todavia, de que você jamais viverá tranqüilo sem dar paz aos que pisam seu caminho.


Livro: Agenda Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

domingo, 22 de agosto de 2010


O ESPÍRITO DA MALDADE


O Espírito da Maldade, que promove aflições para muita gente, vendo, em determinada manhã, um ninho de pássaros felizes, projetou destruir as pobres aves.

A mãezinha alada, muito contente, acariciava os filhotinhos, enquanto o papai voava, à procura de alimento.

O Espírito da Maldade notou aquela imensa alegria e exasperou-se.

Mataria todos os passarinhos, pensou consigo. Para isto, no entanto, necessitava de alguém que o auxiliasse. Aquela ação exigia mãos humanas. Começou, então, a buscar a companhia das crianças.

Quem sabe algum menino poderia obedecê-lo?

Foi à casa de Joãozinho, filho de Dona Laura, mas Joãozinho estava muito ocupado na assistência ao irmão menor, e, como o Espírito da Maldade somente pode arruinar as pessoas insinuando-se pelo pensamento, não encontrou meios de dominar a cabeça de João.

Correu à residência de Zelinha, filha de Dona Carlota. Encontrou a menina trabalhando, muito atenciosa, numa blusa de tricô, sob a orientação materna, e, em vista de achar-lhe o cérebro tão cheio das idéias de agulha, fios de lã e peça por acabar, não conseguiu transmitir-lhe o propósito infeliz.

Dirigiu-se, então, à chácara do senhor Vitalino, a observar se o Quincas, filho dele, estava em condições de servi-lo.

Mas Quincas, justamente nessa hora, mantinha-se, obediente, sob as ordens do papai, plantando várias mudas de laranjeiras e tão alegre se encontrava, a meditar na bondade da chuva e nas laranjas do futuro, que nem de leve percebeu as idéias venenosas que o Espírito da Maldade lhe soprava na cabeça.

Reconhecendo a impossibilidade de absorvê-lo, o gênio do mal lembrou-se de Marquinhos, o filho de Dona Conceição.

Marquinhos era muito mimado pela mãe, que não o deixava trabalhar e lhe protegia a vadiagem. Tinha doze anos bem feitos e vivia de casa em casa a reinar na preguiça.

O Espírito da Maldade procurou-o e encontrou-o, à porta de um botequim, com enorme cigarro à boca. As mãos dele estavam desocupadas e a cabeça vaga.

— “Vamos matar passarinhos?” — disse o espírito horrível aos ouvidos do preguiçoso.

Marquinhos não escutou em forma de voz, mas ouviu em forma de idéia.

Saiu, de repente, com um desejo incontrolável de encontrar avezinhas para a matança.

O Espírito da Maldade, sem que ele o percebesse, conduziu-o, fàcilmente, até à árvore em que o ninho feliz recebia as carícias do vento. O menino, a pedradas criminosas, aniquilou pai, mãe e filhotinhos. O gênio sombrio tomara-lhe as mãos e, após o assassínio das aves, levou-o a cometer muitas faltas que lhe prejudicaram a vida, por muitos e muitos anos.

Somente mais tarde é que Marquinhos compreendeu que o Espírito da Maldade somente pode agir, no mundo, por intermédio de meninos vadios ou de homens e mulheres votados à preguiça e ao mal.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier - Espírito de Néio Lúcio.

sábado, 21 de agosto de 2010


A Boa Árvore


Nos quadros vivos da Terra,
Desde a sua formação,
A árvore generosa
É imagem da Criação.


É a vida em Deus que nos ama,
Que nos protege e nos cria,
Que fez a bênção da noite,
E a bênção da luz do dia.


Seus ramos são como a infância,
As flores, a adolescência,
Seu fruto, a velhice amiga
Repleta de experiência.


Seu tronco transforma sempre
Toda a lama da raiz,
No pomo caricioso,
Alegre , doce e feliz.


As sementes que renascem,
Com método e perfeição,
São nossas almas na lei
De vida e reencarnação.


Silenciosa na estrada,
Seu exemplo nos ensina
A refletir sobre a Terra
Na Providência Divina.


Se a poda foi rude e forte
Ao rigor do braço humano,
Sua resposta mais bela
É mais frutos no outro ano.


Se tomba desamparada
Ao pulso do lenhador,
Faz-lhe casa, dá-lhe a mesa,
Aquece-o com mais amor.


Dá sombra a todos que passam,
Sem jamais saber a quem,
Colocada no caminho,
Seu programa é sempre o bem.


É santa irmã de Jesus
Essa árvore estremecida:
Se vive, palpita em Deus,
Se morre, transmite a vida.

Livro: Cartilha da Natureza – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010


NA OBRA REGENERATIVA


“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido n’alguma ofensa, vós, que sois espirituais, orientai-o com espírito de mansidão,
velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados”. PAULO, (Gálatas, 6:1).


Se tentamos orientar o irmão perdido nos cipoais do erro com aguilhões de cólera, nada mais fazemos que lhe despertar a ira contra nós mesmos.

Se lhe impusermos golpes, revidará com outros tantos.

Se lhe destacamos as falhas, poderá salientar os nossos gestos menos felizes.

Se opinamos para que sofra o mesmo mal com que feriu a outrem, apenas aumentamos a percentagem do mal, em derredor de nós.

Se lhe aplaudimos a conduta errônea, aprovamos o crime.

Se permanecermos indiferentes, sustentamos a perturbação.

Ma se tratarmos o erro do semelhante, como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa.

Nas horas difíceis, em que vemos um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliá-lo, é tão desaconselhável a condenação, quanto o elogio.

Se não é justo atirar petróleo às chamas, com o propósito de apagar a fogueira, ninguém cura chagas com a projeção de perfume.

Sejamos humanos, antes de tudo.

Abeiremo-nos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade.

Ninguém perderá, exercendo o respeito que devemos a todas as criaturas e a todas as coisas.

Situemo-nos na posição do acusado e reflitamos se, nas condições dele, teríamos resistido às sugestões do mal. Relacionemos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, com imparcialidade e boa intenção.

Toda vez que assim procedermos, o quadro se modifica nos mínimos aspectos.

De outro modo será sempre fácil zurzir e condenar, para cairmos, com certeza, nos mesmos delitos, quando formos, por nossa vez, visitados pela tentação.


Livro: Fonte Viva, lição 37 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010


SE QUISERES


Ainda que te sintas anulado pelos obstáculos desse ou daquele teor, se quiseres vencer o clima de inutilidade que a frustração te impõe à existência, faze algo para auxiliar alguém e o Amparo Espiritual soerguer-te-á para mais altos níveis de serviço e renovação.

Ainda que te situes algemado ao leito dos paralíticos, se quiseres volver ao movimento e à saúde, exercita a paciência e a humildade, induzindo os outros a que se façam pacientes e humildes, e o Amparo Espiritual te levantará em vitória e refazimento.

Ainda que respires mergulhado nas correntes do vício, cercado de forças aviltantes, se quiseres entrar no caminho da regeneração, socorre os companheiros de luta, para que te convertas em padrão de virtude.

Ainda que te vejas no porão de sombria penitenciária, amargando a condição de resíduo do remorso e do crime; se quiserdes reconquistar o respeito e a confiança do próximo, sustenta a chama do bem nos irmãos de amargura e o Amparo Espiritual felicitar-te-á o roteiro com novas oportunidade de reajuste.

Ninguém vive órfão da Divina Paternidade.

Os Herodes da violência, os Zaqueus da usura, os Nicodemos do preconceito, os Pedros da negação, os Judas da invigilância, os Ântipas do sarcasmo, os Pilatos da indiferença, e os Tomés da dúvida, encontraram, cada qual, a seu tempo, o sublime momento renovador, diante do Cristo.

Seja qual for a tua inibição ou a tua dificuldade, é possível te afastes delas, em gradativa libertação.

Para isso, porém, é indispensável te inclines à melhoria, compreendendo que a vontade é a alavanca propulsora em nossos destinos.

Felicidade ou infortúnio, equilíbrio ou desequilíbrio nascem no imo da consciência.

Para que alguém, desse modo, desça à furna das trevas ou se exalte à Culminância da Luz, basta apenas querer.


Livro: Sentinelas da Luz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 2 – Meu Reino Não É Deste Mundo


UMA REALEZA TERRENA


Uma Rainha De França - Havre, 1863

8 – Quem poderia, melhor do que eu, compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho me perdeu sobre a Terra. Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo, se eu não o compreendesse? O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela não me acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei chegar no Reino dos Céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra!

Para preparar um lugar nesse reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.

Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao Céu, e os degraus do trono não levam até lá. São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai, pois o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores!

Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se os pudessem guardar para sempre. Mas aqui não há ilusões, e logo eles se apercebem de que conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis, os únicos que lhes podem abrir as portas dessa morada.

Tende piedade dos que não ganharam o Reino dos Céus. Ajudai-os com as vossas preces, porque a prece aproxima o homem do Altíssimo; é o traço de união entre o Céu e a Terra. Não o esqueçais!

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Só Deus Pode


Só Deus pode criar, mas você pode valorizar o que Ele criou.

Só Deus pode dar a vida, mas você pode transmiti-la e respeitá-la.

Só Deus pode dar saúde, mas você pode orientar e guiar.

Só Deus pode dar a fé, mas você pode dar seu testemunho.

Só Deus pode infundir a esperança, mas você pode restituir a confiança ao irmão.

Só Deus pode dar amor, mas você pode ensinar seu irmão a amar.

Só Deus pode dar a paz, mas você pode semear união.

Só Deus pode dar a força, mas você pode apoiar quem desanimou.

Só Deus pode dar alegria, mas você pode sorrir a todos.

Só Deus é o caminho, mas você pode indicá-lo aos outros.

Só Deus é a vida, mas você pode restituir aos outros o desejo de viver.

Só Deus é a luz, mas você pode fazê-la brilhar aos olhos de seu irmão.

Só Deus pode fazer milagre, mas você pode ser aquele que trouxe os cinco pães e os dois peixes.

Só Deus pode fazer o impossível, mas você poderá fazer o possível.

Só Deus se basta a si mesmo, mas Ele preferiu contar com você.


Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Amor e Vida


Embora as severas vinculações humanas com o culto egoístico ao utilitarismo, vige o amor abençoando as criaturas em variadas e formosas expressões.

Apesar das demoradas experiências humanas na belicosidade destrutiva, o amor é que edifica povos e civilizações, transmitindo para a posteridade o cabedal de sabedoria e de cultura com que se imortalizam homens e nações.

Não obstante a carreira desenfreada da criatura na busca das sensações grosseiras, manifesta-se o amor nos ideais de santificação e liberdade.

Conquanto o hediondo espetáculo da miséria econômica e social o amor enriquece as mãos e os corações para o ministério da caridade.

Apesar dos excessos atuais nos rumos da anarquia e da perversidade, o amor arma de misericórdia as mentes e os sentimentos para que o Sacerdócio da Medicina e da Enfermagem enfrentem a guerra levando ajuda aos tombados e vencidos.

Sem embargo, os altos índices da criminalidade, deixando entrever que o homem perdeu o rumo do bem; o amor está levantando santuários de esperança na Terra, pensando feridas e sacrificando-se à justiça.

O amor, considerado morto nestes dias de imediatismo, encontra-se, porém, vivo e vitaliza criaturas incontáveis, a fim de que mais rapidamente haja uma mudança nas estruturas, como balizas de luz, demarcando o inicio deste milênio.

O amor transita anônimo enxugando suores e limpando feridas, mãos alongadas no ministério do auxílio, elaborando o mundo melhor por que todos anelamos.

Há o amor de mães e de pais estóicos que se anulam no sacrifício e na abnegação, apagando os próprios ideais e renunciando-se, a fim de que os amados triunfem.

Há o amor de esposos nobres que silenciam ultrajes e ofensas, atestando que a honra e a coragem constituem os êmulos para a segurança e a felicidade.

Há o amor fraternal, alargando fronteiras, como antídoto eficiente aos males que solapam os alicerces sociais do mundo moderno.

Sempre o amor!

O amor é a presença de Deus no coração, dinamizando a paz, embora o rugir das tempestades em volta.

Por que o amor?

Amor é vida.

O ódio asselvaja. O amor acalma.

O ciúme desequilibra. O amor harmoniza.

A cólera envenena. O amor sustenta.

A sensualidade brutaliza. O amor dulcifica.

A inveja envilece. O amor eleva.

A maledicência denigre. O amor aclara.

A calúnia indignifica. O amor levanta.

O rancor desorganiza. O amor educa.

A violência animaliza. O amor conforta.

A agressividade destrói. O amor edifica.

A fúria enlouquece. O amor tranqüiliza.

A ignorância rebaixa. O amor salva.

A vaidade intoxica. O amor libera.

O orgulho perverte. O amor ampara.

Em tudo o amor tem preponderância.

O amor sobrevive.

O amor de Deus, que engendrou a Criação, é o hálito da vida.

A harmonia do amor aciona o mecanismo dos mundos mediante as leis sábias da gravitação universal.

O amor, a manifestar-se no sol, nutre e sustenta a vida em todas as suas expressões na Terra.

As paixões inferiores fazem queimar enquanto o amor aquece sem ferir.

Por amor, Jesus se transferiu do sólio do Altíssimo a fim de conviver com os homens, suportá-los, auxiliá-los e erguê-los às culminâncias da munificência de Deus.

Fora, portanto, do amor, não há felicidade, porque o amor é a base da caridade.

Sem o amor não vige o perdão, nem a justiça realiza o seu mister, fazendo-a derrape na impiedade.

Só o amor possui o élan vital para erguer a criatura ao seu Criador, num sublime processo de união e ventura.

Disse Jesus: “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos”.

Em tudo e todos o amor.

Eis porque o amor.


Médium: Divaldo Pereira Franco – Espírito: Joanna de Angelis.

domingo, 15 de agosto de 2010

O CARNEIRO REVOLTADO


Certo carneiro muito inteligente, mas indisciplinado, reparou os benefícios que a lã espalhava em toda parte, e, desde então, julgou-se melhor que os outros seres da Criação, passando a revoltar-se contra a tosquia.

- Se era tão precioso – pensava -, por que aceitar a humilhação daquela tesoura enorme? Experimentava intenso frio, de tempos a tempos, e, despreocupado das ricas rações que recebia no redil, detinha-se apenas no exame dos prejuízos que supunha sofrer.

Muito amargurado, dirigiu-se ao Criador, exclamando:

- Meu Pai, não estou satisfeito com a minha pelagem. A tosquia é um tormento... Modifica-me, Senhor!...

O Todo-Poderoso indagou, com bondade: Que desejas que eu faça?


Vaidosamente, o carneiro respondeu: Quero que a minha lã seja toda de ouro.

A rogativa foi satisfeita. Contudo, assim que o orgulho ovino se mostrou cheio de pêlos preciosos, várias pessoas ambiciosas atacaram-no sem piedade. Arrancaram-lhe, violentamente, todos os fios, deixando-o em chagas.

O infeliz, a lastimar-se, correu para o Altíssimo e implorou:

- Meu Pai, muda-me novamente! não posso exibir lã dourada... encontraria salteadores sem compaixão.

O Sábio dos Sábios perguntou:

- Que queres que eu faça?

O animal, tocado pela mania de grandeza, suplicou:

- Quero que minha lã seja lavrada em porcelana primorosa.

Assim foi feito. Entretanto, logo tornou ao vale, apareceu no céu enorme ventania, que lhe quebrou todos os fios, dilacerando-lhe a carne.

Regressou, aflito, ao Todo-Misericordioso e queixou-se:

- Pai, renova-me!... A porcelana não resiste ao vento... estou exausto...

Disse-lhe o Senhor:

- Que queres que eu faça?

- A fim de não provocar os ladrões e nem ferir-me com porcelana quebrada, quero que a minha lã seja feita de mel.

O Criador satisfez o pedido. Todavia, logo que o pobre se achou no redil, bandos de moscas asquerosas cobriram-no em cheio e, por mais corresse campo a tora, não evitou que elas lhe sugassem os fios adocicados.

O mísero voltou ao Altíssimo e implorou:

- Pai, modifica-me... as moscas deixaram-me em sangue!

O Senhor indagou de novo, com inexaurível paciência:

- Que queres que eu faça?

Dessa vez, o carneiro pensou mais tempo e considerou:


- Suponho que seria mais feliz se tivesse minha lã semelhante às folhas de alface.

O Todo-Bondoso atendeu-lhe mais uma vez a vontade e o carneiro voltou a planície, na caprichosa alegria de parecer diferente. No entanto, quando alguns cavalos lhe puseram os olhos, não conseguiu melhor sorte. Os eqüinos prenderam-no com os dentes e, depois lhe comerem a lã, abocanharam-lhe o corpo.

O carneiro correu na direção do Juiz Supremo, gotejando sangue das chagas profundas, e, em lágrimas, gemeu humilde:

- Meu pai, não suporto mais!...

Como soluçasse longamente, o Todo-Compassivo, vendo que ele se arrependera com sinceridade, observou:

- Reanima-te, meu filho! Que pedes agora? O infeliz replicou, em pranto:

- Pai, quero voltar a ser um carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre meus irmãos. Hoje sei que os meus tosquiadores de outro tempo são meus verdadeiros amigos. Nunca me deixaram em feridas e sempre me deram de comer e beber, carinhosamente... Quero ser simples e útil, qual me fizeste, Senhor!...

O Pai sorriu, bondoso, abençoou-o com ternura e falou:

- Volta e segue teu caminho em paz. Compreendeste, enfim, que meus desígnios são justos. Cada criatura está colocada, por minha Lei, no lugar que lhe compete e, se pretendes receber, aprende a dar.

Então o carneiro, envergonhado, mas satisfeito, voltou para o vale, misturou-se com os outros e daí por diante foi muito feliz.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier - Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 14 de agosto de 2010


Pedí e dar-se-vos-á



"Pedí e dar-se-vos-á"
é o Evangelho que nos diz,
peçamos ao Pai do Céu
prá Terra ser mais feliz.


"Meu Reino não é deste mundo,"
disse Jesus a Pilatos,
vamos fazê-Lo reinar
hoje, com os nossos atos.
Prá acabar com o sofrimento,
toda a luta, toda a guerra,
a luz do conhecimento
vamos pedir para a Terra.


"Pedí e dar-se-vos-á"
é o Evangelho que nos diz,
peçamos ao Pai do Céu
prá Terra ser mais feliz.


Prá diminuir a dor,
fazer crescer a amizade,
a luz do entendimento
peçamos prá Humanidade.
Vamos viver a Verdade
vencendo o mal-entendido,
e o Seu Reinado de Amor
aqui será construído.


"Pedí e dar-se-vos-á"
é o Evangelho que nos diz,
peçamos ao Pai do Céu
prá Terra ser mais feliz.


Livro: Remexendo na Gaveta – Médium: Martha G. Thomaz – Espírito: Noel Rosa.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010


Cantiga do Perdão


Não te iludas amigo, por mais se expandam lágrimas contigo, todo lamento é vão, tudo que tende para a perfeição, todo bem que aparece e persiste no mundo, vive do entendimento harmônico e profundo através do perdão.

Perdão que lembre o sol no firmamento, sem se fazer pagar pelo foco opulento a vencer dia a dia a escuridão da noite insondável e fria e a nutrir, no seu longo itinerário, o verme e a flor, o charco e o pó, o ninho e a fonte, de horizonte a horizonte, quanto for necessário.

Perdão que nos destaque a lição recebida na humildade da rosa.

Benção do céu, estrela cetinosa que, ao invés de pousar sobre o diamante, desabrocha no espinho como a dizer que a vida de caminho a caminho, não despreza ninguém.

Libera generosa, alta e fecunda; quer que toda a maldade se transfunda na grandeza do bem.

Perdão que se reporte à brandura da terra pisoteada, esquecida heroína de paciência que acolhe em toda a parte os detritos da morte e sustenta os recursos da existência.

Mãe escrava sublime de amor mudo que preside em silêncio o progresso de tudo.

Amigo, onde estiveres, assegura a certeza de que o perdão é a Lei da Natureza, segurança de todos os misteres; perdoa e seguirás em liberdade no rumo certo da felicidade.

Nas menores tarefas que realizes, para lembrar sem sombra os instantes felizes, na seara da luz, na qual a luz de Deus se insinua e reflete, é forçoso exercer o ensino de Jesus que nos manda perdoar, setenta vezes sete, cada ofensa que venha a perturbar o nosso coração.

E isso vale afirmar na senda de ascensão que, em favor da vitória a que aspiras, na luta transitória é mais do que importante, é essencial que te esqueças por fim, de todo o mal e que em tudo no bem a que te dês seja aqui, mais além, seja agora ou depois, Deus espera que ajudes e abençoes, compreendendo, amparando e servindo outra vez.


Mensagem de Chico Xavier

quinta-feira, 12 de agosto de 2010


Humildade do Coração


“Bem-aventurados os pobres de espírito” – proclamou o Senhor.

Nesse passo, porém, não vemos Jesus contra os tesouros culturais da Humanidade, mas, sim exaltando a humildade do coração.

O Mestre recordava-nos, no capítulo das bem-aventuranças, que é preciso trazer a mente descerrada à luz da vida para que a sabedoria e o amor encontrem seguro aconchego em nossa alma.

Hoje, como antigamente, somos defrontados, em toda parte, pelas criaturas encarceradas nos museus acadêmicos, cristalizadas nos preconceitos ruinosos, mumificadas em pontos de vista que lhes sombreiam a visão e algemadas a inutilidades do raciocínio ou do sentimento, engrossando as extensas fileiras da opressão.

Imprescindível clarear o pensamento, diante da natureza, e aceitar a extrema insignificância em que ainda nos agitamos, perante o Universo.

Jesus induzia-nos a esquecer a paralisia mental em que muitas vezes, nos comprazemos, inclinando-nos à adoção da simplicidade por norma de ascensão espiritual.

Esvaziemos o coração de todos os detritos e de todos os fantasmas que experiências inferiores nos impuseram na peregrinação que nos trouxe ao presente.

Cada dia é nova revelação do Senhor para a existência.

Cada companheiro da estrada é campo vivo a que podemos arrojar as sementes abençoadas da renovação.

Cada dor é uma bênção para os que prosseguem acordados no conhecimento edificante.

Cada hora na marcha pode converter-se em plantação de beleza e alegria, se caminhamos obedecendo aos imperativos do trabalho constante no infinito Bem.

Toda ciência do mundo, confrontada à sabedoria que nos espera, é menos que o ribeiro singelo ante o corpo ciclópico do oceano.

Toda a riqueza dos homens perante a herança de luz que o Pai Celestial nos reserva, é minúsculo grão de pó na química planetária.

Sejamos simples e espontâneos, na senda em que a atualidade nos situa, aprendendo com a vida e doando à vida o melhor que pudermos, para que, em nos candidatando à láurea dos bem-aventurados, possamos ser realmente discípulos felizes daquele Amigo Eterno que nos recomendou: “Aprendei de mim que sou humilde de coração”.


Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 9 – Bem Aventurados Os Mansos E Pacíficos

Injúrias e Violências


1 – Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra. (Mateus, V: 4).

2 – Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Mateus, V: 9)

3 – Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu no juízo. Pois eu vos digo que todo o que se ira contra o seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão: raca, será réu no conselho; e o que disser: és louco, merecerá a condenação do fogo do inferno. (Mateus, V: 21e 22).

4 – Por essas máximas, Jesus estabeleceu como lei a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por conseqüência, condenou a violência, a cólera, e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes. Raca era entre os hebreus uma expressão de desprezo, que significava homem reles, e era pronunciada cuspindo-se de lado. E Jesus vai ainda mais longe, pois ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.

É evidente que nesta, como em qualquer circunstância, a intenção agrava ou atenua a falta. Mas por que uma simples palavra pode ter tamanha gravidade, para merecer tão severa reprovação? É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei de amor e caridade, que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia. É um atentado, à benevolência recíproca e à fraternidade, entretendo o ódio e a animosidade. Enfim, porque depois da humildade perante Deus, a caridade para com o próximo é a primeira lei de todo cristão.

5 – Mas o que dizia Jesus por estas palavras: “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra?” Não ensinou ele a renúncia aos bens terrenos, prometendo os do céu?

Ao esperar os bens do céu, o homem necessita dos bens da terra para viver. O que ele recomenda, portanto, é que não se dê a estes últimos mais importância que aos primeiros.

Por essas palavras, ele quer dizer que até agora os bens da terra foram açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos mansos e pacíficos. Que as estes falta freqüentemente o necessário, enquanto os outros dispõem do supérfluo. E promete que justiça lhes será feita, assim na terra como no céu, porque eles serão chamados filhos de Deus. Quando a lei de amor e caridade for a lei da humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados nem espezinhados pelo forte e o violento. Será esse o estado da Terra, quando, segundo a lei do progresso e a promessa de Jesus, ela estiver transformada num mundo feliz, pela expulsão dos maus.

terça-feira, 10 de agosto de 2010


A Escola do Coração


O lar, na essência, é academia da alma.

Dentro dele, todos os sentimentos funcionam por matérias educativas.

A responsabilidade governa.

A afeição inspira.

O dever obriga.

O trabalho soluciona.

A necessidade propõe.

A cooperação resolve.

O desafio provoca.

A bondade auxilia.

A ingratidão espanca.

O perdão balsamiza.

A doença corrige.

O cuidado preserva.

A renúncia liberta.

A ilusão ensombra.

A dor ilumina.

A exigência destrói.

A humildade refunde.

A luta renova.

A experiência edifica.

Todas as disciplinas referentes ao aprimoramento do cérebro são facilmente encontradas nas universidades da Terra, mas a família é a escola do coração, erguendo entes amados à condição de professores do espírito.

E somente nela conseguimos compreender que as diversas posições afetivas, que adotamos na esfera convencional, são apenas caminhos para a verdadeira fraternidade que nos irmana a todos, no amor puro, em sagrada união, diante de Deus.


Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


Palavras de Caridade

O apoio... A simpatia... Uma oração...
Carregada de fé na Bondade Divina...
A bênção do sorriso... A página que ensina,
a vencer o amargor das lágrimas terrenas...

O minuto de paz... O auxilio que armazenas,
na supressão do mal, ao trabalho em surdina...
O bilhete fraterno... Uma flor pequenina...
O socorro... A brandura... As palavras serenas...

A esmola... A roupa usada... O copo de água fria...
O pão... o entendimento...Um raio de alegria...
Um fio de esperança... A atitude sincera...

Da migalha pobre à dádiva mais rica,
tudo aquilo que dás a vida multiplica...
Nos tesouros de amor da glória que te espera!...

Auta de Souza

domingo, 8 de agosto de 2010


JESUS MANDOU ALGUÉM...


O culto do Evangelho no lar havia terminado às sete da noite, e João Pires, com a esposa, filhos e netos, em torno da mesa, esperava o café que a família saboreava depois das orações.

Ana Maria, pequena de sete anos, reclamou:

- Vovô, não sei porque Jesus não vem. Sempre Vovô chama por ele nas preces: “Vem Jesus! Vem Jesus!” e Jesus nunca veio...

O avô riu-se, bondoso, e explicou:

Filhinha, nós, os espíritas, não podemos pensar assim... O mestre vive presente conosco em suas lições. E cada pessoa do caminho, principalmente os mais necessitados, são representantes dele, junto de nós... Um doente é uma pessoa que o Senhor nos manda socorrer, um faminto é alguém que Ele nos recomenda servir...

D. Maria, a dona da casa, nesse momento repartia o café, e, antes que o vovô terminasse, batem à porta.

Ana Maria e Jorge Lucas, irmão mais crescido, correm para entender.

Daí a instantes, voltam, enquanto o menino grita:

- Ninguém não! É só um mendigo pedindo esmola.

- Que é isso? exclama a senhora Pires, instintivamente a estas horas?

Ana Maria, porém, de olhos arregalados, aproxima-se do avô e informa, encantada:

- Vovô, é um homem! Ele está pedindo em nome de Jesus. É preciso abrir a porta. Acho que Jesus ouviu a nossa conversa e mandou alguém por ele...

A família comoveu-se.

O chefe da casa acompanhou a netinha e, depois de alguns instantes, voltaram, trazendo o desconhecido.

Era um velho, aparentando mais de oitenta anos de idade, de roupa em frangalhos e grande barba ao desalinho, apoiando-se em pobre cajado.

Ante a surpresa de todos, com ar de triunfo, a menina segurou-lhe a mão direita e perguntou:

- O Senhor conhece Jesus?

Trêmulo e acanhado, o ancião respondeu:

- Como não, minha filha? Ele morreu na cruz por nós todos!

E Ana Maria para o avô:

- Eu não falei, vovô?

O grupo entendeu o ensinamento e o recém-chegado foi conduzido a uma poltrona. Alimentou-se. Recebeu tudo quanto precisava e João Pires anotou-lhe o nome e endereço para visitá-lo no dia seguinte.

Antes da despedida, a pequena dormiu feliz, e, após abraçar o inesperado visitante, no “até amanhã”, o chefe da família, enxugando os olhos, falou, sensibilizado:

- Graças a Deus, tivemos hoje um culto mais completo.


Livro: Antologia da Criança – Médium: Chico Xavier – Espírito: Hilário Silva.

sábado, 7 de agosto de 2010


O AMOR


O amor é o maior aprendizado,

Que devemos lutar para alcançar.

O fato de se sentir amado,

Leva-nos a desta vida mais gostar.


Para isto as vezes há muitas lutas...

Muita dor e muito sofrimento,

Porque impõe ao viver, as disputas,

Que nem sempre envolvem bom sentimento.


Aquele sentimento aprimorado,

Pouco cultivado nesta dimensão,

Onde poucos têm bem elaborado

O que se vai dentro de seu coração.


É o que há de mais puro no universo.

É o que encanta e nos faz crescer.

É o que motiva este meu verso.

É o que me ensina o meu tempo vencer.


Maria Dolores

sexta-feira, 6 de agosto de 2010


Você Mesmo


Lembre-se de que você mesmo é:

o melhor secretário de sua tarefa,
o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios,
o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos
outros.

Não se esqueça, igualmente, de que:

o maior inimigo de suas realizações mais nobres,
a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa,
a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições
e o destruidor de suas oportunidades de elevação.

— é você mesmo.


Livro: Agenda Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010


Renovemo-nos Dia a Dia


“... Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. – Paulo. – Romanos, 12:2.

Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.

Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.

Renovemo-nos por dentro.

É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.

Aceitar os problemas do mundo e superá-los à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.

Dor e sacrifício, aflição e amargura são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.

Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.

Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.

Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida e, com ela, o conhecimento da “perfeita vontade de Deus”, a nosso respeito.


Livro: Relicário de Luz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 8 – Bem Aventurados os Puros de Coração

Deixai Vir A Mim Os Pequeninos


1 – Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus. (Mateus, V: 8).

2 – Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava. (Marcos, X: 13-16).

3 – A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade.

Esta comparação poderia não parecer justa, se considerarmos que o Espírito da criança pode ser muito antigo, e que ele traz ao renascer na vida corpórea as imperfeições de que não se livrou nas existências precedentes. Somente um Espírito que chegou à perfeição poderia dar-nos o modelo da verdadeira pureza. Não obstante, ela é exata do ponto de vista da vida presente. Porque a criança, não tendo ainda podido manifestar nenhuma tendência perversa, oferece-nos a imagem da inocência e da candura. Aliás, Jesus não diz de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas, mas para aqueles que se lhes assemelham.

4 – Mas se o Espírito da criança já viveu, por que não se apresenta, ao nascer, como ele é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados delicados, que só a ternura materna lhe pode dispensar, e essa ternura aumenta, diante da fragilidade e da ingenuidade da criança. Para a mãe, seu filho é sempre um anjo, e é necessário que assim seja, para lhe cativar a solicitude. Ela não poderia tratá-lo com a mesma abnegação, se em vez da graça ingênua, nele encontrasse, sob os traços infantis, um caráter viril e as idéias de um adulto; e menos ainda, se conhecesse o seu passado.

É necessário, aliás, que a atividade do princípio inteligente seja proporcional à debilidade do corpo, que não poderia resistir a uma atividade excessiva do Espírito, como verificamos nas crianças precoces. É por isso que, aproximando-se a encarnação, o Espírito começa a perturbar-se e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo.

Durante certo período, ele permanece numa espécie de sono, em que todas as suas faculdades se conservam em estado latente. Esse estado transitório é necessário, para que o Espírito tenha um novo ponto de partida, e por isso o faz esquecer, na sua nova existência terrena, tudo o que lhe pudesse servir de estorvo. Seu passado, entretanto, reage sobre ele, que renasce para uma vida maior, moral e intelectualmente mais forte, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.

A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente o seu desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo. Pode-se assim dizer que, nos primeiros anos, o Espírito é realmente criança, pois as idéias que formam o fundo do seu caráter estão adormecidas.

Durante o tempo em que os seus instintos permanecem latentes, ela é mais dócil, e por isso mesmo mais acessível às impressões que podem modificar a sua natureza e fazê-la progredir, o que facilita a tarefa dos pais.

O Espírito reveste, pois, por algum tempo, a roupagem da inocência. E Jesus está com a verdade, quando, apesar da anterioridade da alma, toma a criança como símbolo da pureza e da simplicidade.

terça-feira, 3 de agosto de 2010


Quem Ama


Quem ama nada exige.

Perdoa sem traçar condições.

Sabe sacrificar-se pela felicidade alheia.

Renuncia com alegria ao que mais deseja.

Não espera reconhecimento.

Serve sem cansaço.

Apaga-se para que outros brilhem.

Silencia as aflições, ocultando as próprias lágrimas.

Retribui o mal com o bem.

É sempre o mesmo em qualquer situação.

Vive para ser útil aos semelhantes.

Agradece a cruz que leva sobre os ombros.

Fala esclarecendo e ouve compreendendo.

Crê na Verdade e procura ser justo.

Quem ama, qual o samaritano anônimo da parábola do Mestre, levanta os caídos da estrada, balsamiza-lhes as chagas, abraça-os fraternalmente e segue adiante...


Livro: Brilhe Vossa Luz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Alexandre de Jesus.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010


ESPERA E AMA SEMPRE


Quanta aflição desaparecerá no nascedouro, se souberes sorrir em silêncio! Quanta amargura esquecida, se desculpares o fel!

Rogas a paz do Senhor, mas o Senhor igualmente espera por teu concurso na paz dos outros.

Reflete nas necessidades de teu irmão, antes de lhe apreciares o gesto impensado. Em muitas ocasiões, a agressividade com que te fere é apenas angústia e a palavra ríspida com que te retribui o carinho são tão somente a chaga do coração envenenando-lhe a boca.

Auxilia mil vezes, antes de reprovar uma só.

Os charcos emitem correntes enfermiças por não haver encontrado mãos que o secassem e o deserto provoca sede e sofrimento por não ter recebido o orvalho da fonte.

Deixa que a piedade se transforme no teu coração em socorro mudo, para que a dor esmoreça.

Não estendas a fogueira do mal com o lenho seco da irritação e do ódio!

Espera e ama sempre!

Em silêncio, a árvore podada multiplica os próprios frutos e o céu assaltado pela sombra noturna descerra a glória dos astros!...

Lembra-te do Cristo, o Amigo silencioso.

Sem reivindicações e sem ruído, escreveu os poemas imortais do perdão e do amor, da esperança e da alegria no coração da Terra.

Busquemos NELE o nosso exemplo na luta diária e, tolerando e ajudando hoje, na estreita existência humana, recolheremos amanhã as bênçãos da luz silenciosa que nos descerrará os caminhos da Vida Eterna.


Livro: Ideal Espírita – Médium: Chico Xavier – Espírito: Meimei.

domingo, 1 de agosto de 2010

Foi postado hoje a biografia do mês de Agosto, na coluna "Grandes Nomes do Espiritismo", uma homenagem a Camille Flammarion.

O GRITO DE CÓLERA


Lembra-se do instante em que gritou fortemente, antes do almoço?

Por insignificante questão de vestuário, você pronunciou palavras feias em voz alta, desrespeitando a paz doméstica.

Ah! Meu filho, quantos males foram atraídos por seu gesto de cólera!...

A mamãe, muito aflita, correu para o interior, arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a dor de cabeça e o coração tornou a descompassar-se.

As duas irmãs, que cuidavam da refeição, dirigiram-se precipitadamente para o quarto, a fim de socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram inutilizadas.

Em Razão das circunstâncias provocadas por sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi compelido a esperar mais tempo em casa, chegando ao serviço com grande atraso.

Seu chefe não estava disposto a tolerar-lhe a falta e recebeu-o com repreensão áspera.

Quem o visse, erecto e digno, a sofrer essa pena, em virtude da sua leviandade, sentiria compaixão, porque você não passa de um jovem necessitado de disciplina, e ele é um homem de bem, idoso e correto, que já venceu muitas tempestades para amparar a família e defendê-la. Humilhado, suportou as conseqüências de seu gesto impulsivo, por vários dias, observado na oficina qual se fora um menino vadio e imprudente.

Os resultados de sua gritaria foram, porém, mais vastos.

A mãezinha piorou e o médico foi chamado.

Medicamentos de alto preço, trazidos à pressa, impuseram vertiginosa subida às despesas, e o papai não conseguiu pagar todas as contas de armazém, farmácia e aluguel de casa.

Durante seis meses, toda a sua família lutou e solidarizou-se para recompor a harmonia quebrada, desastradamente, por sua ira infantil.

Cento e oitenta dias de preocupações e trabalhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque você, incapaz de compreender a cooperação alheia, se pôs a berrar, inconscientemente, recusando a roupa que lhe não agradava.

Pense na lição, meu filho, e não repita a experiência.

Todos estamos unidos, reciprocamente, através de laços que procedem dos desígnios divinos. Ninguém se reúne ao acaso. Forças superiores impelem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos a ciência da felicidade, no amor e no respeito mútuos.

O golpe do machado derruba a árvore de vez. A ventania destrói um ninho de momento para o outro.

A ação impensada de um homem, todavia, é muito pior.

O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando moléstias, dificuldades e desgostos.

Por que não aprende a falar e a calar, a benefício de todos?

Ajude em vez de reclamar.

A cólera é força infernal que nos distancia da paz divina.

A própria guerra, que extermina milhões de criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns homens que se alastra, por muito tempo, ameaçando o mundo inteiro.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.