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quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Mansidão e Piedade


Se caminhas sob chuvas de impropérios e maldições, cultiva a mansidão e exercita a piedade.

Se atravessas provas rudes, assoalhadas por aflições contínuas, guarda-te na mansidão e desenvolve a piedade.

Se sofres agressões prolongadas, que se não justificam, permanece com mansidão e desenvolve a piedade.

Se tombas nas ciladas bem urdidas, propostas por adversários encarnados ou não; mantém-te em mansidão e esparze a piedade.

Se te açodam circunstâncias rudes e tudo parece conspirar contra tuas lutas de redenção, não te descures da mansidão nem da piedade.

Aclamado pelo entusiasmo passageiro de amigos ou admiradores, sustenta a mansidão e insiste na piedade.

Guindado a posições de relevo transitório e requestado pelo momento de ilusão, não te afaste da mansidão da piedade.

Carregado de êxitos terrenos e laureado por enganosas situações, envolve-te na mansidão e não te distancies da piedade.

Recomendado pelas pessoas proeminentes ou procurado pelos triunfos humanos, persevera com mansidão e trabalha com piedade.

Mansidão e piedade em qualquer circunstância, sempre.

A mansidão coloca-te interiormente indene à agressividade dos que se comprazem no mal e a piedade envolve-os em vibrações de amor.

A mansidão faz-te compreender que necessitas de crescimento espiritual e, por enquanto, a dor ainda se torna instrumento educativo.

A piedade evita que mágoas ou seqüelas de aborrecimento tisnem os teus ideais de enobrecimento.

A mansidão acalma; a piedade socorre.

Com mansidão seguirás a trilha da humildade e com a piedade prosseguirás retribuindo com o bem a todo e qualquer mal.

A mansidão identifica o cristão e a piedade fala das suas conquistas interiores.

- "Bem-aventurados os mansos e pacificadores - ensinou Jesus -porque eles herdarão a Terra"...


Médium: Divaldo P. Franco – Espírito: Joanna de Ângelis.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


Cap. 10 – Bem Aventurados Os Misericordiosos


Perdoai Para Que Deus Vos Perdoe


1 – Bem-aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia. (Mateus, V: 7).

2 – Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem; também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados. (Mateus, VI: 14 e 15).

3 – Se vosso irmão pecar contra ti, vai, e corrige-o entre ti e ele somente; se te ouvir, ganhado terás a teu irmão. Então, chegando-se Pedro a ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, para que eu lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. (Mateus, XVIII: 15, 21e 22).

4 – A misericórdia é o complemento da mansuetude, pois os que não são misericordiosos também não são mansos e pacíficos. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam uma alma sem elevação e sem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio das almas elevadas, que pairam acima do mal que lhes quiseram fazer. Uma está sempre inquieta, é de uma sensibilidade sombria e amargurada. A outra é calma, cheia de mansuetude e caridade.

Infeliz daquele que diz: Eu jamais perdoarei! Porque, se não for condenado pelos homens, o será certamente por Deus. Com que direito pedirá perdão de suas próprias faltas, se ele mesmo não perdoa aos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz que se deve perdoar ao irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete.

Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar. Uma é grande nobre, verdadeiramente generosa, sem segunda intenção, tratando com delicadeza o amor próprio e a suscetibilidade do adversário, mesmo quando a culpa foi inteiramente dele. A outra é quando o ofendido, ou aquele que assim se julga, impõe condições humilhantes ao adversário, fazendo-o sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar. Se estender a mão, não é por benevolência, mas por ostentação, a fim de poder dizer a todos: Vede quanto sou generoso!

Nessas circunstâncias, é impossível que a reconciliação seja sincera, de uma e de outra parte. Não, isso não é generosidade, mas apenas uma maneira de satisfazer o orgulho. Em todas as contendas, aquele que se mostra mais conciliador, que revela mais desinteresse próprio, mais caridade e verdadeira grandeza de alma, conquistará sempre a simpatia das pessoas imparciais.

terça-feira, 28 de setembro de 2010


Indulgência Permanente


Escasseia, cada vez mais, no comportamento humano, a indulgência.

Relevante para o êxito da criatura em si mesma e em relação ao próximo, o pragmatismo negativo dos interesses imediatos vem, a pouco e pouco, desacreditando-a, deixando-a à margem.

Sem a indulgência no lar, diante das atitudes infelizes dos familiares
ou em referência aos seus equívocos, instala-se a malquerença; na oficina de atividades comerciais, produz a desconfiança; no trato social propicia o desconforto moral e responde pela competição destrutiva...

Tentando substituí-la, as criaturas imprevidentes colocam nos lábios a mordacidade no trato com o semelhante, a falsa superioridade, a ofensa freqüente, a hipocrisia em arremedos de tolerância.

A indulgência para com as faltas alheias é perfeita compreensão da própria fragilidade, a refletir-se no erro de outrem, entendendo que todos necessitam de oportunidade para recuperar-se, e facultando-a sem assumir rígido comportamento de censor ou injustificável postura de benfeitor.

A indulgência é um sentimento de humanidade que vige em todas as pessoas, aguardando desdobramento e vitalidade que somente o esforço de cada qual logra realizar.

É calma e natural, fraterna e gentil, brotando como linfa cristalina a alcance do sedento.

Generosa, não guarda qualquer ressentimento, olvidando as ofensas a benefício do próprio agressor.

A indulgência é um ato de amor que se expande e de caridade que se realiza.

Mede-se a conquista moral de um homem pelo grau de indulgência que possui em relação aos limites e erros alheios.

Ninguém que jornadeie, no mundo, sem errar e que, por sua vez, não necessite da indulgência daqueles a quem magoa ou contra os quais se levanta.

A indulgência pacifica o infrator, auxiliando-o a crescer em espírito e abre áreas de simpatia naquele que a proporciona.

Virtude do sentimento, a indulgência revela sabedoria da razão.

Agredido pela ignorância do poviléu, ou pela astúcia farisaica, ou pela covardia dos amigos, ou pela pusilanimidade de Pilatos, Jesus foi
indulgente para com todos, não obstante jamais houvesse recebido ou necessitasse da indulgência de quem quer que fosse.

Lecionando o amor, toda a Sua vida é um hino à indulgência e uma oportunidade de redenção ao equivocado.

Sê, pois, tu também, indulgente em relação ao teu próximo, quão necessitado te encontras da indulgência dos outros assim como da Vida.


Médium: Divaldo P. Franco – Espírito: Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010


Viver É Amar


Caminhas, na Terra, experimentando carência afetiva e aflição, que acreditas não ter como superar.

Sorris, e tens a impressão de que é um esgar que te sulca a face.

Anelas por afetos e constatas que a ninguém inspiras amor, atormentando-te, não poucas vezes, e resvalando na melancolia injustificável.

Planejas a felicidade e lutas por consegui-la, todavia, descobre-te a sós, carpindo rude angústia interior.

Gostarias de um lar em festa, abençoado por filhos ditosos e um amor dedicado que te coroassem a existência com os louros da felicidade.

Sofres e consideras-te desditoso.

Ignoras, no entanto, o que se passa com os outros; aqueles que se te apresentam felizes; que desfilam nos carros do aparente triunfo, sorridentes e engalanados.

Também eles experimentam necessidades urgentes, em outras áreas, não menos afligentes que as tuas.

Se os pudesses auscultar, perceberias como te invejam alguns daqueles cuja felicidade cobiças...

A vida, na Terra, é feita de muitos paradoxos. E isto se dá em razão de ser um planeta de provações, de experiências reeducativas, de expiações redentoras.

Assim, não desfaleças, porquanto este é o teu carma de solidão.

Faze, desse modo, uma pausa, nas tuas considerações pessimistas e muda de atitude mental, reintegrando-te na ação do bem.

O que ora te falta, malbarataste.

Perdeste, porque descuraste enquanto possuías o de que agora tens necessidade.

A invigilância levou-te ao abuso, e delinqüiste contra o amor.

A tua consciência espiritual sabe que necessitas de expungir e de reparar, o que te leva, nas vezes em que o júbilo te visita, a retornar à tristeza, rememorar sofrimentos, fugindo para a tua solidão...

Além disso, é muito provável que, aqueles a quem magoaste; não se havendo recuperado, busquem-te, psiquicamente, assim te afligindo.

Reage com otimismo à situação e enriquece-te de propósitos superiores, que deves pôr em execução.

Ama, sem aguardar resposta.

Serve, sem pensar em recompensa.

O que ora faças no Bem, atenuará, liberará o que realizaste equivocadamente e, assim, reencontrar-te-as com o amor, em nome d'Aquele que permanece até agora entre nós como sendo o Amor não amado, porém, amoroso de sempre.


Médium: Divaldo P. Franco – Espírito: Joanna de Ângelis.

domingo, 26 de setembro de 2010


O DESCUIDO IMPENSADO


No orfanato em que trabalhava, Irmã Clara era o ídolo de toda gente pelas virtudes que lhe adornavam o caráter.

Era meiga, devotada, diligente.

Daquela boca educada não saíam más palavras.

Se alguém comentava falhas alheias, vinha solícita, aconselhando:

- Tenhamos compaixão...

Inclinava a conversa em favor da benevolência e da paz.

Insuflava em quantos a ouviam o bom ânimo e o amor ao dever.

Além do mais, estimulava, acima de tudo, em todos os circunstantes a boa vontade de trabalhar e servir para o bem.

- Irmã Clara – dizia uma educadora -, tenho necessidade do vestido para o sábado próximo.

Ela, que era a costureira dedicada de todos, respondia contente:

- Trabalharemos até mais tarde. A peça ficará pronta.

- Irmã – intervinha uma das criadas -, e o avental?

- Amanhã será entregue – dizia Clara, sorrindo.

Em todas as atividades, mostrava-se a desvelada criatura qual anjo de bondade e paciência.

Invariavelmente rodeada de novelos de linha, respirava entre as agulha e a máquina de costurar.

Nas horas da prece, demorava-se longamente contrita na oração.

Com a passagem do tempo, tornava-se cada vez mais respeitada. Seus pareceres eram procurados com interesse.

Transformara-se em admirável autoridade da vida cristã.

Em verdade, porém, fazia por merecer as considerações de que era cercada.

Amparava sem alarde.

Auxiliava sem preocupação de recompensa.

Sabia ser bondosa, sem humilhar a ninguém com demonstrações de superioridade.

Rolaram os anos, como sempre, e chegou o dia em que a morte a conduziu para a vida espiritual.

Na Terra, o corpo da inesquecível benfeitora foi rodeado de flores e bênçãos, homenagens e cânticos e sua alma subiu, gloriosamente, para o Céu.

Um anjo recebe-a, carinhoso e alegre, à entrada.

Cumprimentou-a. Reportou-se aos bens que ela espalhara, todavia, sob impressão de assombro, Irmã Clara ouviu-o informar:

- Lastimo não posso demorar-se conosco senão três semanas.

- Oh! Por quê? – interrogou a valorosa missionária.

- Será compelida a voltar, tomando novo corpo de carne no mundo – esclareceu o mensageiro.

- Como assim?

O anjo fitou-a, bondoso, e respondeu:

- A Irmã foi extremamente virtuosa; entretanto, na posição espiritual em que se encontrava não poderia cometer tão grande descuido.

Desperdiçou uma enormidade de fios de linha, impensadamente. Os novelos que perdeu, davam para costurar alguns milhares de vestidos para crianças desamparadas.

- Oh! Oh! Deus me perdoe! – exclamou a santa desencarnada – e como resgatarei a dívida?

O anjo abraçou-a, carinhoso, e reconfortou-a dizendo:

- Não tema. Todos nós a ajudaremos, mas a querida irmã recomeçará sua tarefa no mundo, plantando um algodoal.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 25 de setembro de 2010


O Rio em Busca do Mar

Dizem que o rio quando chega
Nas redondezas do mar
Teme e treme de incerteza
De sumir, de se acabar
De deixar de existir
Mas não pode mais voltar.

Só permanece seguindo
Vai seguindo sem parar
E o temor vai aumentando
E ele começa a lembrar
Da sua humilde nascente
Do olho d’água a brotar.

Do primeiro animalzinho
Que a sede vai saciar
E da grande alegria
De ter podido ajudar
E do seu pedido mudo
De mais crescer para mais dar

Sentiu que Deus escutara
E o fez crescer sem parar
Transbordar, sulcar a terra
Na ânsia de conquistar
Logo em riacho cantante
Iria se transformar.

Quando esse seu caminho
Pedras queriam barrar
Calava, amava e crescia
Crescia até transbordar
Crescendo e aprendendo
Caminha sem parar.

E sentiu felicidade
Vendo tudo se aproximar
Tanto peixe vivendo
Tanto animal a banhar
Viu o homem canalizando
Sua força pra irrigar.

Viu que Deus mais o enchia
Quanto mais tinha pra dar
E quanto mais se doava
Mais crescia sem parar
Outros veios desaguavam
E em rio viu-se transformar.

Viu cidades se formarem
Pra dele se saciar
Viu o homem utilizá-lo
Até pra se transportar
Sentia a felicidade
Em si também desaguar.

Ajudou plantas e bichos
Viveu pra dessedentar
Enfim ajudou o homem
A progredir sem parar
Alimentou e serviu
No seu caminho para o mar.

E agora que ao oceano
Já podia divisar
O medo se apossava
A cada aproximar
Mais veloz na correnteza
Não pode mais voltar

E docemente se entrega
Deixa-se ali desaguar
E agora sente mais vida
Sente a força lhe tomar
É uma força infinita
Que não tem como explicar.

E quanto mais se entrega
Começa a se transformar
Não sente a prisão das margens
Sente uma sem fim lhe tomar
Sente-se o próprio gigante
Morreu rio renasce mar.

Quem se apega ao caminho
Não percorre o caminhar
A vida é uma aventura
É um grande desaguar
Nascer, crescer e renascer
Como o rio buscando o mar.

Merlânio Maia

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


A Escola do Coração


O lar, na essência, é academia da alma.

Dentro dele, todos os sentimentos funcionam por matérias educativas.

A responsabilidade governa.

A afeição inspira.

O dever obriga.

O trabalho soluciona.

A necessidade propõe.

A cooperação resolve.

O desafio provoca.

A bondade auxilia.

A ingratidão espanca.

O perdão balsamiza.

A doença corrige.

O cuidado preserva.

A renúncia liberta.

A ilusão ensombra.

A dor ilumina.

A exigência destrói.

A humildade refunde.

A luta renova.

A experiência edifica.

Todas as disciplinas referentes ao aprimoramento do cérebro são facilmente encontradas nas universidades da Terra, mas a família é a escola do coração, erguendo entes amados à condição de professores do espírito.

E somente nela conseguimos compreender que as diversas posições afetivas, que adotamos na esfera convencional, são apenas caminhos para a verdadeira fraternidade que nos irmana a todos, no amor puro, em sagrada união, diante de Deus.


Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010


A Cura Própria


Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos.

Defende-te contra a surdez; entretanto retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te procuram.

Medica a arritmia e a dispnéia; contudo não entregues o coração á impulsividade arrasadora.

Combate a neurastenia e o esgotamento; no entanto cuida de reajustar as emoções e tendências.

Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa.

Melhora as condições do sangue; todavia não o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.

Guerreia a hepatite; entretanto livra o fígado dos excessos em que te comprazes.

Remove os perigos da uremia; contudo não sufoques os rins com venenos de taças brilhantes.

Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém,
o que fazes com teus pés, braços e mãos.

Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam; todavia aprende
a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres.

Consagra-te à própria cura, mas não esqueças a pregação do Reino Divino aos teus órgãos. Eles são vivos e educáveis.

Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade
comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.


Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 21 – Falsos Cristos e Falsos Profetas

Conhece-se a Árvore Pelo Fruto


1. A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má; - porquanto, cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos nos espinheiros, nem cachos de uvas nas sarças. - O homem de bem tira boas coisas do bom tesouro do seu coração e o mau tira-as más do mau tesouro do seu coração; porquanto, a boca fala do de que está cheio o coração. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 43 a 45.)

2. Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. - Conhecê-lo-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos nas sarças? - Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos. - Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. - Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo. - Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 15 a 20.)

3. Tende cuidado para que alguém não vos seduza; - porque muitos virão em meu nome, dizendo: "Eu sou o Cristo", e seduzirão a muitos.

Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; - e porque abundará a iniqüidade, a caridade de muitos esfriará. - Mas aquele que perseverar até o fim se salvará.

Então, se alguém vos disser: O Cristo está aqui, ou está ali, não acrediteis absolutamente; - porquanto falsos Cristos e falsos profetas se levantarão e farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos. (S. MATEUS, cap. XXIV, vv. 4, 5, 11 a 13, 23, e 24; S. MARCOS, cap. XIII, vv. 5, 6, 21 e 22.)

terça-feira, 21 de setembro de 2010


Obsessões e Possessões


Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da inferioridade moral de seus habitantes.

A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo.

A obsessão que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.

Chama-se obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce
sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.

Ela oblitera todas as faculdades mediúnicas.

Na mediunidade audiente e psicográfica, traduz-se pela obstinação de um Espírito em querer manifestar-se, com exclusão de qualquer outro.

Assim como as enfermidades resultam das imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às perniciosas influências exteriores, a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau.

A uma causa física, opõe-se uma força física; a uma causa moral preciso é se contraponha uma força moral. Para preservá-lo das
enfermidades, fortifica-se o corpo; para garanti-la contra a obsessão, tem-se que fortalecer a alma; donde, para o obsediado, a necessidade de trabalhar por se melhorar a si próprio, o que as mais das vezes basta para livrá-lo do obsessor, sem o socorro de terceiros.

Necessário se torna este socorro, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque nesse caso o paciente não raro perde a vontade e o livre-arbítrio.

Quase sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem frequentemente se encontra nas relações que o obsediado manteve com o obsessor, em precedente existência.

Nos casos de obsessão grave, o obsediado fica envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É daquele fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.

Nem sempre, porém, basta esta ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o ser inteligente, ao qual é preciso se possua o direito de falar com autoridade, que entretanto, falece a quem não tenha superioridade moral. Quanto maior esta for, tanto maior também será aquela.

Mas, ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, indispensável se torna que o espírito perverso seja levado a renunciar
aos seus maus desígnios; que se faça que o arrependimento desponte nele, assim como o desejo do bem, por meio de instruções
habilmente ministradas, em evocações particularmente feitas com o objetivo de dar-lhe educação moral. Pode-se então ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.

O trabalho se torna mais fácil quando o obsediado, compreendendo a sua situação, para ele concorre com a vontade e a prece.

Outro tanto não sucede quando, seduzido por um espírito que o domina, se ilude com ralação às qualidades deste último e se compraz no erro a que é conduzido, porque, então, longe de a secundar, o obsediado repele toda assistência. É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde sempre, do que a mais violenta subjugação.

Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor.


Allan Kardec

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


Não Tanto Quanto


Desperdício de força!

Clamamos contra obras suntuárias e gritamos por retificação aos excessos em que tantas vezes arrasamos valiosos recursos da vida...

No entanto, muito raramente, refletimos no dispêndio inútil de energias com expectações e aflições desnecessárias.

À frente de tudo o que se refira ao mal, apliquemos a filosofia do “não tanto quanto”.

Doenças – Fujamos de exagerar sintomas, flagiciando o corpo com pensamentos desvairados que funcionam sobre as células à maneira de raios destrutivos.

A moléstia exigirá cuidados, quase sempre, não tanto quanto fantasiamos.

Boatos – Abstenhamo-nos de atribuir demasiada importância às notícias alarmantes.

É possível que essa ou aquela informação desagradável tenha certo fundo de verdade, contudo, não tanto quanto presumimos.

Desgostos – Retiremo-nos de inquietações pueris, ao redor de provações e dificuldades, nos círculos sociais ou domésticos.

Os sucessos menos felizes merecem considerações, todavia, não tanto quanto prevemos.

Problemas – Olvidemos o costume de amofinar-nos por obstáculos do caminho.

Os impedimentos eventuais requisitam apreço comumente não tanto quanto imaginamos.

Ofensas – Esqueçamos rixas e desentendimentos sofridos, desistindo de carregar fardos magnéticos de angústia.

Mágoas solicitam cautela para que não se repitam, porém, não tanto quanto pressupomos.

Sombras e queixas, incompreensões e pesares!

Não nos desgastemos debalde, emprestando-lhes grandeza que não possuem. Pensemos neles, de algum modo, a fim de removê-los da estrada, mas não tanto quanto.


Livro: Sol nas Almas – Médium: Waldo Vieira – Espírito: André Luiz.

domingo, 19 de setembro de 2010


A RAZÃO DA DOR


Raquel, antiga servidora da residência de Cusa, ergueu a voz para indagar do Mestre por que motivo a dor se convertia em aflição nos caminhos do mundo.

Não era o homem criação de Deus? Não dispõe a criatura do abençoado concurso dos anjos? Não vela o Céu sobre os destinos da Humanidade? Jesus fitou na interlocutora o olhar firme e considerou: — A razão da dor humana procede da proteção divina.

Os povos são famílias de Deus que, à maneira de grandes rebanhos, são chamados ao Aprisco do Alto.

A Terra é o caminho.

A luta que ensina e edifica é a marcha.

O sofrimento é sempre o aguilhão que desperta as ovelhas distraídas à margem da senda verdadeira.

Alguns instantes se escoaram mudos e o Mestre voltou a ponderar: — O excesso de poder favorece o abuso, a demasia de conforto, não raro, traz o relaxamento, e o pão que se amontoa, de sobra, costuma servir de pasto aos vermes que se alegram no mofo...

Reparando, porém, que a assembléia de amigos lhe reclamava explicação mais ampla, elucidou fraternalmente:

— Um anjo, por ordem do Eterno Pai, tomou à própria conta um homem comum, desde o nascimento.

Ensinou-lhe a alimentar-se, a mover os membros e os músculos, a sorrir, a repousar e a asilar-se nos braços maternos.

Sem afastar-se do protegido, dia e noite, deu-lhe as primeiras lições da palavra e, em seguida, orientou-lhe os impulsos novos, favorecendo-lhe o ensejo de aprender a raciocinar, a ler, a escrever e a contar.

Afastava-o, hora a hora, de influências perniciosas ou mortíferas de Espíritos infelizes que o arrebatariam, por certo para o sorvedouro da morte.

Soprando-lhe ao pensamento idéias iluminadas aos clarões do Infinito Bem, através de mil modos de socorro imperceptível, garantiu-lhe a saúde e o equilíbrio do corpo.

Dava-lhe medicamentos invisíveis, por intermédio do ar e da água, da vestimenta e das plantas.

Vezes sem conta, salvou-o do erro, do crime e dos males sem remédio que atormentam os pecadores.

Ao amanhecer, o Pajem Celestial acorria, atento, preparando-lhe dia calmo e proveitoso, defendendo-lhe a respiração, a alimentação e o pensamento, vigiando-lhe os passos, com amor, para melhor preservar-lhe os dons; ao anoitecer, postava-se-lhe à cabeceira, amparando- lhe o corpo contra o ataque de gênios infernais, aguardando-o, com maternal cuidado, para as doces instruções espirituais nos momentos de sono.

No transcurso da vida, guiou-lhe os ideais, auxiliou-o a selecionar as emoções e a situar-se em trabalho digno e respeitável; clareou- lhe o cérebro jovem, insuflou-lhe entusiasmo santo, rumo à vida superior, e estimulou-o a formar um reino de santificação e serviço, progresso e aperfeiçoamento, num lar...

O homem, todavia, que nunca se lembrara de agradecer as bênçãos que o cercavam, fez-se orgulhoso e cruel, diante dos interesses alheios.

Ele, que retinha tamanhas graças do Céu, jamais se animou a estendê-las na Terra e passou simplesmente a humilhar os outros com a glória de que fora revestido por seu devotado e invisível benfeitor.

Quando experimentou o primeiro desgosto, que ele mesmo provocou menosprezando a lei do amor universal, que determina a fraternidade e o respeito aos semelhantes, gesticulou, revoltado, contra o Céu, acusando o Supremo Senhor de injusto e indiferente.

Aflito, o anjo guardião procurava levantar-lhe o ideal de bondade, quando um Anjo Maior se aproximou dele e ordenou que o primeiro dissabor do tutelado endurecido por excesso de regalias se convertesse em aflição.

Rolando, mentalmente, de aflição em aflição, o homem começou a recolher os valores da paciência, da humildade, do amor e da paz com todos, fazendo-se, então, precioso colaborador do Pai, na Criação.

Finda a historieta, esperou Jesus que Raquel expusesse alguma dúvida, mas emudecendo a servidora, dominada pela meditação que os ensinamentos da noite lhe sugeriam, o culto da Boa Nova foi encerrado com ardente oração de júbilo indefinível.


Livro: Jesus no Lar, lição 31 - Médium: Chico Xavier - Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 18 de setembro de 2010


NUNCA ESMOREÇAS


Alma fraterna, recorda:
Os momentos infelizes,
Parecem noites de crises
Em que o céu lembra um vulcão;


Ribombam trovões no espaço,
Coriscos falam da morte,
Passa irado o vento forte,
Tombando troncos no chão...


Os animais pequeninos
Gritam pedindo socorro
Descendo de morro em morro,
Cai a enxurrada a correr...


Mas finda a borrasca enorme,
No escuro da madrugada,
Em riscas de luz dourada,
Vem o novo amanhecer.


Assim também na vida,
Se atravessas grandes provas,
Na estrada em que te renovas,
Guarda a calma ativa e sã;


Sofre, mas serve e caminha,
Vence a sombra que te invade,
Se a hora é de tempestade,
Há novo dia amanhã...


Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010


VANTAGENS DO PERDÃO


"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós..." – Jesus (Mateus, 6:14)


Quando Jesus nos exortou ao perdão não nos induzia exclusivamente ao aprimoramento moral, mas também ao reconforto íntimo, a fim de que possamos trabalhar e servir, livremente, na construção da própria felicidade.

Registremos alguns dos efeitos imediatos do perdão nas ocorrências da vida prática.

Através dele, ser-nos-á possível promover a extinção do mal, interpretando-se o mal por fruto de ignorância ou manifestação de enfermidade da mente; impediremos a formação de inimigos que poderiam surgir e aborrecer-nos indefinidamente, alentados por nossa aspereza ou intolerância; liberar-nos-emos de qualquer perturbação no tocante a ressentimento; imunizaremos o campo sentimental dos entes queridos contra emoções, idéias, palavras ou atitudes suscetíveis de marginalizá-los, por nossa causa, nos despenhadeiros da culpa; defenderemos a tarefa sob nossa responsabilidade, sustentando-a a cavaleiro de intromissões que, a pretexto de auxiliar-nos, viessem arrasar o trabalho que mais amamos; impeliremos o agressor a refletir seriamente na impropriedade da violência; e adquiriremos a simpatia de quantos nos observem, levando-os a admitir a existência da fraternidade, em cujo poder dizemos acreditar.

Quantos perdoem golpes e injúrias, agravos e perseguições apagam incêndios de ódio ou extinguem focos de delinqüência no próprio nascedouro, amparando legiões de criaturas contra o desequilíbrio e resguardando a si mesmos contra a influência das trevas.

Perdão pode ser comparado à luz que o ofendido acende no caminho do ofensor. Por isso mesmo, perdoar, em qualquer situação, será sempre colaborar na vitória do amor, em apoio de nossa própria libertação para a vida imperecível.


Livro: Aulas da Vida – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010


PERSEVERAS

Tema – Necessidade incessante do bem


Persistirás no bem. Ainda mesmo que ouças prodígios acerca dos que selaurearam fora dele, perseveras...


Ainda mesmo que os amigos mais estimáveis te convidem a abandoná-lo, sob o pretexto de que podes ser bom simplesmente não fazendo o mal, perseveras.

Os que se resguardam na construção da felicidade de todos são aqueles que encontram o próprio destino.

Cedo reconhecem que o homem nasce para ser útil e procuram esquecer-se.

Registram a lamentação dos que afirmam ser o mundo uma represa de lágrimas e esforçam-se para que a Humanidade compreenda a Terra, como sendo também uma casa de Deus, bafejada de sol.

Assinalam a voz dos que borboleteiam no campo das sensações, asseverando que a existência é apenas o dia que passa, e prosseguem jungidos ao arado do serviço, na certeza de que estão edificando para agora e para o futuro.

E porque resistem a seduções e tentações, fazem-se alvo das arremetidas de todos aqueles que abafaram a consciência, no lado negativo das convenções humanas, enceguecidos de vaidade ou atolados no visgo dos interesses pessoais.

Transfiguram-se, desde então, em ponto de mira para a saraivada de injúrias com que se lhes pretende barrar o pensamento em marcha renovadora ou paralisar as mãos no curso das boas obras.

Agiganta-se-lhes, porém, a fé sob o impacto da perseguição injustificada ou do ódio gratuito e trabalham mais, com mais acentuado valor.

Compadecem-se dos caluniadores, endereçando-lhes o benefício da oração, porque sabem separá-los da calúnia como se aparta um enfermo do processo infeccioso que lhe corrompe as energias.

Toleram, pacientemente, os ofensores, porquanto jazem convencidos de que a ofensa é fruto da ignorância ou, mais propriamente, da ausência de luz espiritual, e ninguém pode condenar um viajante que se arroja no pântano, quando caminha sob as trevas.

Perseveras no bem acima de todas as circunstâncias.

Sobrenadarás o dilúvio de sombras, fiel ao raio de luz que te aponta o rumo certo.

Ainda mesmo de alma relegada à solidão, persistirás no bem, recordando Jesus que esteve sozinho ao proclamar-lhe a grandeza sobre o triunfo aparente do mal, ensinando-nos a cada um que venceremos realmente o mal tão-somente quando, em cada tarefa que abraçarmos, tivermos a precisa coragem de perseverar no bem até o fim.


Livro: Encontro Marcado – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


Cap. 10 – Bem Aventurados Os Misericordiosos


NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS. AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA


11 – Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

12 – Então lhe trouxeram os escribas e os fariseus uma mulher que fora apanhada em adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a estas tais.

Qual é a vossa opinião sobre isto? Diziam, pois os judeus, tentando-o, para o poderem acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveraram em fazer-lhe perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes: Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E tornando a abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros. E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe disse: Nem eu tampouco te condenarei; vai, e não peques mais. (João, VIII: 3-11).

13 – “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra”, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não necessite para si mesmo. Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros os que nos desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.

A censura de conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos criticamos. Este último motivo jamais tem escusa, pois decorre da maledicência e da maldade. O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode resultar um bem, e porque sem ele, o mal jamais será reprimido na sociedade. Aliás, não deve o homem ajudar o progresso dos seus semelhantes? Não se deve, pois, tomar no sentido absoluto este princípio: “Não julgueis para não serdes julgados”, porque a letra mata e o espírito vivifica.

Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez em termos enérgicos. Mas quis dizer que a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se culpável daquilo que se condena nos outros é abdicar dessa autoridade, e mais ainda, arrogar-se arbitrariamente o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de algum poder, viola as leis e os princípios de que está encarregado de aplicar.

A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo. É o que resulta evidentemente das palavras de Jesus.

terça-feira, 14 de setembro de 2010


QUE TEMOS COM O CRISTO?


"Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus." (Marcos, 1,24)


Grande erro supor que o Divino Mestre houvesse terminado o serviço ativo, no Calvário.

Jesus continua caminhando em todas as direções do mundo; seu Evangelho redentor vai triunfando, palmo a palmo, no terreno dos corações.

Semelhante circunstância deve ser lembrada porque também os Espíritos maléficos tentam repelir o Senhor diariamente.

Refere-se o evangelista a entidades perversas que se assenhoreavam do corpo da criatura. Entretanto, essas inteligências infernais prosseguem dominando vastos organismos do mundo.

Na edificação da política, erguida para manter os princípios da ordem divina, surgem sob os nomes de discórdia e tirania; no comércio, formado para estabelecer a fraternidade, aparece com os apelidos de ambição e egoísmo; nas religiões e nas ciências, organizações sagradas do progresso universal, acodem pelas denominações de orgulho, vaidade, dogmatismo e intolerância sectária.

Não somente o corpo da criatura humana padece obsessão de Espíritos perversos. Os agrupamentos e instituições dos homens sofrem muito mais.

E quando Jesus se aproxima, através do Evangelho, pessoas e organizações indagam com pressa: que temos com Cristo? Que temos a ver com a vida espiritual?

É preciso permanecer vigilante à frente de tais sutilezas, porquanto o adversário vai penetrando também os círculos do Espiritismo evangélico, vestido de túnicas brilhantes da falsa ciência.


Livro: Caminho, Verdade e Vida – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010


DIVINA PRESENÇA


Quando nasceste na Terra, assemelhavas-te ao pássaro semimorto que a tormenta arremessa em esquecida concha da praia, mas apareceu sobre-humana ternura num coração de mulher e foste, pelas maternas mãos, lavado e alimentado milhares de vezes, simplesmente por amor, a fim de recuperares a consciência; quando o véu da ingenuidade infantil te empanava a cabeça, afligindo os que mais te amavam; o professor percebeu a inteligência que te fulgia no olhar e entregou-te a riqueza imarcescível da escola; nos dias da primeira mocidade, quando a despreocupação parecia anular-te a existência, amigos notaram o caráter que te brilhava nos gestos e integraram-te a vida nos dons do trabalho ; na enfermidade, quando muitos duvidavam da tua capacidade de reerguimento, o médico verificou que uma força sublime te atuava nas mais íntimas células e estendeu-te, confiante, o remédio eficaz ; nas horas difíceis de incompreensão, ouviste, em meio das próprias lágrimas, inarticuladas canções de conforto e esperança, exortando-te à paciência e à alegria...

Por onde segues, assinalas a luz invisível que te clareia todos os pensamentos... Se sofres, é o apoio que te resguarda; se erras, é a voz que te corrige; se vacilas, é o braço que te sustenta, e se te encontras em solidão, é a companhia que te consola...

Aprendamos a amar e a respeitar esse Alguém, como quem sabe que estamos nele como o fruto na árvore, e, se caíste tão fundo que todos os afetos te hajam abandonado, mesmo ai, nas dores da culpa, recorda que a justiça te golpeia e purifica em direitura do supremo resgate, porque nunca estiveste distante da presença de Deus.


Livro: A Justiça Divina – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

domingo, 12 de setembro de 2010


O SANTO DESILUDIDO


Inclinara-se a palestra, no lar humilde de Cafarnaum, para os assuntos alusivos à devoção, quando o Mestre narrou com significativo tom de voz: — Um venerado devoto retirou-se, em definitivo, para uma gruta isolada, em plena floresta, a pretexto de servir a Deus.

Ali vivia, entre orações e pensamentos que julgava irrepreensíveis, e o povo, crendo tratar-se de um santo messias, passou a reverenciá-lo com intraduzível respeito.

Se alguém pretendia efetuar qualquer negócio do mundo, dava-se pressa em buscar-lhe o parecer.

Fascinado pela alheia consideração, o crente, estagnado na adoração sem trabalho, supunha dever situar toda gente em seu modo de ser, com a respeitável desculpa de conquistar o paraíso.

Se um homem ativo e de boa-fé lhe trazia à apreciação algum plano de serviço comercial, ponderava, escandalizado: — É um erro.

Apague a sede de lucro que lhe ferve nas veias.

Isto é ambição criminosa.

Venha orar e esquecer a cobiça.

Se esse ou aquele jovem lhe rogava opinião sobre o casamento, clamava, aflito: — É disparate.

A carne está submetendo o seu espírito.

Isto é luxúria.

Venha orar e consumir o pecado.

Quando um ou outro companheiro lhe implorava conselho acerca de algum elevado encargo, na administração pública, exclamava, compungido: — É um desastre.

Afaste-se da paixão pelo poder.

Isto é vaidade e orgulho.

Venha orar e vencer os maus pensamentos.

Surgindo pessoa de bons propósitos, reclamando-lhe a opinião quanto a alguma festa de fraternidade em projeto, objetava, irritadiço: — É uma calamidade.

O júbilo do povo é desregramento.

Fuja à desordem.

Venha orar subtraindo-se à tentação.

E assim, cada consulente, em vista da imensa autoridade que o santo desfrutava, se entristecia de maneira irremediável e passava a partilhar-lhe os ócios na soledade, em absoluta paralisia da alma.

O tempo, todavia, que todo transforma, trouxe ao preguiçoso adorador a morte do corpo físico.

Todos os seguidores dele o julgaram arrebatado ao Céu e ele mesmo acreditou que, do sepulcro, seguiria direto ao paraíso.

Com inexcedível assombro, porém, foi conduzido por forças das trevas a terrível purgatório de assassinos.

Em pranto desesperado indagou, à vista de semelhante e inesperada aflição, dos motivos que lhe haviam sitiado o espírito em tão pavoroso e infernal torvelinho, sendo esclarecido que, se não fora homicida vulgar na Terra, era ali identificado como matador da coragem e da esperança em centenas de irmãos em humanidade.

Silenciou Jesus, mas João, muito admirado, considerou: — Mestre, jamais poderia supor que a devoção excessiva conduzisse alguém a infortúnio tão grande! O Cristo, porém, respondeu, imperturbável: — Plantemos a crença e a confiança entre os homens, entendendo, entretanto, que cada criatura tem o caminho que lhe é próprio.

A fé sem obras é uma lâmpada apagada.

Nunca nos esqueçamos de que o ato de desanimar os outros, nas santas aventuras do bem, é um dos maiores pecados diante do Poderoso e Compassivo Senhor.


Livro Jesus no Lar, lição 11 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 11 de setembro de 2010


O BANCO DA VIDA


Como é possível crescer?
Sem o dom da caridade.
Sem a Deus obedecer,
E sem amar de verdade.

Como essa muralha transpor?
Que nos leva á perfeição.
Sem antes passar pela dor,
Sem conhecer o perdão.

Como esperar ver o Pai?
Com fé superficial.
Se ainda não estas forte,
Pra vencer todo o mal.

É preciso muita cautela
Para escolher os caminhos.
A vida é uma rosa bela.
Que contém muitos espinhos.

É preciso ser comedido,
A vida é um tobogã.
O prazer hoje, não tem sentido
Se vais sofrer amanhã.

É preciso ter coragem
E não se deixar envolver.
Pela utopia selvagem
Que o homem tem no prazer.

Aquele que hoje salda o débito
Virá mais tranqüilo amanhã
Deus assim reata o seu crédito
É o “BANCO DA VIDA”.


Médium: Lúcia – Espírito: Um Amigo Poeta.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010


Os Três Crivos


Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos seus ouvidos:- Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular...

Espera!- ajuntou o sábio prudente - já passastes o que me vai dizer pelos três crivos?

-Três crivos? - perguntou o visitante, espantado.

- Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles.

O primeiro é crivo da verdade. Guardas absoluta certeza quanto àquilo que pretendes comunicar?

- Bem - ponderou o interlocutor- assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e... Então...

- Exato, decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que me queres contar?

Hesitando, o homem replicou:- Isso não... Muito pelo contrário...

- Ah - tornou o sábio - então recorramos ao terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.

- Útil? - aduziu o visitante ainda agitado - útil não é...

- Bem- rematou o filósofo num sorriso – se o que tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificação para nós!

Aí está meu amigo, a lição de Sócrates, em questão de maledicências...


Médium: Chico Xavier – Espírito: Irmão X.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010


Lindas Palavras


Senhor!...

Dura é a pedra, entretanto,
com a Tua sabedoria,
temo-la empregada em
obras de segurança.

Violento é o fogo, todavia,
sob a tua inspiração
foi ele posto em disciplina,
em auxílio da inteligência

Agressiva é a lâmina ,
no entanto ao influxo
de Teu amparo vemo-la piedosa,
na caridade da cirurgia

Enfermiço é o pântano, contudo
sob tua benevolência
encontramo-lo convertido
em celeiro de flores


Eu trago comigo
a dureza da pedra
a violência do fogo
a agressividade da lâmina
e a enfermidade do charco
mas com a Tua benção de amor
posso desfrutar o privilégio de cooperar
na construção do Teu reino...
para isso Senhor, porém,
concede-me por acréscimo de misericórdia
a felicidade de trabalhar
e ensina-me a receber
o dom de servir.

Chico Xavier

quarta-feira, 8 de setembro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 19 – A Fé Que Transporta Montanhas

5 - A Fé Humana e a
Divina


12. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.

Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exaltou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?

A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação.

Enfim, com a fé, não há maus pendures que se não chegue a vencer.

O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.

Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas.

Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.)

terça-feira, 7 de setembro de 2010


O AMIGO OCULTO


“Mas os olhos deles estavam como que fechados pra que o não conhecessem”. - (LUCAS, 24:16)


Os discípulos, a caminho de Emaús, comentavam amargurados, os acontecimentos terríveis do Calvário.

Permaneciam sob a tormenta da angústia. A dúvida penetrava-lhes a alma, levando-os ao abatimento, à negação.

Um homem desconhecido, porém, alcançou-os na estrada. Oferecia o aspecto de mísero peregrino. Sem identificar-se, esclareceu as verdades da Escritura, exaltou a cruz e o sofrimento.

Ambos os companheiros, que se haviam emaranhado no cipoal de contradições ingratas, experimentaram agradável bem-estar, ouvindo a argumentação confortadora.

Somente ao termo da viagem, em se sentindo fortalecidos no tépido ambiente da hospedaria, percebera que o desconhecido era o Mestre.

Ainda existem aprendizes na "estrada simbólica de Emaús", todos os dias. Atingem o Evangelho e espantam-se em face dos sacrifícios necessários à eterna iluminação espiritual. Não entendem o ambiente divino da cruz e procuram "paisagens mentais" distantes. . .

Entretanto, chega sempre um desconhecido que caminha ao lado dos que vacilam e fogem. Tem a forma de um viandante incompreendido, de um companheiro inesperado, de um velho generoso, de uma criança tímida. Sua voz é diferente das outras, seus esclarecimentos mais firmes, seus apelos mais doces.

Quem partilha, por um momento, do banquete da cruz, jamais poderá olvidá-la. Muitas vezes, partira mundo a fora, demorando-se nos trilhos escuros; no entanto, minuto virá em que Jesus, de maneira imprevista, busca esses viajores transviados e não os desampara enquanto não os contempla, seguros e livres, na hospedaria da confiança.


Livro: Caminho, Verdade e Vida – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


NECESSIDADE E SOCORRO


O homem sente fome.
Deus promove os recursos do pão.

O homem sente sede.
Deus faz o jorro da fonte.

O homem padece fraqueza.
Deus dá-lhe força.

O homem adquire a doença.
Deus institui o remédio.

O homem sofre desequilíbrio.
Deus estabelece o reajuste.

O homem chora em desespero.
Deus suscita a consolação.

O homem se desvaira no pessimismo.
Deus restaura a esperança.

O homem cai na sombra da ignorância.
Deus acende a luz da instrução.

Entretanto, Deus criou a liberdade de consciência, com responsabilidade, traçando o merecimento de cada um.

É assim que, entre a necessidade humana e o Socorro Divino, permanece a vontade do homem, que é plenamente livre para aceitar ou não o auxílio de Deus.


Livro: Caminho Espírita – Médium: Chico Xavier – Espírito: Albino Silva.

domingo, 5 de setembro de 2010


O SERVIDOR NEGLIGENTE


Á porta de grande carpintaria, chegou um rapaz, de caixa às costas, à procura de emprego.

Parecia humilde e educado.

O diretor da instituição compareceu, atencioso, para atendê-lo.

- Tem serviço com que me possa favorecer? – indagou o jovem, respeitoso, depois das saudações habituais.

- As tarefas são muitas – elucidou o chefe.

- Oh! Por favor! – tornou o interessado – meus velhos pais necessitam de amparo. Tenho batido, em vão, à porta de várias oficinas. Ninguém me socorre. Contentar-me-ei com salário reduzido e aceitarei o horário que desejar.

O diretor, muito calmo, acentuou:

- Trabalho não falta...

E, enquanto o candidato mostrava um sorriso de esperança, acrescentou:

- Traz suas ferramentas em ordem?

- Perfeitamente – respondeu o interpelado.

- Vejamo-las.

O moço abriu a caixa que trazia. Metia pena reparar-lhe os instrumentos.

A enxó se achava deformada pela ferrugem grossa.

O serrote mostrava vários dentes quebrados.

O martelo tinha cabo incompleto.

O alicate estava francamente desconjuntado.

Diversos formões não atenderiam a qualquer apelo de serviço, tal a imperfeição que apresentavam seus gumes.

Poeira espessa recobria todos os objetos.

O dirigente da oficina observou... observou ... e disse, desencantado:

- Para o senhor, não temos qualquer trabalho.

- Oh! por quê? – interrogou o rapaz, em tom de súplica.

O diretor esclareceu, sem azedume:

- Se o senhor não tem cuidado com as ferramentas que lhe pertencem, como preservará nossas máquinas? Se é indiferente naquilo em que deve sentir-se honrado, chegará a ser útil aos interesses alheios? Quem não zela atentamente no “pouco” de que dispõe, não é digno de receber o “muito”. Aprenda a cuidar das coisas aparentemente sem importância. Pelas amostras, grandes negócios se realizam neste mundo e o menosprezo para consigo é indesejável mostruário de sua indiferença perniciosa. Aproveite a experiência e volte mais tarde.

Não valeram petitórios do moço necessitado.

Foi compelido a retirar-se, em grande abatimento, guardando a dura lição.

Assim também acontece no caminho comum.

Quem deseja o corpo iluminado e glorioso na espiritualidade, além da morte, cuide respeitosamente do corpo físico.

Quem aspira à companhia dos anjos, mostre boas maneiras, boas palavras e boas ações aos vizinhos.

Quem espera colheita de alegrias no futuro, aproveite a hora presente, na sementeira do bem.

E quantos sonharem com o Céu, tratem de fazer um caminho de elevação na Terra mesma.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier - Espírito Néio Lúcio.

sábado, 4 de setembro de 2010


ALMA GÊMEA


Alma Gêmea da Minh'alma,
Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão...
Quando eu errava no mundo,
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarzinho,
E encheste-me o coração.

Vinhas na benção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade em sorrisos de esplendor...
És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Por que sou tua esperança,
Como és todo o meu amor.

Alma Gêmea da minh’alma,
Se eu te perder, algum dia,
Serei a escura agonia
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores,
Da claridade dos céus...


Livro: Há Dois Mil Anos – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010


LÁGRIMAS


“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” - Jesus. (MATEUS, capítulo 11, versículo 28).


Ninguém como Cristo espalhou na Terra tanta alegria e fortaleza de ânimo. Reconhecendo isso, muitos discípulos amontoam argumentos contra a lágrima e abominam as expressões de sofrimento.

O Paraíso já estaria na Terra se ninguém tivesse razões para chorar.

Considerando assim, Jesus, que era o Mestre da confiança e do otimismo, chamava ao seu coração todos os que estivessem cansados e oprimidos sob o peso de desenganos terrestres.

Não amaldiçoou os tristes: convocou-os à consolação.

Muita gente acredita na lágrima sintoma de fraqueza espiritual. No entanto, Maria soluçou no Calvário; Pedro lastimou-se, depois da negação; Paulo mergulhou-se em pranto às portas de Damasco; os primeiros cristãos choraram nos circos de martírio... Mas, nenhum deles derramou lágrimas sem esperança. Prantearam e seguiram o caminho do Senhor, sofreram e anunciaram a Boa Nova da Redenção, padeceram e morreram leais na confiança suprema.

O cansaço experimentado por amor ao Cristo converte-se em fortaleza, as cadeias levadas ao seu olhar magnânimo transformam-se em laços divinos de salvação.

Caracterizam-se as lágrimas através de origens específicas. Quando nascem da dor sincera e construtiva, são filtros de redenção e vida; no entanto, se procedem do desespero, são venenos mortais.


Livro: Caminho Verdade e Vida, lição 172 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CHAVES LIBERTADORAS



DESGOSTO

Qualquer contratempo aborrece.

No entanto, sem desgosto, a conquista de experiência é impraticável.



OBSTÁCULO

Todo empeço atrapalha.

Sem obstáculo, porém, nenhum de nós consegue efetuar a superação das próprias deficiências.



DECEPÇÃO.

Qualquer desilusão incomoda.

Todavia, sem decepção, não chegamos a discernir o certo do errado.



ENFERMIDADE

Toda doença embaraça.

Sem a enfermidade, entretanto, é muito difícil consolidar a preservação consciente da própria saúde.



TENTAÇÃO

Qualquer desafio conturba.

Mas, sem tentação, nunca se mede a própria resistência.



PREJUÍZO

Todo o golpe fere.

Sem prejuízo, porém, é quase impossível construir segurança nas relações uns com os outros.



INGRATIDÃO

Qualquer insulto à confiança estraga a vida espiritual.

No entanto, sem o concurso da ingratidão que nos visite, não saberemos formular equações verdadeiras nas contas de nosso tesouro afetivo.



DESENCARNAÇÃO

Toda morte traz dor.

Sem a desencarnação, porém, não atingiríamos a renovação precisa, largando processos menos felizes de vivência ou livrando-nos da caducidade no terreno das formas.



Compreendamos, à face disso, que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiam, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpretá-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso espírito, a fim de que nosso espírito se mude para o que deve ser, mudando em si e fora de si tudo aquilo que lhe compete mudar.


Livro: Paz e Renovação - Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FOI POSTADO HOJE NA COLUNA "GRANDES NOMES DO ESPIRITISMO" A BIOGRAFIA DO MÊS DE SETEMBRO, EM HOMENAGEM A GABRIEL DELANNE.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 15 – Fora da Caridade Não Há Salvação


O Maior Mandamento


4 – Mas os fariseus, quando viram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, se ajuntaram em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhes disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.

Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas. (Mateus, XII: 34-40)

5 – Caridade e humildade, esta é a única via de salvação; egoísmo e orgulho, esta é a via da perdição. Esse princípio é formulado em termos precisos nestas palavras: “Amarás a Deus de toda a tua alma, e ao teu próximo como a ti mesmo; estes dois pensamentos contêm toda a lei e os profetas”. E para que não houvesse equívoco na interpretação do amor de Deus e do próximo, temos ainda: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás a teu próximo como a ti mesmo”, significando que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar ao próximo, nem amar ao próximo sem amar a Deus, porque tudo quanto se faz contra o próximo, é contra Deus que se faz. Não se podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se encontram resumidos nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.