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domingo, 3 de abril de 2011

CARTA PATERNA




Meu filho; não tinhas razão em favor da cólera.


Vi, perfeitamente, quando o velhinho se aproximou para servir-te.


Trazia um coração amoroso e atento que não soubeste compreender.


Deste uma ordem que o pobrezinho não ouviu tão bem, quanto desejavas. Repetiste-a e, porque novamente te perguntasse qualquer coisa, proferiste palavras feias, que lhe feriram as fibras mais íntimas.


Como foste injusto!...


Quando nasceste, o antigo servidor já vencera muitos invernos e servira a muita gente.


Enfraqueceram-se-lhe os ouvidos, ante as imperiosas determinações alheias.


Nunca refletiste na neblina que lhe enevoa o olhar? Adquiriu-a trabalhando à noite, enquanto dormias despreocupado.


Sabes por que traz ele as pernas trêmulas? Devorou muitas léguas a pé, solucionando problemas dos outros.


Irritas-te, quando se demora a movimentar-se a teu mando. Contudo, exiges o automóvel para a viagem de dois quilômetros.


Em muitas ocasiões, queixas-te contra ele. É relaxado aos teus olhos, tem as mãos descuidadas e a roupa não muito limpa. Entretanto, nunca imaginaste que o apagado servidor jamais encontrou oportunidades iguais às que recebeste. Além disto, não lhe oferecem o ensinamento amigo e nem tempo para cogitar das próprias necessidades espirituais.


Reclamas longos dias para examinar pequenina questão, referente ao teu bem estar; todavia, não lhes consagra nem mesmo uma hora por semana, ajudando-o a refletir...


Respondes, enfadado, quando o velho companheiro te pede alguns níqueis, mais não vacilas em despender pequenas fortunas com amigos ociosos, em noitadas alegres, nas quais te mergulhas em fantasioso contentamento.


Interrogas, ingrato: – que fizeste do dinheiro que te dei?


Esqueces que o servidor de fronte enrugada não dispôs de tempo e recurso para calcular, com exatidão, os processos de ganhar além do necessário e não conseguiu ensejo de ilustrar o raciocínio com o refinamento que caracteriza o teu.


Ah! meu filho quando a impaciência te visita o espírito, recorda que o monstro da ira indesejável te bate à porta do coração. E quando a ele te entregas, imprevidente, tuas conquistas mais elevadas tremem nos alicerces. Chego a desconhecer-te, porque a fúria dos elementos interiores te alteram a individualidade aos meus olhos e eu não sei se passas à condição de criança ou de demônio!...


Se não podes conter, ainda, os movimentos impulsivos de sentimentos perturbadores; chegado o instante do testemunho, cala-te e espera.


A cólera nada edifica e nada restaura... Apenas semeia desconfiança e temor, ao redor de teus passos.


Não ameaces com a voz, nem te insurjas contra ninguém.


É provável que guardes alguma reclamação contra mim, teu pai, porque eu também sou ainda humano. No entanto, filho, acima de nós ambos permanece o Pai Supremo, e que seria de ti e de mim, se Deus, um dia, se encolerizasse contra nós?


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

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