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domingo, 11 de dezembro de 2011

A NECESSIDADE DE ENTENDIMENTO


Um dos companheiros trazia ao culto evangélico enorme expressão de abatimento.


Ante as indagações fraternas do Senhor, esclareceu que fora rudemente tratado na via pública.


Vários devedores, por ele convidados a pagamento, responderam com ingratidão e grosseria.


Não se internou o Cristo através da consolação individual, mas, exortando evidentemente todos os companheiros, narrou, benevolente:


— Um grande explicador dos textos de Job possuía singulares disposições para os serviços da compreensão e da bondade, e, talvez por isso, organizou uma escola em que pontificava com indiscutível sabedoria.


Amparando, certa ocasião, um aprendiz irrequieto que freqüentes vezes se lamuriava de maus tratos que recebia na praça pública, saiu pacientemente em companhia do discípulo, pelas ruas de Jerusalém, implorando esmolas para determinados serviços do Templo.


A maioria dos transeuntes dava ou negava, com indiferença, mas, numa esquina movimentada, um homem vigoroso respondeu-lhes à rogativa com aspereza e zombaria.


O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram, cuidadosos.


Não andaram muito tempo e viram-no cair ao solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral.


Verificaram, em breve, que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.


Demandaram adiante, quando foram defrontados por um cavalheiro que nem se dignou responder-lhes à súplica, endereçando-lhes tão-somente um olhar rancoroso e duro.


Orientador e tutelado acompanharam-lhe os passos, e, quando a estranha personagem alcançou o domicílio que lhe era próprio, repararam que compacto grupo de pessoas chorosas o aguardava, grupo esse ao qual se uniu em copioso pranto, informando-se os dois de que o infeliz retinha no lar uma filha morta.


Prosseguiram esmolando na via pública e, a estreito passo, receberam fortes palavrões de um rapaz a quem se haviam dirigido.


Retraíram-se ambos, em expectativa, verificando, depois de meia hora de observação, que o mísero não passava de um louco.


Em seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes prometia prisão e pedradas; mas, decorridas algumas horas, souberam que o infortunado era simplesmente um negociante falido, que se convertera de senhor em escravo, em razão de débitos enormes.


Como o dia declinasse, o respeitável instrutor convocou o discípulo ao regresso e ponderou: — Guardaste a lição? Aceita a necessidade do entendimento por sagrado imperativo da vida.


Nunca mais te queixes daqueles que exibem expressões de revolta ou desespero nas ruas.


O primeiro que nos surgiu à frente era enfermo vulgar; o segundo guardava a morte em casa; o terceiro padecia loucura e o quarto experimentava a falência.


Na maioria dos casos, quem nos recebe de mau-humor permanece em estrada muito mais escura e mais espinhosa que a nossa.


E, completando o ensinamento, terminou o Senhor, diante dos companheiros espantados: — Quando encontrarmos os portadores da aflição, tenhamos piedade e auxiliemo-los na reconquista da paz íntima.


O touro retém os chifres, por não haver atingido, ainda, o dom das asas.


Reclamamos, comumente, contra a ovelha que nos perturba o repouso, balindo, atormentada; todavia, raramente nos lembramos de que o pobre animal vai seguindo, sob laço pesado, a caminho do matadouro.


Livro: Jesus no Lar, lição 35 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet Google.

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