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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Efetivamente

 Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras.

Defender não é gritar. É prestar mais intenso serviço às causas e às pessoas.

Ajudar não é impor. É amparar, substancialmente, sem pruridos de personalismo, para que o beneficiado cresça; se ilumine e seja feliz por si mesmo.

Ensinar não é ferir. É orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.

Renovar não é destruir. É respeitar os fundamentos, restaurando as obras para o bem geral.

Esclarecer não é discutir. É auxiliar, através do espírito de serviço e da boa-vontade, o entendimento daquele que ignora.

Amar não é desejar. É compreender sempre, dar de si mesmo, renunciar aos próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz divina do verdadeiro amor resplandeça.

Livro: Agenda Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Oração Dominical

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

2. PREFÁCIO. Os Espíritos recomendaram que, encabeçando esta coletânea, puséssemos a Oração dominical, não somente como prece, mas também como símbolo. De todas as preces, é a que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do próprio Jesus (S. Mateus, cap. VI, vv. 9 a 13), seja porque pode suprir a todas, conforme os pensamentos que se lhe conjuguem; é o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade. Com efeito, sob a mais singela forma, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Quem a diga, em intenção de alguém, pede para este o que pediria para si.

Contudo, em virtude mesmo da sua brevidade, o sentido profundo que encerram as poucas palavras de que ela se compõe escapa à maioria das pessoas. Daí vem o dizerem-na, geralmente, sem que os pensamentos se detenham sobre as aplicações de cada uma de suas partes. Dizem-na como uma fórmula cuja eficácia se ache condicionada ao número de vezes que seja repetida. Ora, quase sempre esse é um dos números cabalísticos: três, sete ou nove tomados à antiga crença supersticiosa na virtude dos números e de uso nas operações da magia.

Para preencher o que de vago a concisão desta prece deixa na mente, a cada uma de suas proposições aditamos; aconselhado pelos Espíritos e com a assistência deles, um comentário que lhes desenvolve o sentido e mostra as aplicações. Conforme, pois, as circunstâncias e o tempo de que disponha, poderá, aquele que ore, dizer a oração dominical, ou na sua forma simples, ou na desenvolvida.

3. PRECE.

I. Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome!

Cremos em ti, Senhor, porque tudo revela o teu poder e a tua bondade. A harmonia do Universo dá testemunho de uma sabedoria, de uma prudência e de uma previdência que ultrapassam todas as faculdades humanas. Em todas as obras da Criação, desde o raminho de erva minúscula e o pequenino inseto, até os astros que se movem no espaço, o nome se acha inscrito de um ser soberanamente grande e sábio. Por toda a parte se nos depara a prova de paternal solicitude. Cego, portanto, é aquele que te não reconhece nas tuas obras, orgulhoso aquele que te não glorifica e ingrato aquele que te não rende graças.

II. Venha o teu reino!

Senhor, deste aos homens leis plenas de sabedoria e que lhes dariam a felicidade, se eles as cumprissem. Com essas leis, fariam reinar entre si a paz e a justiça e mutuamente se auxiliariam, em vez de se maltratarem, como o fazem. O forte sustentaria o fraco, em vez de o esmagar. Evitados seriam os males, que se geram dos excessos e dos abusos. Todas as misérias deste mundo provêm da violação de tuas leis, porquanto nenhuma infração delas deixa de ocasionar fatais consequências.

Deste ao bruto o instinto, que lhe traça o limite do necessário, e ele maquinalmente se conforma; ao homem, no entanto, além desse instinto, deste a inteligência e a razão; também lhe deste a liberdade de cumprir ou infringir aquelas das tuas leis que pessoalmente lhe concernem, isto é, a liberdade de escolher entre o bem e o mal, a fim de que tenha o mérito e a responsabilidade das suas ações.

Ninguém pode pretextar ignorância das tuas leis, pois, com paternal previdência, quiseste que elas se gravassem na consciência de cada um, sem distinção de cultos, nem de nações. Se as violam, é porque as desprezam.

Dia virá em que, segundo a tua promessa, todos as praticarão. Desaparecido terá, então, a incredulidade. Todos te reconhecerão por soberano Senhor de todas as coisas, e o reinado das tuas leis será o teu reino na Terra.

Digna-te, Senhor, de apressar-lhe o advento, outorgando aos homens a luz necessária, que os conduza ao caminho da verdade.

III. Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu.

Se a submissão é um dever do filho para com o pai, do inferior para com o seu superior, quão maior não deve ser a da criatura para com o seu Criador! Fazer a tua vontade, Senhor, é observar as tuas leis e submeter-se, sem queixumes, aos teus decretos. O homem a ela se submeterá, quando compreender que és a fonte de toda a sabedoria e que sem ti ele nada pode. Fará, então, a tua vontade na Terra, como os eleitos a fazem no Céu.

IV. Dá-nos o pão de cada dia.

Dá-nos o alimento indispensável à sustentação das forças do corpo; mas, dá-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito.

O bruto encontra a sua pastagem; o homem, porém, deve o sustento à sua própria atividade e aos recursos da sua inteligência, porque o criaste livre.

Tu lhe hás dito: "Tirarás da terra o alimento com o suor da tua fronte." Desse modo, fizeste do trabalho, para ele, uma obrigação, a fim de que exercitasse a inteligência na procura dos meios de prover às suas necessidades e ao seu bem-estar, uns mediante o labor manual, outros pelo labor intelectual. Sem o trabalho, ele se conservaria estacionário e não poderia aspirar à felicidade dos Espíritos superiores.

Ajudas o homem de boa-vontade que em ti confia, pelo que concerne ao necessário; não, porém, àquele que se compraz na ociosidade e desejara tudo obter sem esforço, nem àquele que busca o supérfluo. (Cap. XXV.)

Quantos e quantos sucumbem por culpa própria, pela sua incúria, pela sua imprevidência, ou pela sua ambição e por não terem querido contentar-se com o que lhes havias concedido! Esses são os artífices do seu infortúnio e carecem do direito de queixar-se, pois que são punidos naquilo em que pecaram. Mas, nem a esses mesmos abandonas, porque és infinitamente misericordioso. As mãos lhes estendes para socorrê-los, desde que, como o filho pródigo, se voltem sinceramente para ti. (Cap. V, nº 4.)

Antes de nos queixarmos da sorte, inquiramos de nós mesmos se ela não é obra nossa. A cada desgraça que nos chegue, cuidemos de saber se não teria estado em nossas mãos evitá-la. Consideremos também que Deus nos outorgou a inteligência para tirar-nos do lameiro, e que de nós depende o modo de a utilizarmos.

Pois que à lei do trabalho se acha submetido o homem na Terra, dá-nos coragem e forças para obedecer a essa lei. Dá-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não perdermos o respectivo fruto.

Dá-nos, pois, Senhor, o pão de cada dia, isto é, os meios de adquirirmos, pelo trabalho, as coisas necessárias à vida, porquanto ninguém tem o direito de reclamar o supérfluo.

Se trabalhar nos é impossível, à tua divina providência nos confiamos.

Se está nos teus desígnios experimentar-nos pelas mais duras provações, mau grado aos nossos esforços, aceitamo-las como justa expiação das faltas que tenhamos cometido nesta existência, ou noutra anterior, porquanto és justo. Sabemos que não há penas imerecidas e que jamais castigas sem causa.

Preserva-nos, ó meu Deus, de invejar os que possuem o que não temos, nem mesmo os que dispõem do supérfluo, ao passo que a nós nos falta o necessário. Perdoa-lhes, se esquecem a lei de caridade e de amor do próximo, que lhes ensinaste. (Cap. XVI, nº 8.)

Afasta, igualmente, do nosso espírito a ideia de negar a tua justiça, ao notarmos a prosperidade do mau e a desgraça que cai por vezes sobre o homem de bem. Já sabemos, graças às novas luzes que te aprouve conceder-nos, que a tua justiça se cumpre sempre e a ninguém excetua; que a prosperidade material do mau é efêmera, quanto a sua existência corpórea, e que experimentará terríveis reveses, ao passo que eterno será o júbilo daquele que sofre resignado. (Cap. V, nº 7, nº 9, nº 12 e nº 18.)

V. Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem.

Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam.

Cada uma das nossas infrações às tuas leis, Senhor, é uma ofensa que te fazemos e uma dívida que contraímos e que cedo ou tarde teremos de saldar. Rogamos-te que no-las perdoes pela tua infinita misericórdia, sob a promessa, que te fazemos, de empregarmos os maiores esforços para não contrair outras.

Tu nos impuseste por lei expressa a caridade; mas, a caridade não consiste apenas em assistirmos os nossos semelhantes em suas necessidades; também consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. Com que direito reclamaríamos a tua indulgência, se dela não usássemos para com aqueles que nos hão dado motivo de queixa?

Concede-nos, ó meu Deus, forças para apagar de nossa alma todo ressentimento, todo ódio e todo rancor. Faze que a morte não nos surpreenda guardando nós no coração desejos de vingança. Se te aprouver tirar-nos hoje mesmo deste mundo, faze que nos possamos apresentar, diante de ti, puros de toda animosidade, a exemplo do Cristo, cujos últimos pensamentos foram em prol dos seus algozes. (Cap. X.)

Constituem parte das nossas provas terrenas as perseguições que os maus nos infligem. Devemos, então, recebê-las sem nos queixarmos, como todas as outras provas, e não maldizer dos que, por suas maldades, nos rasgam o caminho da felicidade eterna, visto que nos disseste, por intermédio de Jesus: "Bem-aventurados os que sofrem pela justiça!" Bendigamos, portanto, a mão que nos fere e humilha, uma vez que as mortificações do corpo nos fortificam a alma e que seremos exalçados por efeito da nossa humildade. (Cap. XII, nº 4.)

Bendito seja teu nome, Senhor, por nos teres ensinado que nossa sorte não está irrevogavelmente fixada depois da morte; que encontraremos, em outras existências, os meios de resgatar e de reparar nossas culpas passadas, de cumprir em nova vida o que não podemos fazer nesta, para nosso progresso. (Cap. IV, e cap. V, nº 5.)

Assim se explicam, afinal, todas as anomalias aparentes da vida. É a luz que se projeta sobre o nosso passado e o nosso futuro, sinal evidente da tua justiça soberana e da tua infinita bondade.

VI. Não nos deixes entregues à tentação, mas livra-nos do mal. (1)

(1) Algumas traduções dizem: Não nos induzas à tentação (et ne nos inducas in tentationem). Essa expressão daria a entender que a tentação promana de Deus, que ele, voluntariamente, impele os homens ao mal, ideia blasfematória que igualaria Deus a Satanás e que, portanto, não poderia estar na mente de Jesus. É, aliás, conforme à doutrina vulgar sobre o papel dos demônios. (Veja-se: O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. IX, "Os demônios").

Dá-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos Espíritos maus, que tentem desviar-nos da senda do bem, inspirando-nos maus pensamentos.

Mas, somos Espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas faltas e melhorar-nos. Em nós mesmos está a causa primária do mal e os maus Espíritos mais não fazem do que aproveitar os nossos pendores viciosos, em que nos entretêm para nos tentarem.

Cada imperfeição é uma porta aberta à influência deles, ao passo que são impotentes e renunciam a toda tentativa contra os seres perfeitos. E inútil tudo o que possamos fazer para afastá-los, se não lhes opusermos decidida e inabalável vontade de permanecer no bem e absoluta renunciação ao mal. Contra nós mesmos, pois, é que precisamos dirigir os nossos esforços e, se o fizermos, os maus Espíritos naturalmente se afastarão, porquanto o mal é que os atrai, ao passo que o bem os repele. (Veja-se aqui adiante: "Preces pelos obsidiados").

Senhor; ampara-nos em nossa fraqueza; inspira-nos, pelos nossos anjos guardiães e pelos bons Espíritos, a vontade de nos corrigirmos de todas as imperfeições a fim de obstarmos aos Espíritos maus o acesso à nossa alma.

O mal não é obra tua, Senhor, porquanto o manancial de todo o bem nada de mau pode gerar. Somos nós mesmos que criamos o mal, infringindo as tuas leis e fazendo mau uso da liberdade que nos outorgaste. Quando nós homens as cumprirmos, o mal desaparecerá da Terra, como já desapareceu de mundos mais adiantados que o nosso.

O mal não constitui para ninguém uma necessidade fatal e só parece irresistível aos que nele se comprazem. Desde que temos vontade para o fazer, também podemos ter a de praticar o bem, pelo que, ó meu Deus, pedimos a tua assistência e a dos Espíritos bons, a fim de resistirmos à tentação.

VII. Assim seja.

Praza-te, Senhor, que os nossos desejos se efetivem. Mas, curvamo-nos perante a tua sabedoria infinita. Que em todas as coisas que nos escapam à compreensão se faça a tua santa vontade e não a nossa, pois somente queres o nosso bem e melhor do que nós sabes o que nos convém.

Dirigimos-te esta prece, ó Deus, por nós mesmos e também por todas as almas sofredoras, encarnadas e desencarnadas, pelos nossos amigos e inimigos, por todos os que solicitem a nossa assistência e, em particular, por...

Para todos suplicamos a tua misericórdia e a tua bênção.

Nota - Aqui, podem formular-se os agradecimentos que se queiram dirigir a Deus e o que se deseje pedir para si mesmo ou para outrem.


Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

SURPRESA DE NATAL

Num bairro muito pobre, na periferia de uma grande cidade, morava Paulinho.

De coração bom e generoso, era estimado por todos.

Em sua casa, faltava quase sempre o necessário. O pai trabalhava duro na roça como boia-fria, mas ganhava pouco. A mãe, apesar de dar duro lavando roupas para as famílias mais abastadas, também não recebia muito.

Assim, tudo o que ganhavam era gasto em alimentação, aluguel da casa, água e luz.

Paulinho sonhava com roupas, calçados e brinquedos que via nas vitrines e que nunca poderia ter.

Vestia-se muito pobremente, andava descalço e brincava de faz-de-conta, à falta de um carrinho ou de uma bola.

Apesar de tudo, era feliz, porque amava a todas as pessoas e todos o amavam também.

Pela manhã ia à escola. Ao retornar, ajudava a mãe nos serviços domésticos. Depois, saía para a rua. Sempre aparecia o que fazer.

Prestativo, com sorriso no rosto ajudava a quem estivesse precisando.

Dona Vitória dava-lhe a incumbência de pagar uma conta urgente.

- Claro dona Vitória. Fique tranquila. - respondia ele. Outra hora, passando pela rua, alguém o chamava:

- Paulinho, você faria companhia a Ritinha, enquanto vou fazer compras? Sabe como é, ela é paralítica e pode precisar de alguma coisa enquanto eu estiver ausente...

- Com prazer, dona Benedita.

Aproveito e conto a ela uma história que aprendi na escola.

- Obrigada. Ela fica muito feliz quando você está por perto.

E lá ia Paulinho para a casa de dona Benedita. Entrava, e um lindo sorriso abria-se no rosto da menina de dez anos que, em virtude de uma paralisia infantil não podia andar.

- Ô menino, me ajude a chegar até em casa. Vamos, tenho pressa!
Ninguém gostava do seo José porque era muito ranzinza, mas Paulinho não se incomodava com o jeitão dele.

- Claro, seo José! Como vai sua saúde? Melhorou da bronquite?

Assim, escorando o velho, com muita paciência e boa vontade, Paulinho acompanhou conversando alegremente.

Ele era assim com todos.

Generoso, não apenas ajudava, mas repartia sempre o que ganhava.

Certo dia encontrou uma pedra muito bonita. Era lisinha e brilhava como o Sol, limpou-a bem e guardou-a com carinho. Mais adiante, porém, encontrou André um menino pequeno que chorava.

Tinha levado um tombo e o joelho estava doendo. Paulinho, não teve dúvidas. Tirou a pedra do bolso da calça e afirmou:

- Está vendo esta pedra, André?

- Ela é mágica e vai tirar a sua dor. Fique com ela. É sua!

O garotinho olhou encantado para a pedra e parou de chorar, abrindo um sorriso agradecido.

Na escola, Paulinho ganhou um livro de histórias e logo pensou:
- Vou dar para Ritinha.

Certamente, ela precisa mais dele do que eu. Posso fazer um montão de coisas, mas minha amiga Ritinha só pode ficar naquela cama ou na cadeira de rodas.

O Natal se aproximava. A cidade estava toda bonita, cheia de luzes, de cores e de alegria. Paulinho tinha muita vontade de ganhar um presente, mas sabia que era impossível. Seus pais não tinham dinheiro para isso. Contudo, sempre de bom ânimo, ele pensava:

- Para que quero presente? Jesus já me deu tanta coisa! Tenho saúde, pais amorosos, amigos... Nada me falta!

No dia de Natal, Paulinho saiu de casa. Queria encontrar os amigos.

Mas, todos tinham desaparecido.

Não encontrou ninguém.

Voltou para casa um pouco triste. Afinal, era Natal, dia em que se comemora o nascimento de Jesus, e ele queria cumprimentar seus amigos.

À tardezinha vieram lhe avisar que dona Benedita queria falar com ele.

Sem demora, dirigiu-se até a casa dela. Estranhou que estava tudo escuro. Já era noite e as luzes continuavam apagadas. Bateu devagarzinho.

A porta se abriu e – oh! Surpresa! – as luzes se acenderam e ele foi recebido com uma salva de palmas.

Olhou ao redor. A pequena casa de dona Benedita estava cheia de gente. Todos os seus amigos estavam ali, até o seo José! Tinha árvore de Natal e enfeites pelas paredes.

- Mas... Mas o que está acontecendo? – gaguejou espantado ao ver todo aquele povo ali reunido.

Ritinha sorriu e explicou:

- Resolvemos fazer uma festa para você, Paulinho! Por tudo o que você tem feito a todos nós, receba o nosso agradecimento.

- E, tirando de debaixo das cobertas uma caixa, falou:

- Este é o meu presente! FELIZ NATAL!

Sem poder acreditar no que estava acontecendo, com lágrimas nos olhos, Paulinho viu a cara de um cachorrinho malhado de preto e branco, com uma fita vermelha amarrada no pescoço.

Tomou o animalzinho nos braços, acariciando lhe o pelo sedoso.

- Nem sei como agradecer, Ritinha! Sempre quis ter um cachorrinho!

- Pois não agradeça. Você merece muito mais!

Todos o abraçaram desejando-lhe boas festas, inclusive seus pais, também presentes, muito orgulhosos do filho. Cada um lhe entregou um pacote. Dona Vitória, uma roupa que tinha costurado especialmente para ele. Seo José, um par de sapatos que fora do seu filho. O pequeno André entregou- lhe um carrinho, outro um estojo e assim ganhou uma porção de presentes.

Enxugando as lágrimas, Paulinho abriu os braços e só conseguiu dizer cheio de emoção:

- Obrigado! Obrigado! FELIZ NATAL para todos!

E naquela noite, tiveram uma festa animada e agradável exemplificando a fraternidade e a solidariedade que deve prevalecer no coração de todas as criaturas, lembrando a terna mensagem de Jesus.

Autor: Tia Célia (Célia Xavier de Camargo) - Publicado no Jornal O Imortal – Dezembro de 1999.
Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Almas

Ó solitário das estradas,

Desventurado pensador,

Há no caminho “almas penadas”

Que vão clamando desoladas

A dor e o pranto, o pranto e a dor!...



Vós, que o silêncio amais no mundo,

Em orações ao pé do altar,

Sob as arcadas silenciosas,

Almas feridas, desditosas,

Oram convosco a soluçar.



Ao descansardes, meditando,

À sombra de árvores em flor,

Sabei que às vezes sois seguidos

Pelas angústias dos gemidos,

De almas chagadas no amargar.



Clareie a luz do sol-nascente,

Negreje a treva na amplidão,

Gemem na Terra muitos seres

Pelos amargos padeceres

Depois da morte, na aflição.



Dai-lhes dos vossos pensamentos

Consolação que adoce a dor,

Dai um conforto à desventura,

A prece cheia de ternura,

Algo de afeto, algo de amor!...


Livro: Parnaso de Além-Túmulo – Médium: Chico Xavier – Espírito: Auta de Souza.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Educandário de Luz

Ninguém se reconheceria fora da paciência e do amor que Jesus nos legou, se todos frequentássemos a universidade da beneficência, cujos institutos de orientação funcionam, quase sempre nas áreas da retaguarda.

Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.

Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.

Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.

Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.

Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.

E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.

Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.

Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.

Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.

Livro: Paz e Renovação – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

É Razoável Pensar Nisto

 A paciência não é um vitral gracioso para as suas horas de lazer. É amparo destinado aos obstáculos.

A serenidade não é jardim para os seus dias dourados. É suprimento de paz para as decepções de seu caminho.

A calma não é harmonioso violino para as suas conversações agradáveis. É valor substancial para os seus entendimentos difíceis.

A tolerância não é saboroso vinho para os seus minutos de camaradagem. É porta valiosa para que você demonstre boa-vontade, ante os companheiros menos evolvidos.

A boa cooperação não é processo fácil de receber concurso alheio. É o meio de você ajudar ao companheiro que necessita.

A confiança não é um néctar para as suas noites de prata. É refugio certo para as ocasiões de tormenta.

O otimismo não constitui poltrona preguiçosa para os seus crepúsculos de anil. É manancial de forças para os seus dias de luta.

A resistência não é adorno verbalista. É sustento de sua fé.

A esperança não é genuflexório de simples contemplação. É energia para as realizações elevadas que competem ao seu espírito.

Virtude não é flor ornamental. É fruto abençoado do esforço próprio que você deve usar e engrandecer no momento oportuno.

Livro: Agenda Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 18 de janeiro de 2014

A Alma Também

Casas de saúde espalham-se em todas as direções com o objetivo de sanar as moléstias do corpo e não faltam enfermos que lhes ocupem as dependências.

Entretanto, as doenças da alma, não menos complexas, escapam aos exames habituais de laboratório e, por isso, ficam em nós, requisitando a medicação, aplicável apenas por nós mesmos.

Estimamos a imunização na patologia do corpo.

Será ela menos importante nos achaques do espírito?

Surpreendemos determinada verruga e recorremos, de imediato, à cirurgia plástica, frustrando calamidades orgânicas de extensão imprevisível.

Reconhecendo uma tendência menos feliz em nós próprios é preciso ponderar igualmente que o capricho de hoje não extirpado será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade em futuro breve.

Esmeramo-nos por livrar-nos da neurastenia capaz de esgotar-nos as forças.

Tratemos também de nossa afeição temperamental para que a impulsividade não nos induza à ira fulminatória.

Tonificamos o coração, corrigindo a pressão arterial ou ampliando os recursos das coronárias a fim de melhorar o padrão de longevidade.

Apuremos, de igual modo, o sentimento para que emoções desregradas não nos precipitem nos desvãos passionais em que se aniquilam tantas vidas preciosas.

Requintamo-nos, como é justo, em assistência dentária na proteção indispensável.

Empenhemo-nos de semelhante maneira, na triagem do verbo para que a nossa palavra não se faça azorrague de sombra.

Defendemos o aparelho ocular contra a catarata e o glaucoma.

Purifiquemos igualmente o modo de ver. Preservamos o engenho auditivo contra a surdez.

No mesmo passo, eduquemos o ouvido para que aprendamos a escutar ajudando.

A Doutrina Espírita é instituto de redenção do ser para a vida triunfante. A morte não existe.

Somos criaturas eternas. Se o corpo, em verdade, não prescinde de remédio, a alma também.

Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Defenda-se

Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.

A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.

Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.

As imagens que você corromper viverão corruptas na tela se sua mente.

Não Faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.

Use-as na sementeira do bem.

Não menospreze suas faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.

Você responderá pelo que fizer delas.

Não condene sua imaginação às excitações permanentes.

Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.

Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.

Ensine-os a gozar o prazer de servir.

Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.

Livro: Agenda Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Ventura da Prece

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 27 - PEDI E OBTEREIS

23. Vinde, vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos outorgar todos os benefícios. Homens incrédulos!
Se soubésseis quão grande bem faz a fé ao coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece!
A prece! Ah! Como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora!
A prece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões.

Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus.
No recolhimento e na solidão, estais com Deus.
Para vós, já não há mistérios; eles se vos desvendam.

Apóstolos do pensamento; é para vós a vida. Vossa alma se desprende da matéria e rola por esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.

Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques.

Por entre que delícias não caminhareis! A vossa linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe. Dulçurosas vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança a essas esferas desconhecidas e habitadas pela prece!

Sem mescla de desejos carnais, são divinas todas as aspirações.

Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Carregai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que lhe perpassavam n’alma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infamante. Ele ia morrer, mas para viver a vida celestial na morada de seu Pai. - Santo Agostinho. (Paris, 1861.)


Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A COBRA

Caminhando por uma estrada de terra batida, no meio da mata, Lúcia ia tranquila.

Morava num sítio das redondezas e dirigia-se à escola, distante uns quinhentos metros de sua casa.

De súbito, dentre a vegetação, surgiu, se arrastando, enorme e ameaçadora cobra. Colocando-se no meio do caminho, ela armou o bote e ficou esperando.

A princípio, assustada, a menina parou. Pensou em voltar. Naquele momento, porém, lembrou-se de tudo o que já aprendera. Sua mãe sempre lhe dizia que tudo na Natureza é criação de Deus, e que devemos respeitar qualquer forma de vida, fosse humana, animal ou vegetal.

Assim, enchendo-se de coragem, tendo o cuidado de manter uma boa distância, dirigiu-se ao réptil dizendo:

Minha amiga Dona Cobra. Nada tenho contra a senhora. Ao contrário, somos todos irmãos, porque filhos de um mesmo Pai, que é Deus.

Estou indo para a escola e preciso passar por este lugar, que a senhora está ocupando. Assim, se fizer gentileza de deixar-me passar, eu lhe ficarei muito grata.

A voz da menina, serena e doce, aquietou o animal, que a contemplava com seus olhinhos miúdos.

Depois, parecendo compreender o que lhe foi dito, coleou pela terra lentamente, desaparecendo no meio do mato.

Lúcia, grata a Deus pela proteção que lhe dera, continuou seu trajeto até a escola.

Durante horas, ali permaneceu entregue às atividades escolares, esquecendo-se do incidente.

Mais tarde, quase no horário de tocar o sinal para a saída, chegou alguém. Era um homem que tinha socorrido um menino. Ainda assustado, contou ele:

- Eu vinha a cavalo pela estradinha, quando vi um moleque ao longe, na minha frente. Ele tinha um pau na mão, e brincava, batendo nas árvores à beira do caminho, assustando os passarinhos e afugentando os pequenos animais. Percebi quando uma enorme cobra surgiu à sua frente. Quis avisá-lo do perigo, gritar para que ficasse quieto, sem fazer movimentos bruscos, mas não deu tempo.

O menino, ágil, levantou o porrete, tentando esmagar a cobra. Ela, porém, foi mais rápida e, dando um bote certeiro, picou-o.

- E o garoto, como está? - perguntou a professora, aflita.

- Felizmente, foi socorrido há tempo. Encontra-se no hospital da cidade, sob cuidados médicos.

Como ele estivesse com uma mochila escolar, pelo horário, cheguei à conclusão de que era um aluno que tinha “matado” a aula, e a trouxe para a senhora. Aqui está ela! - disse ele, entregando a mochila à professora.

- É do Roberto! Bem que estranhei ele não ter comparecido hoje à escola! Muito obrigada, senhor.

E os pais dele, já foram informados?

- Exatamente por isso vim aqui. Não sei onde ele mora. Se me disser o endereço do garoto, irei avisar à família dele.

A professora explicou onde Roberto morava, e o bom homem despediu-se, apressado.

Após a saída dele, Lúcia comentou:

- Deve ser a mesma cobra que encontrei hoje cedo na estrada!

- É verdade? Você viu uma cobra? Conte-nos! Como foi isso? - Quis saber a professora. E Lúcia, diante da classe que a ouvia com atenção, relatou o que tinha acontecido com ela, como se portou diante do perigo e como a cobra se afastou, sem molestá-la.

O silêncio se fez na sala. Todos estavam perplexos e pensativos.

Ficou muito claro como o comportamento de cada um determinara uma reação diferente no animal. O respeito de Lúcia e a agressão
de Roberto geraram consequências diversas.

A professora, satisfeita com a lição, completou:

- Se Roberto tivesse vindo para a escola, como era seu dever, não estaria agora sofrendo e nem dando preocupação a seus pais. Nada mais há para ser dito. Está terminada a aula.

Autor: Tia Célia (Célia Xavier de Camargo) - Publicado no Jornal O Imortal - Janeiro de 2000.

Fonte do texto e imagem: Internet Google.