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terça-feira, 31 de março de 2015

Jesus Em Minha Vida

Em todas as religiões cristãs, Jesus é o Modelo de conduta, é o grande Mestre que ensina a viver melhor, é o Modelo e Guia.

Jesus nada escreveu, mas falou a todos aqueles que O quiseram escutar fosse por necessidade, por curiosidade ou, até mesmo, por desejo de combatê-Lo.

Suas ideias e ensinamentos disseminaram-se rapidamente, pois aqueles que O ouviam comentavam, encantados, Suas palavras com outrem.

Depois de Sua morte física, os apóstolos levaram Seus ensinos a lugares distantes, aumentando o número daqueles que os conheceriam.

Alguns dos seguidores escreveram a respeito do que viram e ouviram de Jesus, e esses textos formaram os Evangelhos.

Sua vida e Sua obra, eternizadas por esses textos, são as mais comentadas e discutidas pelas civilizações da Terra, através dos tempos.

Em todas as religiões cristãs o Evangelho é a base dos estudos e das pregações possibilitando, a todos, reflexão.

O Evangelho pode ser considerado como um testamento que Jesus deixou para a Humanidade, sendo o mais belo poema de esperanças e consolações a que podemos ter acesso.

Ainda hoje, Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que O buscam, com lições de beleza e de felicidade, dando oportunidade de esperar por melhores dias à medida que nos ensina a auto superação.

Nos dias atuais, conhecer e estudar o Evangelho está ao alcance de todos, diferentemente do que acontecia quando isso era reservado apenas aos líderes espirituais de algumas religiões.

Mas, será que o conhecimento do que disse Jesus, dos Seus exemplos, das Suas ideias nos serve para realmente modificar nossas vidas?

Será que procuramos ser simples e humildes como Ele nos ensinou?

Será que, diante de um ato violento seja físico ou moral, feito contra nós, sabemos mostrar a outra face ao agressor, dando-lhe um exemplo de brandura e não de revide?

Será que, ao nos sentirmos ofendidos, sabemos perdoar, da mesma maneira que, quando ofendemos queremos ser perdoados?

Será que somos capazes de dialogar com todos, a despeito de quaisquer diferenças, mantendo-nos calmos e pacíficos?

Somos capazes de tratar com amor alguém, cujas atitudes não estejam de acordo com nosso padrão moral, sem fazer julgamentos?

Somos capazes de refletir sobre aquilo que nos faz sofrer, sem nos julgarmos vítimas, mas sim responsáveis, e, dessa maneira, conseguirmos usar este sofrimento para nos modificarmos interiormente?

Será que temos, realmente, ouvidos de ouvir, ou decoramos as passagens dos Evangelhos e as repetimos superficialmente sem nada colocar em prática?

Nosso querido Mestre Jesus esteve entre nós porque desejava deixar um caminho a seguir.

Se queremos realmente conhecê-Lo não basta apenas ler ou ouvir o que Ele falou, mas sim experimentar, em nossa vida, Seus ensinamentos, colocando-os em prática.

Como nosso amigo e terapeuta, Ele espera que possamos abrir coração e mente para as reflexões que há dois mil anos estão espargidas no ar que respiramos, esperando solo fértil para germinar e florescer.

Fonte do texto: Momento Espírita – Imagem: Internet Google.

segunda-feira, 30 de março de 2015

SERIA INÚTIL

“Respondeu-lhes: – Já vo-lo disse e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir?” – João, 9:27.

É muito frequente a preocupação de muitos religiosos, no sentido de transformarem os amigos compulsoriamente, conclamando-os às suas convicções particularistas. Quase sempre se empenham em longas e fastidiosas discussões, em contínuos jogos de palavras, sem uma realização sadia ou edificante.

O coração sinceramente renovado na fé, entretanto, jamais procede assim.

É indispensável diluir o prurido de superioridade que infesta o sentimento de grande parte dos aprendizes, tão logo se deixam conduzir a novos portos de conhecimento, nas revelações gradativas da sabedoria divina, porque os discutidores das más inclinações se incubem de interceptar lhes a marcha.

A resposta do cego de nascença aos judeus argutos e inquiridores é padrão ativo para os discípulos sinceros.

Lógico que o seguidor de Jesus não negará em esclarecimento acerca do Mestre, mas se já explicou o assunto, se já tentou beneficiar o irmão mais próximo com os valores que o felicitam, sem atingir o alheio entendimento, para que discutir?

Se um homem ouviu a verdade e não a compreendeu, fornece evidentes sinais de paralisia espiritual. Ser-lhe-á inútil, portanto, escutar repetições imediatas, porque ninguém enganará o tempo, e o sábio que desafiasse o ignorante rebaixar-se-ia ao título de insensato.

Não percas, pois, as tuas horas através de elucidações minuciosas e repetidas para quem não as pode entender, antes que lhe sobrevenham no caminho o sol e a chuva, o fogo e a água da experiência.

Tens mil recursos de trabalhar em favor de teu amigo, sem provocá-lo ao teu modo de ser e à tua fé.

Livro: Pão Nosso, lição 37 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 28 de março de 2015

Alguém Convida

A fim de não descermos, alma boa,
A considerações frias e cegas,
Lembra, no culto da beneficência,
O tesouro de bênçãos que carregas.

Usando as mãos tão ágeis quanto livres,
Sem quaisquer embaraços,
Pensa na provação dos companheiros
Que caminham sem braços.

Em contemplando céus, estrelas, flores,
Sem notar que a visão é um dom de luz que levas,
Fita os irmãos que trazem sobre os olhos
Duas vendas de trevas.

Manejando a palavra que te exprime
E com que prendes tanto quanto estudas,
Medita na extensão das outras vozes
Inibidas ou mudas.

Ante os seres queridos
Que te ofertam amor e que estimas amar,
Anota, coração, os que varam a vida
Sem um pouso por lar.

Envolvendo em conforto um filho amado
Que recolhes por laço predileto,
Reflete nos pequenos desprezados
Que padecem na rua a carência de afeto.

Enquanto a fé te ampara e abençoa a alegria,
Lutes, de estrada a estrada, muito embora,
Encontras tanta gente arrasada de angústia,
Tanta gente que chora!...

Enumera as vantagens que desfrutas
E escuta, alma querida, o convite de alguém
É o Cristo que aguarda o concurso fraterno
Para estender no Mundo a construção do Bem.


Autor: Maria Dolores

sexta-feira, 27 de março de 2015

O TRABALHADOR DIVINO

“Ele tem a pá na sua mão; limpará a sua eira e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com o fogo que nunca se apaga.”
- João Batista. (Lucas, 3:17).

Apóstolos e seguidores do Cristo, desde as organizações primitivas do movimento evangélico, designaram-no através de nomes diversos.

Jesus foi chamado, o Mestre, o Pastor, o Messias, o Salvador, o Príncipe da Paz; todos esses títulos são justos e veneráveis; entretanto, não podemos esquecer, ao lado dessas evocações sublimes, aquela inesperada apresentação do Batista. O Precursor designa-o por trabalhador atento que tem a pá nas mãos, que limpará o chão duro e inculto, que recolherá o trigo na ocasião adequada e que purificará os detritos com a chama da justiça e do amor que nunca se apaga.

Interessante notar que João não apresenta o Senhor empunhando leis, cheio de ordenações e pergaminhos, nem se refere a Ele, de acordo com as velhas tradições judaicas, que aguardavam o Divino Mensageiro num carro de glórias magnificentes. Refere-se ao trabalhador abnegado e otimista. A pá rústica não descansará ao seu lado, mas permanece vigilante em suas mãos e em seu espírito reina a esperança de limpar a terra que lhe foi confiada às salvadoras diretrizes.

Todos vós que viveis empenhados nos serviços terrestres, por uma era melhor, mantende aceso no coração o devotamento à causa do Evangelho do Cristo. Não nos cerceiem dificuldades ou ingratidões. Desdobremos nossas atividades sob o precioso estimulo da fé, porque conosco vai à frente, abençoando-nos a humildade cooperação, aquele trabalhador divino que limpará a eira do mundo.

Livro: Pão Nosso, lição 90 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Pelos Obsidiados

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

81. PREFÁCIO. A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Oblitera todas as faculdades mediúnicas; traduz-se, na mediunidade escrevente, pela obstinação de um Espírito em se manifestar, com exclusão de todos os outros.

Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em virtude da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja que eles desenvolvem faz parte dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida, deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita..

Do mesmo modo que as doenças resultam das imperfeições físicas, que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral, que dá acesso a um Espírito mau. As causas físicas se opõem forças físicas; a uma causa moral, tem-se de opor uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes basta para o livrar do obsessor, sem recorrer a terceiros. O auxílio destes se faz indispensável, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque aí não raro o paciente perde a vontade e o livre-arbítrio.

Quase sempre, a obsessão exprime a vingança que um Espírito tira e que com frequência se radica nas relações que o obsidiado manteve com ele em precedente existência. (Veja-se: Cap. X, n° 6; cap. XII, n° 5 e n° 6.)

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado se acha como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É desse fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro fluido mau. Mediante ação idêntica à do médium curador nos casos de enfermidade, cumpre se elimine o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um reativo. Esta a ação mecânica, mas que não basta; necessário, sobretudo, é que se atue sobre o ser inteligente, ao qual importa se possa falar com autoridade, que só existe onde há superioridade moral. Quanto maior for esta, tanto maior será igualmente a autoridade.

E não é tudo: para garantir-se a libertação, cumpre induzir o Espírito perverso a renunciar aos seus maus desígnios; fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particulares, objetivando a sua educação moral. Pode-se então lograr a dupla satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.

A tarefa se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, presta o concurso da sua vontade e da sua prece. O mesmo não se dá, quando, seduzido pelo Espírito embusteiro, ele se ilude no tocante às qualidades daquele que o domina e se compraz no erro em que este último o lança, visto que, então, longe de secundar, repele toda assistência, É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação. (O Livro aos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII.)

Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar sobre o Espírito obsessor.

82. Prece. (Para ser dita pelo obsidiado.) - Meu Deus; permite que os bons Espíritos me livrem do Espírito malfazejo que se ligou a mim. Se é uma vingança que toma dos agravos que eu lhe haja feito outrora, tu a consentes, meu Deus, para minha punição e eu sofro a consequência da minha falta. Que o meu arrependimento me granjeie o teu perdão e a minha liberdade! Mas, seja qual for o motivo, imploro para o meu perseguidor a tua misericórdia. Digna-te de lhe mostrar o caminho do progresso, que o desviará do pensamento de praticar o mal. Possa eu, de meu lado, retribuindo-lhe com o bem o mal, induzi-lo a melhores sentimentos.

Mas, também sei, ó meu Deus, que são as minhas imperfeições que me tornam passível das influências dos Espíritos imperfeitos. Dá-me a luz de que necessito para as reconhecer; combate, sobretudo, em mim o orgulho que me cega com relação aos meus defeitos.
Qual não será a minha indignidade, pois que um ser malfazejo me pode subjugar!

Faze, ó meu Deus, que me sirva de lição para o futuro este golpe desferido na minha vaidade; que ele fortifique a resolução que tomo de me depurar pela prática do bem, da caridade e da humildade, a fim de opor, daqui por diante, uma barreira às más influências.
Senhor, dá-me forças para suportar com paciência e resignação esta prova. Compreendo que, como todas as outras, há de ela concorrer para o meu adiantamento, se eu não lhe estragar o fruto com os meus queixumes, pois me proporciona ensejo de mostrar a minha submissão e de exercitar minha caridade para com um irmão infeliz, perdoando-lhe o mal que me fez. (Cap. XII, nº 5 e nº 6; Cap. XXVIII, nº 15 e seguintes, 46 e 47.)

83. Prece. (Pelo obsidiado.) - Deus Onipotente, digna-te de me dar o poder de libertar N... da influência do Espírito que o obsidia. Se está nos teus desígnios pôr termo a essa prova, concede-me a graça de falar com autoridade a esse Espírito.

Bons Espíritos que me assistis e tu, seu anjo guardião, dai-me o vosso concurso; ajudai-me a livrá-lo do fluido impuro em que se acha envolvido.
Em nome de Deus Onipotente, adjuro o Espírito malfazejo que o atormenta a que se retire.

84. Prece. (Pelo Espírito obsessor.) - Deus infinitamente bom, a tua misericórdia imploro para o Espírito que obsidia N... Faze-lhe entrever as divinas claridades, a fim de que reconheça falso o caminho por onde enveredou. Bons Espíritos, ajudai-me a fazer-lhe compreender que ele tudo tem a perder, praticando o mal, e tudo a ganhar, fazendo o bem.

Espírito que te comprazes em atormentar N..., escuta-me, pois que te falo em nome de Deus.

Se quiseres refletir, compreenderás que o mal nunca sobrepujará o bem e que não podes ser mais forte do que Deus e os bons Espíritos. Possível lhes fora preservar N... dos teus ataques; se não o fizeram, foi porque ele (ou ela) tinha de passar por uma prova. Mas, quando essa prova chegar a seu termo, toda ação sobre tua vitima te será vedada. O mal que lhe houveres feito, em vez de prejudicá-lo, terá contribuído para o seu adiantamento e para torná-lo por isso mais feliz. Assim, a tua maldade tê-la-ás empregado em pura perda e se voltará contra ti.

Deus, que é Todo-Poderoso, e os Espíritos superiores, seus delegados, mais poderosos do que tu, serão capazes de pôr fim a essa obsessão e a tua tenacidade se quebrará de encontro a essa autoridade suprema. Mas, por isso mesmo que é bom, quer Deus deixar-te o mérito de fazeres que ela cesse pela tua própria vontade. E uma mora que te concede; se não a aproveitares, sofrer-lhe-ás as deploráveis consequências. Grandes castigos e cruéis sofrimentos te esperarão. Serás forçado a suplicar a piedade e as preces da tua vítima, que já te perdoa e ora por ti, o que constitui grande merecimento aos olhos de Deus e apressará a libertação dela.

Reflete, pois, enquanto ainda é tempo, visto que a justiça de Deus cairá sobre ti, como sobre todos os Espíritos rebeldes. Pondera que o mal que neste momento praticas terá forçosamente um limite, ao passo que, se persistires na tua obstinação, aumentarão de contínuo os teus sofrimentos.

Quando estavas na Terra, não terias considerado estúpido sacrificar um grande bem por uma pequena satisfação de momento? O mesmo acontece agora, quando és Espírito. Que ganhas com o que fazes? O triste prazer de atormentar alguém, o que não obsta a que sejas desgraçado, digas o que disseres, e que te tornes ainda mais desgraçado.

A par disso, vê o que perdes; observa os bons Espíritos que te cercam e dize se não é preferível à tua a sorte deles. Da felicidade de que gozam, também tu partilharás, quando o quiseres. Que é preciso para isso? Implorar a Deus e fazer, em vez do mal, o bem. Sei que não te podes transformar repentinamente; mas, Deus não exige o impossível; quer apenas a boa-vontade. Experimenta e nós te ajudaremos. Faze que em breve possamos dizer em teu favor a prece pelos Espíritos penitentes (nº 73) e não mais considerar-te entre os maus Espíritos, enquanto te não contes entre os bons.
(Veja-se também, atrás, o nº 75: "Preces pelos Espíritos endurecidos".)

Observação. - A cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige também tato e habilidade, a fim de encaminhar para o bem Espíritos muitas vezes perversos, endurecidos e astuciosos, porquanto há-os rebeldes ao extremo. Na maioria dos casos, temos de nos guiar pelas circunstâncias. Qualquer que seja, porém, o caráter do Espírito, nada se obtém, é isto um fato incontestável pelo constrangimento ou pela ameaça. Toda influência reside no ascendente moral. Outra verdade igualmente comprovada pela experiência tanto quanto pela lógica, é a completa ineficácia dos exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs, práticas exteriores, ou quaisquer sinais materiais.

A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII - "Da obsessão". - Revue Spirite, fevereiro e março de 1864; abril de 1865: exemplos de curas de obsessões.)

Assim seja.


Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 23 de março de 2015

O ANJO E O MALFEITOR

O Mensageiro do Céu volveu do Alto a sombrio vale do mundo, em apoio de centenas de criaturas mergulhadas na enfermidade e no crime, na miséria e na ignorância, e, necessitando de concurso alheio para estender socorro urgente, começou por recorrer a publicação de apelos do Próprio Evangelho, induzindo corações, em nome do Cristo, à compaixão e a caridade.

Entretanto, porque tardasse qualquer resultado concreto, de vez que todos os habitantes do vale se comoviam com as legendas, mas não se encorajavam à menor manifestação de amparo ao próximo, o Enviado Celestial, convicto de que fora recomendado pelo Senhor a servir e não a questionar, julgou mais acertado assumir a forma de um homem e solicitar sem delongas o apoio de alguém que lhe pudesse prestar auxílio.

Materializado a preceito, procurou pela colaboração dos homens considerados mais responsáveis. Humilde e resoluto, repetia sempre o mesmo convite à prática evangélica, registrando respostas que o surpreendiam pela diferença.

O VIRTUOSO – Não posso manchar meu nome em contato com os viciosos e transviados.

O SÁBIO – Cada qual está na colheita daquilo que semeou. Falta-me tempo para ajudar vagabundos, voluntariamente distanciados da própria restauração.

O PRUDENTE – Não posso arriscar minha posição dificilmente conquistada, na intimidade de pessoas que me prejudicariam a estima publica.

O FILANTROPO – Dou o dinheiro que seja necessário, mas de modo algum me animaria a lavar feridas de quem quer que seja.

O PREGADOR – Que diriam de mim se me vissem na companhia de criminosos?

O FILÓSOFO – Nunca desceria a semelhante infantilidade… Aspiro a alcançar as mais altas revelações do Universo. Devo estudar infinitamente… Além disso, estou cansado de saber que, se não houvesse sofrimento, ninguém se livraria do mal…

O PESQUISADOR DA VERDADE – Não sou a pessoa indicada. Caridade é capa de muitas dobras, que tanto acolhe o altruísmo quanto a fraude. Não me incomode… Procuro tão somente as realidades essenciais.

Desencantado, o Mensageiro bateu à porta de conhecido malfeitor, aliás, a pessoa menos categorizada para a tarefa, e reformulou a solicitação. O convidado, embora os desajustes íntimos, considerou, de imediato, a honra que o Senhor lhe fazia, propiciando-lhe o ensejo de operar no levantamento do bem geral, e meditou, agradecido, na Infinita Bondade que o arrancava da condenação para o favor do serviço. Não vacilou. Seguiu aquele desconhecido de maneiras fraternais que lhe pedia cooperação e entregou-se decididamente ao trabalho. Em pouco tempo, conheceu a fundo o martírio das mães desamparadas, entre a doença e a penúria, carregando órfãos de pais vivos; o pranto das viúvas relegadas à solidão; as aflições dos enfermos que esperavam a morte nas arcas de ninguém; a tragédia das crianças abandonadas; o suplício dos caluniados sem defesa; os problemas terríveis dos obsidiados sem assistência; a mágoa das vítimas dos preconceitos levados ao exagero pelo orgulho social; a angústia dos sofredores caídos em desespero pela ausência de fé…

Modificado nos mais profundos sentimentos, o ex-malfeitor consagrou-se ao alívio e à felicidade dos outros, e, percebendo necessidades e provações que não conhecia, procurou instruir-se e aperfeiçoar-se. Com quarenta anos de abnegação, adquiriu as qualidades básicas do Virtuoso, os recursos primordiais do Sábio, o equilíbrio do Prudente, as facilidades econômicas do Filantropo, a competência do Pregador, a acuidade mental do Filósofo e os altos pensamentos do Pesquisador da Verdade…

Quando largou o corpo físico, pela desencarnação – Espírito lucificado no cadinho da própria regeneração, ao calor do devotamento ao próximo -, entrou vitoriosamente no Céu, para a ascensão a outros Céus…

Um dia, chegaram ao limiar da Esfera Superior o Virtuoso, o Sábio, o
Prudente, o Filantropo, o Pregador, o Filósofo e o Pesquisador da Verdade…

Examinados na Justiça Divina, foram considerados dignos perante as Leis do Senhor; entretanto, para o mérito de seguirem adiante, luzes acima, faltava-lhes trabalhar na seara do amor aos semelhantes…

Enquanto na Terra, não haviam desentranhado os tesouros que Deus lhes havia conferido em benefício dos outros. Cabia-lhes, assim, o dever de regressar às lides da reencarnação, mas, porque haviam abraçado conduta respeitável no mundo, o Virtuoso receberia, na existência vindoura, mais veneração, o Sábio mais apreço, o Prudente mais serenidade, o Filantropo mais dinheiro, o Pregador mais inspiração, o Filósofo mais discernimento e o Pesquisador da Verdade mais luz…

Observando, porém, que o malfeitor, sobejamente conhecido deles todos, vestia alva túnica resplendente, funcionando entre os agentes da Divina Justiça, começaram a discutir entre si, incapazes de reconhecer que na obra do amor qualquer filho de Deus encontra os instrumentos e caminhos da própria renovação. Desalentados, passaram a reclamar… Em nome dos companheiros, o Virtuoso aproximou-se do orientador maior que lhes revisava os interesses no Plano Espiritual e indagou:

-Venerável Juiz, por que motivo um malfeitor atravessou antes de nós, as fronteiras do Céu?!…

O magistrado, porém, abençoou lhe a inquietação com um sorriso e informou, simplesmente.

- Ele serviu!

Livro: Estante da Vida – Médium: Chico Xavier – Espírito: Irmão X.

Fonte de imagem: Internet Google.

sexta-feira, 20 de março de 2015

A SEMENTE

“E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão de trigo ou de outra qualquer semente.” – Paulo. (I Coríntios, 15:37).

Nos serviços da natureza, a semente reveste-se, aos nossos olhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida.

Gloriosa herdeira do poder divino; coopera na evolução do mundo e transmite silenciosa e sublime lição, tocada de valores infinitos, à criatura.

Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados.

Há homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreendê-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro, impõem medidas tirânicas pela força das ordenações ou das armas ou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram os processos da ambição, estabelecem domínio transitório, alardeiam mentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edificação santificadora para si ou para outrem.

Não souberam aprender com a semente minúscula que lhes dá trigo ao pão de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiões de luta planetária.

Saber começar constitui serviço muito importante.

No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edificações imortais. Imprescindível, pois, jamais desprezá-las.

Livro: Pão Nosso, lição 7 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 18 de março de 2015

ISSO É CONTIGO

“E disse: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, responderam: que nos importa? Isso é contigo.” – Mateus, 27:4.

A palavra da maldade humana é sempre cruel para quantos lhe ouvem as criminosas insinuações.

O caso de Judas demonstra a irresponsabilidade e a perversidade de quantos cooperam na execução dos grandes delitos.

O espírito imprevidente, se considera os alvitres malévolos, em breve tempo se capacita da solidão em que se encontra nos círculos das consequências desastrosas.

Quem age corretamente encontrará nos felizes resultados de suas iniciativas aluviões de companheiros que lhe desejam partilhar as vitórias; entretanto, muito raramente sentirá a presença de alguém que lhe comungue as aflições nos dias da derrota temporária.

Semelhante realidade induz a criatura à precaução mais insistente.

A experiência amarga de Judas repete-se com a maioria dos homens, todos os dias, embora em outros setores.

Há quem ouça delituosas insinuações da malícia ou da indisciplina, no que concerne à tranquilidade interior, às questões de família e ao trabalho comum. Por vezes, o homem respira em paz, desenvolvendo as tarefas que lhe são necessárias; todavia, é alcançado pelo conselho da inveja ou da desesperação e perturba-se com falsas perspectivas, penetrando, inadvertidamente, em labirintos escuros e ingratos. Quando reconhece o equívoco do cérebro ou do coração, volta-se, ansioso, para os conselheiros da véspera, mas o mundo inferior, refazendo a observação a Judas, exclama em zombaria: – “Que nos importa? Isso é contigo”.

Livro: Pão Nosso, lição 91 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 13 de março de 2015

PONDERA SEMPRE

“E o que de mim, diante de muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem a outros.” – Paulo. (II Timóteo, 2:20).

Os discípulos do Evangelho, no Espiritismo cristão, muitas vezes evidenciam insofreável entusiasmo, ansiosos de estender a fé renovada, contagiosa e ardente. No entanto, semelhante movimentação mental exige grande cuidado, não só porque assombro e admiração não significam elevação interior, como também porque é indispensável conhecer a qualidade do terreno espiritual a que se vai transmitir o poder do conhecimento.

Claro que não nos reportamos aqui ao ato de semeadura geral da verdade reveladora, nem à manifestação da bondade fraterna, que traduzem nossas obrigações naturais na ação do bem. Encarecemos, sim, a necessidade de cada irmão governar o patrimônio de dádivas espirituais recebidas do plano superior, a fim de não relegar valores celestiais ao menosprezo de maldade e da ignorância.

Distribuamos a luz do amor com os nossos companheiros de jornada; todavia, defendamos o nosso íntimo santuário contra as arremetidas das trevas.

Lembremo-nos de que o próprio Mestre reservava lições diferentes para as massas populares e para a pequena comunidade dos aprendizes; não se fez acompanhar por todos os discípulos na transfiguração do Tabor; na última ceia, aguarda a ausência de Judas para comentar as angústias que sobreviriam.

É necessário atentarmos para essas atividades do Cristo, compreendendo que nem tudo está destinado a todos. Os espíritos enobrecidos que se comunicam na esfera carnal adotam sempre o critério seletivo, buscando criaturas idôneas e fiéis, habilitadas a ensinar aos outros. Se eles, que já podem identificar os problemas com a visão iluminada, agem com prudência, nesse sentido, como não deverá vigiar o discípulo que apenas dispõe dos olhos corporais?

Trabalhemos em benefício de todos, estendamos os laços fraternais, compreendendo, porém, que cada criatura tem o seu degrau na infinita escala da vida.

Livro: Pão Nosso, lição 87 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Pelos Inimigos do Espiritismo

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

50. Bem-aventurados os famintos de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Ditosos sereis, quando os homens vos carregarem de maldições, vos perseguirem e falsamente disserem contra vós toda espécie de mal, por minha causa. - Rejubilai-vos, então, porque grande recompensa vos está reservada nos céus, pois assim perseguiram eles os profetas enviados antes de vós. (S. MATEUS, cap. V, vv. 6 e 10 a 12.)

Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode perder alma e corpo no inferno. (S. MATEUS, cap. X, v. 28.)

51. PREFÁCIO. De todas as liberdades, a mais inviolável é a de pensar, que abrange a de consciência. Lançar alguém anátema sobre os que não pensam como ele é reclamar para si essa liberdade e negá-la aos outros, é violar o primeiro mandamento de Jesus: a caridade e o amor do próximo. Perseguir os outros, por motivos de suas crenças, é atentar contra o mais sagrado direito que tem todo homem, o de crer no que lhe convém e de adorar a Deus como o entenda.
Constrangê-los a atos exteriores Semelhantes aos nossos é mostrarmos que damos mais valor à forma do que ao fundo, mais às aparências, do que à convicção. Nunca a abjuração forçada deu a quem quer que fosse a fé; apenas pode fazer hipócritas. E um abuso da força material, que não prova a verdade.
A verdade é senhora de si: convence e não persegue, porque não precisa perseguir.
O Espiritismo é uma opinião, uma crença; fosse (1) até uma religião, por que se não teria a liberdade de se dizer espírita, como se tem a de se dizer católico, protestante, ou judeu, adepto de tal ou qual doutrina filosófica, de tal ou qual sistema econômico? Essa crença é falsa, ou é verdadeira, se é falsa, cairá por si mesma, visto que o erro não pode prevalecer contra a verdade, quando se faz luz nas inteligências. Se é verdadeira, não haverá perseguição que a torne falsa.
(1) Ver "Reformador" de 1946, pág. 253; "Revue Spirite", de dezembro de 1868; "Allan Kardec", de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, vol. III, pág. 100. Nota da Editora da FEB.

A perseguição é o batismo de toda ideia nova, grande e justa e cresce com a magnitude e a importância da ideia. O furor e o desabrimento dos seus inimigos são proporcionais ao temor que ela lhes inspira. Tal a razão por que o Cristianismo foi perseguido outrora e por que o Espiritismo o é hoje, com a diferença, todavia, de que aquele o foi pelos pagãos, enquanto o segundo o é por cristãos.

Passou o tempo das perseguições sangrentas. É exato; contudo, se já não matam o corpo, torturam a alma, atacam-na até nos seus mais íntimos sentimentos, nas suas mais caras afeições. Lança-se a desunião nas famílias, excita-se a mãe contra a filha, a mulher contra o marido; investe-se mesmo contra o corpo, agravando-se lhe as necessidades materiais, tirando-se lhe o ganha-pão, para reduzir pela fome o crente. (Cap. XXIII, nº 9 e seguintes).

Espíritas, não vos aflijais com os golpes que vos desfiram, pois eles provam que estais com a verdade. Se assim não fosse, deixar-vos-iam tranquilos e não vos procurariam ferir. Constitui uma prova para a vossa fé, porquanto é pela vossa coragem, pela vossa resignação e pela vossa paciência que Deus vos reconhecerá entre os seus servidores fiéis, a cuja contagem ele hoje procede, para dar a cada um a parte que lhe toca, segundo suas obras.

A exemplo dos primeiros cristãos, carregai com altivez a vossa cruz. Crede na palavra do Cristo, que disse: "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, que deles é o reino dos céus. Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma." Ele também disse: "Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos fazem mal e orai pelos que vos perseguem. Mostrai que sois seus verdadeiros discípulos e que a vossa doutrina é boa, fazendo o que ele disse e fez.
A perseguição pouco durará. Aguardai com paciência o romper da aurora, pois que já rutila no horizonte a estrela d'alva. (Cap. XXIV, nº 13 e seguintes).

52. Prece. - Senhor, tu nos disseste pela boca de Jesus, o teu Messias: "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça; perdoai aos vossos inimigos; orai pelos que vos persigam." E ele próprio nos deu o exemplo, orando pelos seus algozes.
Seguindo esse exemplo, meu Deus, imploramos a tua misericórdia para os que desprezam os teus sacratíssimos preceitos, únicos capazes de facultar a paz neste mundo e no outro. Como o Cristo, também nós te dizemos: "Perdoa-lhes, Pai, que eles não sabem o que fazem."
Dá-nos forças para suportar com paciência e resignação, como provas para a nossa fé e a nossa humildade, seus escárnios, injúrias, calúnias e perseguições; isenta-nos de toda ideia de represálias, visto que para todos soará a hora da tua justiça, hora que esperamos submissos à tua vontade santa.

Assim seja.

Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 9 de março de 2015

AS ROSAS DO INFINITO

Em deslumbrante paisagem da Esfera superior, diversos mensageiros se congregavam em curioso certame. Procediam de lugares diversos e traziam flores para importante aferição de mérito.

Na praça enorme, pavimentada de substância semelhante ao jade, colunas multicores exibiam guirlandas de soberana beleza.

Rosas de todos os feitios e cravos soberbos, gerânios e glicínias, lírios e açucenas, miosótis e crisântemos exaltavam a Sabedoria do Criador em festa espetacular de cores e perfumes.

Envergando túnicas resplendentes, servidores espirituais iam a vinham, à espera dos juízes angélicos.

A exposição singular destinava-se à verificação da existência de luz divina, nos múltiplos exemplares que aí se alinhavam, salientando-se que os espécimes com maior teor de claridade celeste seriam conduzidos ao Trono do Eterno, como preito de amor e reconhecimento dos trabalhadores do bem.

Os julgadores não se fizeram esperados.

Quando a expectação geral se mostrava adiantada, três emissários da Majestade Sublime atravessaram as portas de dourada filigrana e, depois das saudações afetuosas, iniciaram o trabalho que lhes competia. Aquele que detinha mais elevada posição hierárquica trazia nas mãos uma toalha de linho translúcido, o único apetrecho que certamente utilizaria na tarefa de análise das preciosidades expostas.

Cada ramo era seguido de pequena comissão representativa do serviço espiritual em que fora elucidando.

Aproximou-se o primeiro grupo, trazendo uma braçada de rosas, tecidas com as emoções do carinho materno que, lançadas à toalha surpreendente, expediram suaves irradiações em azul indefinível, e os anjos abençoaram o devotamento das mães, que preservam os tesouros de Deus, na posição de heroínas desconhecidas.

Logo após, brilhante conjunto de Espíritos jubilosos deitou ao pano singular uma coroa de lírios, formados pelas vibrações de fervor das almas piedosas que se devotam nos templos ao culto da fé. Safirinas emanações cruzaram o espaço e os celestes embaixadores louvaram os santos misteres de todos os religiosos do mundo.

Em seguida, alegre comissão juvenil trouxe a exame delicado ramalhete de açucenas, estruturadas nos sonhos e nas esperanças dos noivos que sabem guardar a Bênção Divina, e raios verdes de brilho intraduzível se projetaram em todas as direções, enquanto os emissários do Todo-Misericordioso entoaram encômicos aos afetos santificantes das almas.

Lindas crianças foram portadoras de formosa auréola de jasmins, nascidos da ternura infantil, e que, depostos sobre a toalha miraculosa, emitiram alvíssima luz, semelhante a fios de aurora, incidindo sobre a neve.

Depois, pequeno agrupamento de criaturas iluminadas colocou, sob os olhos dos anjos, bela grinalda de cravos rubros, colhidos na renunciação dos sábios e dos heróis, a serviço da Humanidade, que exteriorizaram vermelhas emanações, quais se fossem constituídas de eterizados rubis.

E, assim, cada comissão submeteu ao trabalho seletivo as joias que trazia.

O devotamento dos pais, os laços esponsalícios, a dedicação dos filhos, o carinho dos verdadeiros amigos, a devoção de vários matizes ali se achavam magnificamente representados pelas flores cuja essência lhes correspondia.

Em derradeiro lugar, compareceu a mais humilde comissão da festa.

Quatro almas, revelando características de extrema simplicidade, surgiram com um ramo feio e triste. Eram rosas mirradas, de cor arroxeada, mostrando pontos esbranquiçados a guisa de manchas, a desabrocharem ao longo de hastes espinhosas e repelentes. Depostas, no entanto, sobre a mágica toalha, inflamaram-se de luz solar, a irradiar-se do recinto à imensidão dos Céus.

Os três anjos puseram-se de joelhos. Inesperada comoção encheu de lágrimas os olhos espantados da enorme assembleia. E porque alguns dos presentes chorassem, com interrogações imanifestas, o grande juiz do certame esclareceu, emocionado:

- Estas flores são as rosas de amor que raros trabalhadores do bem cultivam nas sombras do inferno. São glórias do sentimento puro, da fraternidade real, da suprema consagração à virtude, porque somente as almas libertas de todo o egoísmo conseguem servir a Deus, na escória das trevas. Os acúleos que se destacam nas hastes agressivas simbolizam as dificuldades superadas, as pétalas roxas simbolizam o arrependimento e a consolação dos que já se transferiram da desolação para a esperança, e os pontos alvos expressam o pranto mudo e aflitivo dos heróis anônimos que sabem servir sem reclamar…

E, entre cânticos de transbordante alegria, as rosas estranhas subiram rutilantes do Paraíso.

Ó vós, que lutais no caminho empedrado de cada dia, enxugai as lágrimas e esperai! As flores mais sublimes para o Céu nascem na Terra, onde os companheiros de boa vontade sabem viver para a vitória do bem, com o suor do trabalho incessante e com as lágrimas silenciosas do próprio sacrifício.

Livro: Contos e Apólogos – Médium: Chico Xavier – Espírito: Irmão X.

Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 7 de março de 2015

À Mocidade

Cantai! Cantai, ó mocidade! Moira
Encantada que ri nos prados verdes,
Cantai o amor que é luz que se entesoira,
Vibrai na luz da vida em que viverdes.

Glorificai, ditosa, o sol que doira
O riso que espalhais sem compreenderdes,
Expandi-vos na primavera loira,
Nos poemas de luar que conceberdes!

Ide cantando, mocidade ardente,
Alvorada em abril, do sol-nascente,
Clareando o porvir álamo e risonho;

Marchai sorrindo, doce juventude,
Na exaltação do amor e da saúde,
Ébria de aroma e luz, ébria de sonho!...


Autor: Antônio Nobre.

segunda-feira, 2 de março de 2015

NOVA BIOGRAFIA

Hoje foi postada a biografia do mês de Março de 2015 na coluna "Grandes Nomes do Espiritismo" em homenagem a PAULO TEREZIANO BARROS.